RP, seu próximo trabalho/cargo pode ainda não existir
Trago verdades!
Pensei em vários temas para o texto dessa semana, mas lembrei de um rascunho de um post do blog que havia começado há um tempo atrás e eis que resolvi finalizar e compartilhar com vocês ele aqui hoje!
No texto da semana passada, a Mary Gabriela falou a seguinte frase: “alguns dos negócios que hoje trabalhamos não existiam há 10 anos”. E é fato, tudo tem mudado muito rápido e já que estamos nesse clima de empreendedorismo aqui no blog, vou manter a ideia! Trago nesse texto, algumas dicas de leitura, começando por essa: o livro Vai lá e Faz — como empreender na era digital e tirar ideias do papel do Tiago Mattos, que traz muitos insights sobre paradigmas, empreendedorismo e inovação. E, também quero conversar um pouco sobre a mentalidade que normalmente estudantes e até profissionais de RP tem sobre cargos e o que eles vão significar no futuro.
Como o autor cita no livro, “basta olhar ao redor para ver um mundo muito diferente. Um mundo não linear, conectado, multidisciplinar e exponencialmente imprevisível”. Pra você ter uma ideia, “65% das crianças que estão hoje no primário irão trabalhar com empregos que ainda não existem”. E não é de hoje que as coisas estão mudando. Quando entrei na faculdade (detalhe: me formei há 4 anos!) usávamos o Orkut e o MSN para nos comunicarmos. Ambos não existem mais. Naquela época também quase não se falava da profissão de Social Media (não como é hoje) e veja só onde eu vim parar!
Há um tempo atrás, uma acadêmica de RP me perguntou o seguinte (não vou lembrar a pergunta na íntegra, mas era algo como): “tenho uma dúvida: você é RP mas trabalha com Social Media, como ficam tuas funções? pra caso te peçam algo fora da tua atuação?".
É incrível como alguns pensamentos ainda são tão engessados. Aquele velho “isso não é da minha alçada” já não cola mais. Como disse André Souza: “Às vezes a gente se esquece de que estamos mais próximos de 2030 do que do ano 2000". E não é que é mesmo?
Em todos os sentidos, mas, principalmente, quando falamos sobre trabalho isso se repete. A estrutura dos ambientes de trabalho já foi, está e será remodelada para atender às novas necessidades do mercado.
Hoje existem profissionais como Customer Success, Operador de drones, Motorista de Uber, Especialista de dados, Influenciadores, cargos que nossos avós nem imaginavam que um dia existissem. E por aí vai. O que vai surgir amanhã?
Outro texto que li e que tem tudo a ver com o assunto é sobre as 12 habilidades que precisaremos desenvolver nos próximos anos.
Segundo a Futuro S/A, “os problemas de uma empresa no futuro já são e se tornarão cada vez mais complexos. Isso exigirá um novo conjunto de habilidades para os profissionais”.
E estamos prontos pra isso? Estamos abertos e realmente preparados para novas oportunidades? No livro, Tiago também fala sobre essa perspectiva, da necessidade que temos hoje de aprendermos a aprender/desaprender e reaprender:
“Antigamente, o diploma nos preparava para uma atividade específica. Você estaria habilitado a realizá-la, mas não podia ultrapassar fronteiras. Hoje, num mundo onde qualquer um pode ser protagonista, ou você age, ou alguém age por você”.
Essa frase se encaixaria perfeitamente para responder a estudante de RP naquela oportunidade. Já dizia Darwin, não é? Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.
Mas como isso funciona? você pode me perguntar. Eu me formei e não vou ser RP?
Errado. Pelo contrário. Ainda de acordo com a Futuro S/A, o que veremos cada vez mais nos próximos anos são profissionais com um profundo e especializado conhecimento de, pelo menos, uma área, mas que, ao mesmo tempo, precisam ter a a capacidade de “conversar” no “idioma” de uma gama diversa de disciplinas.
A ascensão do profissional híbrido.
Ninguém disse que será fácil e não leve para o lado pessoal! Isso não é exclusividade de quem é RP, não acontece só com a nossa área da comunicação e também não quero te desanimar com isso.
Muito pelo contrário. A nossa profissão já oferece diversas áreas de atuação em que você pode exercer o seu papel e mostrar o seu valor. Nessa nova realidade você pode trabalhar na área que você quiser, basta abrir a cabeça e esquecer o “nome” do cargo. As oportunidades estão aí e serão gigantescas para quem identificar as habilidades que serão necessárias nos próximos anos. E se você não encontrar, você ainda pode criar o seu lugar ao sol.
Vai lá e faz.
Leia também: RP é problema meu (e seu)
Ah, e claro, sempre lembrando que o que nos define como profissionais de Relações Públicas — uma profissão regulamentada — é o nosso papel no mercado e nossas funções, ou seja, o exercício das funções sem o devido Registro junto ao Conselho de Profissionais de Relações Públicas ou o exercício do mesmo sem lisura e ética é ilegal.
Agora quero saber de ti, você concorda? Tem enxergado isso no seu trabalho?
