Lisaventuras nas Dolomitas

Aventuras caninas nas montanhas italianas

Munike Ávila
Exploradores
Published in
5 min readJan 27, 2020

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Lisa tinha apenas 6 meses quando viveu sua primeira grande aventura canina: explorar as Dolomitas, uma cordilheira que estende-se entre as províncias do Veneto, Trentino-Alto Adige e Friuli, patrimônio mundial da Unesco.

Fugir para as montanhas parecia ser a melhor solução para evitar os quase 40 graus do verão Milanês: lá em cima, máxima de 18 graus durante o dia e 10°C durante a noite. Estávamos vivendo um segundo inverno em pleno agosto.

Alugamos um carro, colocamos nossos equipamentos de acampamento e partimos até Fiames em Cortina D’Ampezzo, onde acampamos no International Camping Olympia.

O acampamento tem toda estrutura para qualquer tipo de aventureiro: espaço para barracas, para campervans, chalés, cozinha compartilhada, banheiros e até um pequeno restaurante com comida típica da região (tinha polenta!).

Observando as placas dos carros, percebemos o quanto o lugar é um dos destinos preferidos dos europeus e, não a toa, o staff do camping falava ao menos cinco idiomas.

Montamos nossa barraca num lugar privilegiado, bem de frente para as montanhas e o rio Bòite. Acordar com essa vista e o som da corrente do rio é uma das tantas lembranças boas dessa aventura.

Vista ao amanhecer de dentro da barraca

No decorrer dos dias aproveitamos para fazer algumas das trilhas que o lugar oferece. Para isso, descemos até Cortina D’ampezzo e fomos até o ponto de informações, onde é possível pegar todo tipo de mapas e saber mais sobre as trilhas que eram mais adaptas para nós e nossa companheira de 4 patas.

A cada manhã pegávamos um caminho diferente e íamos seguindo as trilhas que são muito bem sinalizadas. Todo dia, cenários de encher os olhos! Nesse caso, acho que as imagens dizem mais do que as palavras:

Fotos: Felipe B Cabral e arquivo pessoal

Nossa aventura acabou um pouco antes do previsto. Depois de cinco dias, nosso colchão de ar furou e tivemos que passar a última noite dormindo no carro. Decidimos, então, levantar acampamento e seguir descobrindo outros paraísos italianos, como Cervatto.

Lisa se escondeu pra foto em grupo :P

Viajando com cachorro pela Itália

A Itália é considerado o 3° país mais PetFriendly do mundo, e é no Norte que essa cultura se revela mais forte: cachorro faz parte da rotina da galera e são aceitos em todo tipo de lugar como restaurantes, lojas, bares, farmácia, hotel, trem, táxi, camping, coworking, etc. Morando aqui, temos uma outra relação com nossos cães e se torna muito fácil viajar pelo país com elas (aka Lisa e Caju).

Mas é claro, é preciso seguir algumas regras:

  • Viajando de trem: o cachorro paga meio bilhete. Em alta temporada, rolam promoções a 5 euros para viajar com seu cão. Mantenha o cão sempre na coleira e leve uma focinheira consigo, mesmo que não vá usá-la (é regra e é sempre bom ter para casos de fiscais mau humorados — que são raros ao verem um cãozinho hahaha)
  • Viajando de ferryboat: o cachorro paga pelo bilhete (as taxas variam dependendo da compania, mas é sempre menor que um bilhete para adultos). São permitidos cachorros a bordo, inclusive oferecem cabines preparadas para receber seu companheiro de 4 patas. Em alta temporada (julho/agosto) também é possível encontrar promoções. Aqui também vale a regra da coleira e focinheira.
  • Alugando carro: não são aplicadas taxas extras só porque você vai viajar com um cachorro, mas se seu pet tende a perder muito pelo, recomendo colocar uma proteção nos bancos (toalha, lençol, etc), pra não deixar o carro muito sujo ao entregar. Para viagens de carro o cachorro precisa estar usando o cinto de seguranças especial que engata com a coleira.
  • Hospedagem: a maioria dos hotéis cobra uma taxa para pets, entre 5 a 10 euros por noite. Se você prefere um espaço só seu, o airbnb é cheio de casas inteiras que aceitam pets e muitos não cobram a mais por isso, basta que seu cão seja educado e não destrua a casa, é claro.
  • Documentos de viagem*: para viajar dentro da Itália basta levar a “tessera sanitária” do cachorro, que é o caderninho de vacinas. Já para viagens fora do país, o cachorro precisa do passaporte europeu onde fica registrada a vacina anti-raiva, que é obrigatória na União Europeia. Todo cachorro possui um chip com os dados do proprietário e do próprio cão.

*Nossos cachorros foram adotados já na Itália. Se esse é seu caso, ou você está se mudando com seu pet para um país da UE, essas regras se aplicam.

Com isso, é possível aproveitar todas as maravilhas que a Itália oferece, ao lado do seu fiel companheiro. ;)

Foto por Felipe B Cabral

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