Salmo 7,

a diferença entre
o justo e o ímpio

Uma característica do justo é que ele mede a si mesmo com sua própria justiça. A imagem que se tem do justo é de um homem estável, que não muda, que anda sempre reto, que nunca faz desvios e sempre tem certeza de seu julgamento.

No capítulo 7, o salmista pede: se fiz algum mal, se agi com vingança contra meu aliado, se oprimi meus inimigos sem razão, que meu inimigo me persiga (…) e que minha glória suma com a poeira.

O justo não julga.

Julga-me de acordo com a justiça que me cabe,
com a inocência que me cabe.

O salmista descreve o justo como alguém que sofre, que chora e que é cheio de incertezas. E são nas incertezas que o justo e o ímpio se diferenciam.

Acredito que a diferença entre o justo e o ímpio está exatamente na incerteza. O ímpio, como não se arrepende, não muda seu caminho, constrói armas de destruição para si mesmo, através das mentiras que prega cava sua própria sepultura, na certeza de que não há alternativa, na cegueira de que sempre vai pelo caminho certo.

O justo é aquele que se arrepende, que muda de ideia, que se protege não em si mesmo, cujo escudo é o próprio Senhor. O caminho do justo é certo não por causa da sua certeza, mas porque quem o abriga e o liberta dos seus perseguidores é o próprio Deus, o salvador dos corações retos.

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