Já ouviu falar sobre Greenwashing? Saiba o que é e não caia nessa.

Glenda Theis
hurb.labs
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3 min readDec 30, 2022

Este é o terceiro artigo da série sobre ESG e Sustentabilidade, sendo este mais focado em uma definição, entendimento e reflexão sobre como estamos e o caminho que ainda precisamos seguir para um mundo, de fato, mais sustentável.

Caso você ainda não esteja familiarizado com o termo ESG, super indico o meu primeiro artigo da série, com o título “ESG e Sustentabilidade — O que preciso saber sobre isso?” e caso você goste de ouvir um bom PodCast, não deixe de acompanhar o Do Zero ao Sustentável no Spotify. Lá abordo tudo sobre este mundo também. ❤

Você já ouviu falar sobre o termo em inglês “Greenwashing”?

Ao pé da letra, seria como se fosse “Lavagem Verde”, mas o que isso significa na prática?

Como já falamos no meu último artigo, intitulado “Sustentabilidade e 7 trends sobre a Geração Z que você precisa saber”, ser sustentável é algo que atrai seus clientes, viabiliza investimentos, tem um potencial enorme de ganhos futuros, além de ajudar tudo o que envolve a manutenção da saúde nosso planeta. Porém, tudo isso atraiu também empresas que, para estarem em um patamar mais atrativo, usaram de estratégia de marketing para promover propaganda e discursos para mostrar que estavam em linha com essa trend, mas que na realidade não tinham práticas tão sustentáveis assim.

Um exemplo prático do Greenwashing

Um caso de greenwashing que ficou bastante conhecido foi o da fabricante de automóveis Volkswagen. Em 2015, ela se envolveu em um escândalo de falsificação de resultados de emissões de poluentes em motores a diesel. A empresa admitiu que usou um programa de computador para burlar inspeções de 11 milhões de veículos no mundo. O resultado de tudo isso foi a renúncia do presidente da empresa, um recall de quase 9 milhões de unidades e o seu primeiro prejuízo no balanço em 15 anos.

Agora vamos para um segundo exemplo enquadrando o tipo de indústria que ocupa o segundo lugar no ranking de mais poluentes no planeta: a indústria têxtil. Tais empresas podem se posicionar como companhias com responsabilidade ambiental e social, utilizando isso livremente em propagandas e discursos mas, na realidade, não possuem processos de governança que permitam a validação dessas ações. Nesses casos, a empresa pode adquirir produtos de terceiros que usam práticas que violam os direitos humanos, lançar uma linha biodegradável, mas isso ter baixa representatividade no faturamento e investimento da companhia, se a empresa for grande, pode usar do seu tamanho para esmagar as margens de seus produtores explorando o fornecimento, entre outras ações.

Mas nem sempre é má fé e sim falta de conhecimento.

Sim. A má fé existe, mas as vezes ações de greenwashing podem acontecer por falta de conhecimento na área de ESG das empresas. Antes de comunicar suas ações sustentáveis, as empresas devem ter maturidade no assunto, medir o impacto, a eficiência e acompanhar as ações.

Pensar no meio ambiente e ter ações sustentáveis é algo novo para as empresas e elas ainda estão se adequando a essa nova revolução. Antes mal se pensava nisso, então hoje é normal não se ser 100% sustentável, mas é importante demonstrar que a empresa busca se aperfeiçoar, se preocupa com suas ações e com o impacto negativo gerado, demonstrar o que pretende fazer e de fato criar ações para isso. Divulgar dados verdadeiros, gera credibilidade, compromisso e passa uma mensagem positiva aos consumidores.

Dados são aliados

Outro grande ponto de toda essa discussão é: hoje não é fácil ter muita noção sobre se de fato uma empresa é sustentável ou não, pois não existe uma forma fácil de se verificar ou consultar dados sobre isso. O estabelecimento de metas baseadas em ciência que podem ser acompanhadas, mensuradas e que demonstrem de fato o impacto de ações geradas, fará toda a diferença para o combate ao greenwashing.

Fica a reflexão

Espero que este artigo tenha te ajudado a conhecer mais sobre o termo greenwashing e também te feito refletir sobre que, ser sustentável vai muito mais além de não se usar copo plástico no ambiente corporativo ou de se ter um produto com embalagem reciclada. Deve-se pensar no todo e buscar ver se essa preocupação de fato faz parte da cultura e de tudo o que envolve a empresa.

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Glenda Theis
hurb.labs

Vivendo por algo maior. Product Manager e host no Podcast Do Zero ao ESG no Spotify.