Olá sumida, tudo bem…

Sim, essa sou eu, sumida dos textos, sumida da poesia. Porém com um milhão de ideias na cabeça e uma vergonha exorbitante em colocá-las em prática, e admito um pouco perdida com as minhas ideias para o futuro.

Guta Dagnino
ExtranhaMente
3 min readAug 11, 2018

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O Extranhamente foi criado para eu falar com as pessoas a respeito da minha visão em relação a minha saúde mental, e é claro foi criado como um lugar para que as pessoas pudessem sentir que não estavam sozinhas. Eu poderia falar que melhorei 100% e que agora não tenho mais o que escrever, entretanto, todo o tipo de informação que eu recebo passa por esse filtro que é a depressão, não que ela seja a minha “estrela guia” mas ela tá lá e muito de como eu vejo o mundo e processo toda e qualquer ação passa pela sala de análise e terapia que criei na minha cabeça.

Eu melhorei muito, continuo tomando remédio, mas melhorei muito. E assim me vi perdida, num limbo. Sobre o que vou escrever ? Será que agora o que eu escrever tem relevância? E se não for tão bom quanto era? E se as pessoas acharem que eu faço da depressão a minha vida? Será que virei Mia Colucci?

Sim, eu me fiz todas essas perguntas, e realmente eu tinha pensado em usar o Extranhamente só na próxima crise, mas aí aquela voizinha veio e gritou no meu ouvido (tirem as crianças da sala porque vem palavrão): Porra Maria Augusta, você escreve uma caralha de blog falando que as pessoas precisam entender que não são só a depressão, e você não vai escrever porque não tá no fundo do poço? Muito que bem mocinha, me dá aqui esse computador que eu faço essa bagaça.

E essa voz delicada, sou eu nos meus dias de super sarcasmo. Brincadeiras a parte, a voz tá certa, eu não sou só isso, e o que eu tenho a dizer sobre o que eu gosto de falar tem sim relevância e qualidade, é óbvio que eu sempre vou argumentar sobre saúde mental, principalmente a saúde mental feminina porque é sim um ponto que eu sinto que seja pouco abordado, e provavelmente tudo que eu escrever ou falar vai acabar comigo abordando de alguma forma isso.

Eu não sou a depressão, e ela não pode ser a minha principal impulsionadora para eu fazer algo que amo, eu tenho que ser essa alavanca, eu tenho que me propor a realizar as coisas que quero e a me planejar, e é ai que percebo que: Não sei como me planejar, porque até então, eu nunca tinha pensado no futuro, porque não achava que passaria dos 18 anos e cá estou eu com meus 22 recém-comemorados. E cara, como vocês pessoas que sempre se imaginaram chegando na velhice conseguem se planejar ?

Eu realmente fiquei impactada com essa minha constatação, porque ao mesmo tempo que eu tô muito animada pra fazer um monte de coisas, uma parte minha me segura e dá a entender que quanto mais alto eu sonhar, mais forte será a queda, e né o precipício sempre me atraiu. Então eu estagnei com a escrita porque eu queria muito escrever, mas fiquei com medo de ser irrelevante, mas não escrever me torna realmente alguém irrelevante e tira da minha alma a forma mais bonita que ela encontrou pra se expressar.

Todo esse texto é pra dizer que eu não tô mais sumida e tô pronta pra jogo. É mais do que certo que eu vou sim escrever coisas diferentes no Extranhamente, e quem sabe fazer mais do que escrever.

Esse é o primeiro ano do resto da minha vida, então tudo pode acontecer.

Da minha mente também florescem flores

Obrigada por estarem aqui, por lerem e muitas vezes comentarem comigo como se sentiram.

Hasta o próximo texto.

Guta Dagnino- mulher, irmã, pseudoescritora e poetiza,feminista,sarcástica profissional,crítica natural, depressiva e recém apaixonada pela ideia de viver.

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