Propósito, conteúdo e experiência

Um pouco sobre o #share2020online

@tutinicola
Fantástico Mundo RP

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Já falei sobre o evento Share Talks algumas vezes por aqui nos últimos anos (tem um texto meu do Fantástico de 2015 aqui e um de 2017 aqui) é um evento muito legal pra quem trabalha com comunicação se atualizar sobre práticas, cases, comportamentos e mudanças do mercado através de uma curadoria de palestrantes sempre impecável.

Como praticamente tudo em 2020, o evento aconteceu no formato online nos dias 21 e 22 de agosto e eu trago aqui alguns insights sobre temas abordados que foram divididos em quatro trilhas: Content, Influence Marketing, Mídia & Analytics e E-commerce:

# MENOS INFLUENCER E MAIS CREATOR
Se tem uma palavra muito utilizada atualmente, até mesmo num nível banal, é a palavra influenciador. No primeiro dia de evento, a Bia Granja quebrou alguns paradigmas do mercado da influência: 1 ser famoso ou ter uma grande audiência não torna a pessoa um influenciador, 2 nem todo influenciador é um produtor de conteúdo (como aqueles que publicam sobre lifestyle no Instagram) e 3 nem toda informação e conhecimento que a gente compartilha no digital influencia. Conversar e alcançar não é influenciar. Causar uma mudança concreta e uma ação sim.

#NO TOPO O PROPÓSITO
Outra palavra frequente nas palestras foi o propósito. O consumo com propósito foi até mesmo considerado em matéria da folha, como principal tendência para 2020. Para o Ale Garcia, do podcast @negrosdasemana (sigam e escutem, fica a dica!), quando se faz o seu conteúdo baseado nele, você toca as pessoas, gera identificação e aí o alcance é natural, é orgânico, o porquê você faz o que você faz é o que te torna relevante no final das contas. Para Amanda Takassiki, "Criatividade sem propósito não existe, ele é ferramenta social". E por fim, se quer entender sobre ele na prática, conheça o case do Portal Kondzilla que respira propósito em suas ações.

Slide da palestra do Felipe Oliva do Squid

# ENTENDER DE GENTE
As empresas que vão sobreviver são as que conhecem mais os clientes do que os clientes conhecem elas. Para Vivianne Vilela, nem tudo é questão de tecnologia, entender de gente nunca foi tão necessário como agora. O consumidor do momento tem novas micro-rotinas digitais, outras razões pra comprar, exige preços não abusivos, quer comunicação clara, busca segurança, enfim, são muitas as novas exigências e para atender a elas as marcas precisam colocar o cliente como centro de tudo. A dica de outro palestrante, o Guto Rocha é não buscar mais clientes para os seus produtos e sim produtos para o seu cliente, ou como diria Seth Godin, não fazer mais chaves em busca de cadeados, encontrar um cadeado e aí fazer uma chave.

#SAI O ROI ENTRA O ROX
A exigência frente as marcas passou de estar always on para always there. Além de estar online ela precisa se mostrar disponível independente do ponto de contato em que o cliente está e trazer experiências positivas com o objetivo de fidelizar o cliente, e assim, surge uma nova métrica a ser considerada apresentada pelo Gabriel Bontempo: o retorno sobre a experiência. Procurar oportunidades duradouras mesmo em cenários tão instáveis é a grande saída. O Mc'Donalds, por exemplo, entendeu isso e lançou recentemente o Méqui Zap.

#DATA DRIVEN
Peter Drucker já dizia que você não consegue gerenciar o que não consegue mensurar. A mudança da mentalidade e da cultura para o data driven, o marketing orientado pelos dados, já é uma realidade em muitas empresas e traz grandes benefícios em otimizar estratégias que estejam em coerência aos gostos, comportamentos e ao perfil do público que se deseja alcançar. Um dos cases muito interessantes sobre isso foi o apresentado por Mayumi Sato, da Sexlog, a maior rede social adulta do Brasil, que através de dados se tornou o "IBGE do sexo", procurado por muitos veículos de comunicação. Um exemplo na prática de como não dá mais pra criar estratégias no achismo, mas sim é preciso se basear em dados para as tomadas de decisão. Para ela, é preciso estar aberto ao óbvio, mas não ao intuitivo.

Concluindo, quer uma luz sobre como você deve construir sua presença online e criar seu conteúdo em 2020? com propósito, experiência e baseado em dados. ❤

Outros trechos das palestras que viraram tweets:

  • Substitua influencer marketing por creator marketing (Bia Granja)
  • 60% da população brasileira é negra mas 90% das pessoas retratadas na publicidade são brancas. (Ale Garcia)
  • “Nós não temos 30 segundos para sermos interrompidos, mas nós temos 30 minutos para ouvir ótimas histórias”. Jon Thomas
  • "Quais são os seus best sellers de conteúdo?" @esocialmediamas A importância de olhar para as métricas e analisar PADRÕES de formatos que estão engajando mais pra criar mais conteúdos naquela mesma linha.

Quer mais? No Twitter, pela hashtag #share2020online você pode ver mais de mil tweets sobre o conteúdo das palestras.

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@tutinicola
Fantástico Mundo RP

Relações Públicas de formação, marketeira e Copywriter. Vivo da minha arte (de escrever) na praia.