Já praticou o desapego em comunicação?

Quantas práticas deixaram de ser inovadoras em virtude da “segurança” do seguir a linha para garantir o acerto?

Inspirada nos conteúdos e questionamentos abordados pelas colegas fantásticas, que escreveram sobre coragem e foco de atuação, hoje quero trazer mais uma reflexão. Você já praticou o desapego em comunicação?

Na última semana participei do Fórum de Gestão de Pessoas, realizado pela ARH Serrana — Associação Serrana de Recursos Humanos. O tema abordado foi “DESCONFIGURE-SE e abra caminhos para um novo jeito de pensar”. Durante todo o dia, os palestrantes abordaram temas relacionados a permitir-se desaprender, reinventar-se, desapegar-se, inovar e arriscar-se. Carregar consigo as bagagens, as experiências e práticas vividas no passado, mas adaptar-se ao novo. Certo, foi um Fórum direcionado às práticas de gestão de pessoas, mas quem é o nosso público hoje? São consumidores de marcas, de produtos, de conteúdo e, sim, são pessoas.

Então, que tal nos permitirmos desaprender técnicas e práticas de comunicação, para podermos inovar, nos reinventar e podermos nos abrir cada vez mais para o novo? Sim, para isso precisamos de coragem, calcular o risco, nos aliarmos a outras áreas das organizações, conforme citado na publicação feita pela Fernanda, Vamos falar sobre coragem na comunicação? Mas também é necessário que saibamos onde queremos chegar, conforme abordado pela Priscila, Se você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve.

Num bate-papo com alguns colegas de profissão (Relações Públicas), na última semana, falamos sobre como os cursos nos preparam para atuar na comunicação organizacional, quanto o grande sonho do estudante de graduação (ao menos os do mesmo período que eu) queriam se formar e trabalhar em empresas, organizações e instituições com o cargo de Relações Públicas ou Analistas de Comunicação, para poderem aplicar as técnicas, práticas e todo o leque de ferramentas de RP.

Após trilhar o sonhado caminho, em contato com diversos profissionais, com as mais diferentes formações e atuações, percebo o quanto trabalhar e desenvolver ações em conjunto, formando parcerias, tem se tornado uma forma diferenciada para aplicar todos os aprendizados de Relações Públicas. E não precisa estar dentro de uma empresa ou organização. O RP pode prestar serviços de consultoria ou assessoria, atuando em conjunto com áreas de Recursos Humanos, Marketing, Comercial, Industrial, Compliance, TI… Essa construção coletiva agrega valor ao trabalho desenvolvido pelo profissional. A riqueza de informações, a precisão dos detalhes é fundamental para construir ações mais efetivas e que realmente gerem resultados. Citei algumas áreas, mas o contato com todos os setores das organizações, a prática do saber ouvir, questionar sempre que necessário e compreender o cenário, são fatores essenciais ao comunicador.

Certo, mas e o desapego? Durante nossa carreira, construímos algumas crenças com base no que deu certo e do que não deu tão certo assim. Amontoamos nas gavetas projetos muito legais, que as lideranças gostaram, mas que por algum motivo de prioridade, não foram implementados. Assim fomos nos moldando e forjando. Melhor fazer o “feijão com arroz” que vai ser aprovado e dará certo, do que propor uma ação diferenciada, que vai demandar muito mais esforço, porém tem grandes chances de não ser aceita (mesmo sabendo que os resultados podem ser melhores).

O convite que faço nessa reflexão é para arriscar-se mais, ousar, começar a expor as suas reais ideias, colocá-las em ação. Quer inovar via startup, ótimo, é uma excelente alternativa, inove. Acredita num projeto, apresente. Pensou numa nova forma de ativação de marca, construa a proposta e siga. Esse desafio não tem a ver com “ser diferente”, “se mostrar”, esse desafio tem a ver com que legado você quer deixar enquanto profissional de Relações Públicas?

Ah, mas…..

Pois é, temos alguns grandes exemplos de pessoas visionárias que foram desacreditadas, mas por eles mesmos confiarem nas suas ideias e persistirem, ao invés de desistirem nos primeiros obstáculos, são exemplo de superação. Vamos refrescar a memória, com alguns famosos citados no ranking da Business Insider.

Walt Disney ouviu que um rato nunca iria fazer sucesso: Antes de construir o império que todos nós conhecemos, Walt Disney foi demitido de um jornal porque o editor acreditava que ele não tinha boas ideias.

JK Rowling estava lutando para sobreviver: Antes de JK Rowling ter o sucesso de Harry Potter, ela era uma mãe encolhida no seu lar, lutando para sobreviver e ao mesmo tempo frequentando a escola.

Oprah Winfrey ouviu que era imprópria para a TV: Quando tinha 22 anos, a hoje magnata da TV americana, foi demitida do seu trabalho por ser imprópria para a TV.

Jerry Seinfield foi vaiado no palco: O comediante, na sua primeira vez diante dos palcos em um clube de comédia, simplesmente congelou ao olhar a plateia e acabou sendo vaiado no palco.

Elvis Presley foi demitido após a sua primeira apresentação: Em 1954, Elvis era ainda um performer sem nome, e Jimmy Denny, gerente do Grand Ole Opry, despediu Elvis depois de apenas uma performance lhe dizendo-lhe: “você não vai a lugar nenhum, filho. Você deveria desistir disso e dirigir caminhões”.

Michael Jordan foi cortado do time de basquete da escola: Depois de ser cortado do time de basquete da escola, o jovem Michael Jordan foi pra casa e chorou.

Os Beatles foram retirados de sua gravadora: Quando os Beatles estavam apenas começando, uma gravadora os recusou.

Steven Spielberg foi rejeitado na escola de cinema 3 vezes: Steven Spielberg foi rejeitado pela Universidade do Sul da Califórnia na Escola de Teatro, Cinema e Televisão 3 vezes.

E aí? Com esses exemplos, despertou o desejo de inovar, de se reinventar e de persistir?

Lembre-se que cada um terá a vista da montanha que estiver disposto a escalar. Qual será a vista da sua montanha?

Conta para a gente!