A Jornada do Desenho

Luccas Evans
Inventos Digitais
Published in
3 min readAug 6, 2021

Eu já tinha assistido esse vídeo alguns anos atrás. Na época, achei muito interessante, mas o meu eu daquele momento fez uma correlação do vídeo com o grau de dedicação que se investe em algo e quais os retornos: se você dedicar 10 minutos, você vai ter um resultado muito mais satisfatório do que se você dedicar apenas 10 segundos para aquela atividade.

Essa correlação faz total sentido até hoje para mim mas 3 anos depois, recebi esse vídeo de um colega e a primeira associação que fiz desta vez foi com o processo de construção de um produto/serviço digital. O tempo disponível para a entrega funcional é um dos fatores mais determinantes no desenvolvimento de um produto digital, quanto mais maleável for um cronograma, mais funcionalidades e mais refino aquele produto vai ter. Por outro lado, quanto mais curto for o cronograma, maior será o filtro das funcionalidades que virão a ser desenvolvidas.

Nesses casos, onde o tempo é curto e o produto ainda precisa de validação, o caminho mais adequado a se tomar é construir um MVP, do inglês Minimal Viable Product, que nada mais é do que uma versão de baixo custo e com escopo reduzido do seu projeto final, utilizado para validar a hipótese e decidir, baseado em uma experiência real de mercado, se aquela ideia vale o investimento.

Aqui na Inventos, já montamos vários MVPs para nossos clientes — com código e sem código — e a grande máxima do MVP é ser algo de rápido desenvolvimento, que tenha valor para o usuário final e seja capaz de validar as hipóteses levantadas por quem teve aquela ideia.

Voltando para o universo do vídeo, eu diria que o MVP seria o Homem-Aranha feito em 10 segundos. Ele foi desenhado rapidamente (rápido desenvolvimento), é perceptível se tratar do Homem-Aranha (tem valor para o usuário final) e, se for um desenho feito para um cliente, é possível validar se o cliente queria mesmo o Homem-Aranha e não o Homem de Ferro.

O MVP não é o produto final

Diferente do vídeo, que começa mostrando o desenvolvimento do Homem-Aranha mais “completo”, na construção de um produto nós teríamos começado pelo mais básico. Nesse estágio, somos muito fãs de um movimento que vem ganhado muita força ultimamente: o no-code. Se você quiser ler mais sobre o assunto, temos um texto super interessante já publicado aqui.

Mas de forma alguma isso significa que aquele é o seu produto final.

Uma vez que as hipóteses foram validadas e houve aderência ao produto, chegou a hora de começarmos a fazer incrementos e adaptarmos funcionalidades já existentes às necessidades dos nossos clientes/usuários. Desta forma, baseado em insights reais, conseguimos entender o que o mercado espera do nosso produto e criar um novo roadmap baseado nessas direções que nos foram dadas.

Nesse estágio, chegamos ao Homem-Aranha desenhado em 1 minuto. Temos um produto funcional e com alguns incrementos, já muito mais completo que o primeiro e adaptado às necessidades que fomos descobrindo ao longo do caminho.

O Produto Final

Após algum tempo rodando, novos incrementos são lançados regularmente e nosso produto está cada vez mais completo, estamos chegando perto do Homem-Aranha desenhado em 10 minutos. A empolgação é enorme, depois de anos de desenvolvimento vamos chegar no nosso produto final.

Apenas para descobrir que ele não existe.

Nunca vai existir um produto final, os grandes players de tecnologia estão em constante evolução e adaptação mesmo após décadas no mercado, para citar um exemplo, o Instagram teve que se reinventar para competir com o TikTok, desenvolvendo o Reels e criando mecanismos que incentivassem seus usuários a usar a nova ferramenta.

Assim, a jornada do desenho se assemelha muito com a do produto. Se o autor do vídeo tivesse 1 hora, ele conseguiria deixar o Homem-Aranha ainda mais incrível, seja adicionando cores, desenhando todo o seu corpo ou até mesmo criando uma versão totalmente nova do traje do super-herói. E o mesmo acontece com o produto digital, quanto mais tempo for passando e mais dados/insights forem sendo coletados, mais assertivo será aquele produto para o seu público alvo.

Ao mesmo tempo, é importante entender que para coletar esses dados e insights seu produto deve estar rodando e sendo utilizado por usuários reais. Então não deixe o seu “Homem-Aranha de 10 segundos” na gaveta enquanto está em busca do desenho (a.k.a produto) perfeito.

Aqui na Inventos, adoramos falar sobre esse e outros assuntos relacionados.

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