Produtividade: vale tudo para aumentar a performance?

Adriana Barbosa
Inova Gente
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3 min readApr 11, 2018

Eu sou mais uma dos viciados em Netflix. Além de séries, adoro documentários. O documentário da vez no fim de semana passado foi o documentário da Netflix “Take your Pills” (tradução livre: tome seu remédio). Você assistiu? Ainda não? Coloque na sua lista.

Vale muito a pena para saber como as pessoas, na loucura de ser mais produtivo e performar melhor, estão usando atalhos que passam pela (auto)medicação. O documentário, que foi lançado em 2018 pela Netflix, explora como estimulantes como o Adderall e Ritalina são utilizados na academia e trabalho como uma droga para ajudar na produtividade e performance.

Na mesma semana numa conversa com Luísa Cusnir, Cecilia Ribeiro e Renan Mentor, eles comentaram de uma palestra de um empreendedor conhecido que comentou que é preciso muito trabalho e poucas horas de sono para conseguir fazer um negócio dar certo. Quando ele disse que dormia quatro horas só, na sequência perguntaram como ele conseguia. A resposta: drogas sintéticas. O que? Pausa para o choque. Sem fazer julgamento de valor sobre o que é certo e errado, fato é que nos EUA o mercado de estimulantes fatura anualmente 13 Bilhões de doláres. Sim, 13 BI DE USD!

Você já ouviu falar em TDAH — Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade? De acordo com o Instituto Paulista de Déficit de Atenção “é uma síndrome (conjunto de sintomas) caracterizada por distração, agitação, hiperatividade, impulsividade, esquecimento, desorganização, adiamento crônico, entre outras”. Eu convivi com pessoas diagnosticadas com TDAH, convivo hoje e eu mesma fui diagnosticada com TDAH quando tinha uns 16 anos. Mas eu tinha sobrevivido até lá na escola, na vida social e então nunca dei muita “bola” para isso. Não gosto de tomar remédio de nenhum tipo e consegui ao longo da vida desenvolver atalhos para me focar. Vivo a base de listas de tarefas e tentativas de ter uma vida com rotina. Mas enfim, não é o foco (!).

O documentário reconstrói a descoberta do TDAH na medicina, mostra como a Ritalina foi criada na suíça por um médico que fez um remédio para a mulher ficar mais calma (!) e a explosão do consumo na década de 60.

Ele traz casos reais de estudantes universitários, esportistas da NFL, artistas como Andy Wharol, programadores que diagnosticados (ou não) com TDAH usam estimulantes para serem mais produtivos e melhorar a performance. Esses “estimulantes” são anfetaminas como Adderall e Ritalina. Sabe a série Breaking Bad, Walter White, metanfetamina? Estudantes e pessoas que não tem condições de aderir aos estimulantes “legais” são os que usam a metanfetamina.

Mas por que eu gostei do documentário?

Primeiro porque era uma realidade que eu desconhecia. Eu não tinha ideia que as pessoas usavam como uma ferramenta para melhorar a produtividade/performance. Segundo, me fez entender que isso não acontece tão longe de mim. Terceiro, porque me fez refletir sobre até que ponto podemos chegar para usar de atalhos no mundo competitivo e digital que vivemos.

Será que vale tudo para melhorar a performance?

Eu prefiro as dicas mais naturais. O Pedro Turambar escreveu sobre como fazer listas aqui. O André Bartholomeu escreveu sobre acordar cedo e malhar aqui. O pessoa da conversa | coletivo falou sobre 7 apps para melhorar a produtividade aqui. A Marília Pimenta falou sobre meditação aqui.

Se você assistiu ao documentário, tem dicas de produtividade ou performance, escreve aqui ;)

Ps: obrigada coletivo @Inova Gente por terem revisado o meu texto e contribuído com novos insights.

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Adriana Barbosa
Inova Gente

Fundadora e CEO da Vaipe, fundadora e ex-CEO da payleven, administradora de empresas pela FGV-EAESP, mestranda pela FEA-USP. Apaixonada por Dados e Gente.