Vem tomar um café na nossa cozinha

BRIO
Histórias pra Frente
4 min readJul 24, 2015
A gente só convida para a cozinha de casa quem é de confiança

Você sabe bem. A gente só convida para tomar um café ou almoçar na nossa cozinha aquele amigo que é amigo, familiares próximos ou simplesmente aquela pessoa que a gente gosta e sente que pode confiar. É na cozinha que a alma da casa da gente se revela. Na sala, é possível deixar tudo arrumadinho para receber os convidados, enquanto vamos lá dentro buscar os biscoitos e o café. A cozinha é só pra quem é de casa.

BRIO é uma casa nova, aberta para jornalistas e leitores. Em um texto anterior, dissemos que estávamos com as janelas abertas para o novo mundo do jornalismo. Não foi suficiente. Queremos ir além. Vamos abrir a nossa cozinha.

Na próxima segunda-feira (27/07), começamos uma websérie com os bastidores da apuração da reportagem sobre os financiamentos do BNDES na América Latina e a atuação de empresas brasileiras na região. Os vídeos serão publicados no nosso Facebook e no Youtube. Pouco antes da publicação da reportagem, em junho, o banco promoveu importantíssimos avanços para dar mais transparência aos empréstimos.

Nos vídeos, você terá a oportunidade de ver a rede de jornalistas do BRIO em ação, mostrando como foi essa apuração, que envolveu 17 profissionais em seis países. A maior parte não se conhece, nunca tomou uma cerveja ou um café, mas trabalhou durante meses na cozinha do BRIO.

O motivo? BRIO é formado por uma equipe pequena, que gasta horas (muitas horas) de cada dia para tocar a empresa. Mas nós precisamos de muito mais gente. Por um lado, dependemos do público. Desde o nosso lançamento, em maio, recebemos centenas de sugestões, críticas, elogios, que foram utilizados para melhorar nossas pautas, nossa tecnologia e nossa relação com quem mais interessa: o consumidor.

O leitor interfere no BRIO. Nós passaremos a divulgar informações relevantes coletadas desde o primeiro dia de nossa operação. Informações que ajudarão leitores e produtores de conteúdo a entender o desafio de colocar de pé um empreendimento jornalístico. O pessoal do administrativo não está muito feliz de liberarmos informações estratégicas, mas no fim das contas estratégico mesmo é estabelecermos uma conversa real com todo mundo.

Empreender no Brasil é difícil. Empreender no jornalismo é ainda mais difícil. Não temos vergonha de dizer: precisamos da ajuda de muita gente para achar um modelo que se sustente. Por enquanto, nossas histórias estão sendo distribuídas de graça. Não sabemos quando elas passarão a ser cobradas.

Também precisamos do apoio dos jornalistas de diversas partes do mundo. Todas as histórias são apuradas e escritas por parceiros que não são funcionários nossos. Mas são pessoas de grande qualificação e que criam uma relação de confiança pelo seu histórico profissional.

Não acreditamos mais em uma casa inchada, com dezenas de jornalistas para produzir centenas de histórias por dia. Acreditamos que devemos abrir a nossa casa para os jornalistas certos que querem escrever as histórias certas. Que histórias são essas? São aquelas pelas quais eles têm paixão e dedicação para gastar muito suor e entregar um produto único e especial aos consumidores.

Para que isso seja possível, são necessárias muitas conversas: do planejamento da história, até a decisão de publicar ou não, passando nos debates sobre como abordar o tema, que tipo de elementos multimídia são necessários, etc.

Essas conversas se dão na cozinha. Bom, é uma cozinha virtual. Nós mantemos um hangout permanente online. Afinal, temos gente em Nova York, Washington, Brasília e Rio de Janeiro. É nessa redação virtual que as pessoas podem entrar para bater papo com o pessoal do BRIO. É lá que toda as sextas-feiras fazemos nosso happy hour. Há duas exigências: cerveja na mão e câmera ligada.

A partir das próximas semanas nossa cozinha estará aberta aos nossos apoiadores e consumidores. Faremos encontros com os autores de nossas reportagens para que eles avaliem o resultado delas. E todo mundo estará convidado a assistir ao resultado dessa reunião de avaliação.

Com a cozinha aberta, nossos apoiadores poderão ver como funciona o trabalho de uma rede de jornalistas independentes que não são empregados do BRIO. Eles são profissionais de nossa confiança e que resolveram trabalhar conosco porque facilitamos as condições para que eles corram atrás daquelas histórias com as quais sempre sonharam em levar ao grande público. Temos certeza de que todo mundo terá curiosidade para tomar um café — mesmo que virtual — com nossos colaboradores e ouvir as histórias engraçadas, trágicas, perigosas ou emocionante que envolvem os meses ou anos de apuração de uma história do BRIO.

Como confiamos nessa turma, abrimos nossa cozinha para eles. Como confiamos nos nossos apoiadores e leitores, convidamos todos a entrarem nela também.

Papo secreto no cafezinho só no Congresso Nacional

--

--