Estações de Ismália

Bruno Oliveira
impublicável.
2 min readMay 26, 2023

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sempre soube sobre mim
pele preta, tom de carmim
estou no ápice da solidão
trocar o céu, tocar o chão?

outono

the darkness is coming
a lua foge sem mim

folhas caem em minh’alma
seriam lágrimas do trauma?

você, príncipe do cavalo branco
ou mais um palhaço saltimbanco

inverno

maldição de Hades em vigília
amor que me sufoca e asfixia

meu corpo torna-se um templo jônico
isso seria trágico, se não fosse cômico

Lua que não esconde seu espanto
sobre Perséfone presa no encanto

primavera

não preciso da sua bondade artificial
o sol nasce lá fora, espanta-me o mal

danço com o tempo crescente como a Lua
flores nascem em música que já não é sua

voo junto aos pássaros e com a andorinha
da Campinas que agora também é minha

verão

você é como o Sol de 12:30
queima a minha pele retinta

prefiro a Lua que traz consigo as constelações
quero que Plêiades liberte minhas emoções

renasço ébria em Carnaval sem quaresma
exorcizo-me com fantasia de eu mesma

quando me amei de verdade,
pleno em todo lugar e idade
todo momento era o certo
qualquer alegria era perto

Este poema é uma referência a série “Quatro estações para o adeus” ( da poeta Karine, vulgo Estrelas e Pensamentos)

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Bruno Oliveira
impublicável.

Auditor, escritor, leitor e flanador. Mestrando em TI, tropecei na bolsa de valores. Acredito nas estrelas, não nos astros. Resenho pessoas e o tempo presente.