A Irlandesa

Revista Póg Mo Goal muda de formato e acerta com a mudança, que valoriza a proposta de um conteúdo visual diferente

Bruno Rodrigues
Futebol Café
3 min readJan 15, 2020

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Edições #3, #4 e #5 da Póg Mo Goal, revista de futebol da Irlanda (Crédito: Futebol Café)

Há uma semana, recebi em casa um pacote que dava toda a pinta de ser uma revista. Achei que fosse uma edição da Líbero que havia comprado no fim do ano passado pela internet. Só na hora de abrir que fui me atentar ao selo, que dizia: “Ireland”. De fato se tratava de uma revista. Ou melhor, de duas revistas, ambas edições da publicação irlandesa Póg Mo Goal.

Quando comecei o Futebol Café, em 2017, a Póg Mo Goal foi uma das primeiras publicações estrangeiras que encomendei. Comprei a edição de número #3, ainda em formato de tabloide. Quis tê-la justamente pela curiosidade da proposta: uma revista em papel de jornal, assim como foi — in memoriam — a inglesa Top Corner, já falecida.

Antigo projeto gráfico da Póg Mo Goal, ainda em formato de tabloide, com ilustração de Mesut Özil (Crédito: Futebol Café)

Em janeiro de 2018, fiz uma colaboração para eles, com uma reportagem sobre o que dizem ser o gol mais bonito do Pelé, contra o Juventus, aquele que não tem registro em vídeo e, se todos que afirmam ter visto o lance realmente estivessem na Rua Javari, a Mooca precisaria de um Maracanã pré-reformas.

Pouco tempo depois da publicação da matéria, o pessoal da Póg Mo Goal entrou em contato comigo, pedindo meu endereço para a entrega de um exemplar. Imaginei que fosse a edição número #4 e que minha reportagem estivesse nela. Isso foi em maio de 2018. A revista nunca chegou.

Até semana passada.

No pacote que chegou em casa, além da edição #4, ainda em papel de jornal, me enviaram também a número #5, já em formato clássico de revista. Uma mudança que fez bem ao conteúdo da Póg Mo Goal.

A publicação irlandesa não só aumentou o número de páginas, de aproximadamente 40 para 64, como a nova roupagem valorizou ainda mais o trabalho de fotógrafos e ilustradores que contribuem com bom material.

(Crédito: Futebol Café)

Desde o início, a proposta gráfica era ousada, com fotos e artes às vezes ocupando páginas inteiras. Mas papel de jornal é papel de jornal. Amassa fácil, dobra, e quando dobra pode dificultar a leitura das letras miúdas.

Agora, o papel mais firme não dá a ela somente a melhora estética e editorial, mas facilita a preservação do que revistas como a Póg Mo Goal também têm como proposta — ainda que não diretamente — , que é ser um item de colecionador. Algo que seja guardado como um livro, de consulta atemporal.

Minha edição #3, de 2017, já está amarelada. E cuido bem dela, acreditem. A número #5, de roupa nova, e as seguintes edições, irão envelhecer melhor.

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