Essa é a minha história: Como me tornei a primeira UX Writer da Juno
Aqui não vou apresentar técnicas de escrita, ou mesmo o passo a passo da carreira perfeita. Esse texto é sobre o meu desenvolvimento profissional até me tornar UX Writer.
Junto dos meus delírios adolescentes, já quis ser diplomata, arquiteta, mas sempre me imaginei naqueles filmes que mostravam a correria de grandes escritórios de tecnologia. Ao longo dos anos me aproximei da área criativa e foi então que entrei para o curso de Design de Produto na UFPR. No primeiro ano, já estava decepcionada com o curso.
Sempre me perguntava: "Por quê fazer mais cadeiras? E se eu não for uma grande designer de móveis?".
Quer café?
Comecei a trabalhar com café, isso mesmo, café. Sempre gostei muito de café e foi essa bebida tão brasileira que me levou a ter experiências incríveis nesse mundo. Aprendi a me comunicar, a trabalhar com pessoas e entender seus gostos, além de conhecer todo o processo que está por trás daquela xícara na mesa da cafeteria.
Alô, Otávio Linhares, valeuzão pelas aulas sobre esse universo e dos papos mais aleatórios na bancada do café.
No meio da rotina entre café e faculdade, descobri o Design Thinking e comecei a ver o mundo de outra forma. Então, decidi explorar: conversei com gente que era referência, participei de Service Jams, Workshops, Meetups… E foi assim que a chama do design reacendeu dentro de mim.
Eu precisava testar se isso que eu estava vivendo fazia sentido, e então comecei a buscar vagas que se encaixassem com o meu perfil dentro de empresas de Tecnologia e Design.
O que fazia sentido para o meu momento era Customer Experience, mas porquê? É uma área que coloca o usuário no centro das decisões e proporciona experiência em cima disso. Além de tudo, tem empatia com o cliente. Então, fiz diversas entrevistas e uma delas foi com a Juno (na época Boleto Bancário). Logo me identifiquei com os valores daquela empresa na qual trabalhavam apenas 42 pessoas, fazendo tudo acontecer.
Essas empresas que trabalham com tecnologia e design, eram as famosas Startups do Vale do Pinhão em Curitiba.
Startupeira, que fala?
Minha jornada foi cheia de aprendizados, ajudei a construir os processos de comunicação da área com outros times principalmente financeiro e cartão de crédito. E é claro que coloquei o processo de Design Thinking em prática nos projetos que fiz parte nesse tempo. Nunca foi segredo que meu objetivo era trabalhar na construção de produtos digitais de forma mais ativa, então sempre procurei me envolver em validações dos produtos construídos pelos designers, em dinâmicas que envolviam a área.
Durante esse tempo tive oportunidade de estudar UX Writing, e, quando li o texto da Dani Cruz em UX Writing para o Fim do Mundo, tive certeza de que eu estava no caminho certo.
Trabalhando com CX, vivíamos com dificuldade de comunicação com o time de Product Design, por isso precisávamos de alguém que olhasse com carinho para a comunicação entre os times. Essa foi a minha chance de brilhar, trabalhando próxima aos Designers e Product Managers. Já na minha primeira ação, propus para o João Landeiro (PM), uma imersão com o time de Experiência do Cliente para entender quais eram nossas dores, o fluxo de trabalho, e para ter a chance de conversar com os nossos clientes.
De repente tudo mudou…
Durante esse período de imersão, me deram a tarefa de construir o fluxo de comunicação do novo Onboarding da Juno em 5 dias. Recebi o briefing, cronograma e a data de entrega, coloquei a mão na massa, com as referências que aprendi lendo Em busca de boas práticas de UX Writing e com o curso UX Writing da Aldeia. Apresentei a proposta aos designers e recebi feedbacks muito valiosos. Após esse desafio, a Juliana Nieri, que na época era coordenadora de Product Design, me apresentou a oportunidade de trabalhar como UX Writer em paralelo ao meu trabalho no time de CX.
Passei meses no papel duplo de CX e UX Writer, e isso me trouxe algumas vantagens:
O primeiro projeto que assumi para criar conteúdo estratégico foi o Pix. Foi um momento muito rico por eu estar muito próxima da comunicação com o cliente, o que fez com que os textos estivessem condizentes com o vocabulário do cliente e a voz da marca.
Além disso, facilitou a construção de um novo fluxo de lançamentos de produtos com o time de Customer Experience, o que gerou valor às entregas da área. Assim tivemos o primeiro lançamento com maior desempenho nos atendimentos de tempo real.
Cada dia que passava, minha vontade de fazer mais e aprender mais não me deixava ficar quieta, então fiz o curso da Mergo com a Cris Luckner. Que aliás, super recomendo para quem está começando e quer saber como colocar UX Writing na prática. Após muito estudo e dedicação hoje já são 2 meses que estou trabalhando integralmente com o @junodesignteam.
Meu objetivo agora é construir um fluxo de trabalho com os designers para inserir o UX Writing no processo de design do time. Logo volto e conto um pouco mais sobre como está sendo essa construção.
Coisas que aprendi nessa jornada
- Pode haver decepções ao longo do caminho, mas isso não quer dizer que o ponto final é ali.
- Se for possível, encontre um lugar que se identifique com os valores, cultura e forma de atuar no mercado;
- Nem sempre você vai entrar pela porta da frente;
- Deixe claro para a sua liderança sobre o que deseja para a sua carreira;
- Converse com as pessoas que estão envolvidas e são referência com a profissão que você tem interesse;
- Talvez esse seja meu tópico favorito. Teste sempre que tiver oportunidade o que acabou de aprender. :)
Se você está migrando de área ou encontrando o seu lugar, uma dica: continue firme, experimente algo novo, é possível.
Agradeço a todas as pessoas que fazem essa jornada ser ainda melhor, em especial a Crícia Silva, Rafael Zabotini, Caio Fermiano, Isabella Bonfitto e Yasmin Lima.
Quer fazer parte do time de Design da Juno, você pode: Temos vagas! 💙 #tamojuno