PREMIAÇÃO

Manual de Sobrevivência na Quarentena recebe Menção Honrosa no 1º Prêmio de Jornalismo Inclusivo

Promovido pelo Portal dos Jornalistas em parceria com a HBO Latin America, prêmio reconhece a qualidade do trabalho dos estudantes do primeiro ano de Jornalismo da FAAP

LabJor
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9 min readDec 13, 2020

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Na última quarta-feira, 9 de dezembro, o Portal dos Jornalistas anunciou os vencedores do 1º Prêmio de Jornalismo Inclusivo, realizado em parceria com a HBO Latin America. O projeto procura incentivar e reconhecer os melhores trabalhos jornalísticos que fazem uso da linguagem neutra ou inclusiva. O Manual de Sobrevivência na Quarentena, produzido por estudantes do primeiro ano de jornalismo com a colaboração de colegas do 2º ano, recebeu uma menção honrosa.

Apesar de o prêmio ser dedicado apenas a profissionais, o júri se impressionou com a qualidade do material jornalístico enviado pela turma de 2020 e decidiu conceder uma menção honrosa aos estudantes de jornalismo:

“Foi uma grata surpresa receber entre os inscritos um trabalho tão bem estruturado, recheado de conteúdo relevante e com uma edição extremamente moderna e atraente como foi o Manual de Sobrevivência na Quarentena, afirma Fernando Soares, editor do Portal dos Jornalistas e coordenador do Prêmio de Jornalismo Inclusivo. “Não prevíamos uma categoria para estudantes e por isso o trabalho infelizmente não pode concorrer entre os demais inscritos profissionais, mas os elogios entre os membros da Comissão Julgadora foram tantos que entendemos ser mais do que justo conceder uma Menção Honrosa aos alunos participantes”.

O Manual teve a supervisão da professora Mônica Rodrigues da Costa e da coordenadora do curso de Jornalismo da FAAP, Edilamar Galvão — veja no final desta matéria a “Palavra da Coordenadora”.

O que diz a professora e jornalista Mônica Rodrigues da Costa

“Adorei a ideia de o gênero neutro ser uma necessidade imediata. Nossas revisões emergenciais provocaram retrabalhos, mas o entusiasmo e a força e crença no que ‘es alunes’ faziam me encantou e me fez rememorar grandes fechamentos que já fiz nesta vida.”

CONHEÇA A EQUIPE QUE PRODUZIU O MANUAL

Ana Luiza Sousa Peixoto, 18 anos

“No dia 3 de fevereiro, entrei na sonhada faculdade de Jornalismo e em março já entramos na quarentena. A ideia do Manual foi uma substituição de outro projeto que faríamos presencialmente, mas tivemos que adaptar para o online. Confesso que tive medo no começo, pois não tinha experiência nenhuma e estava um pouco perdida com o formato do ensino remoto, o qual nunca havia experimentado. Foram alguns meses de produção de texto, edição, revisão e algumas inseguranças, mas que no final resultou em um lindo trabalho em equipe da qual tenho muito orgulho de ter feito parte!!”

Beatriz Novik Falcão, 19 anos

“Com o início da quarentena, a pauta da reportagem decidida pelo primeiro semestre de Jornalismo de 2020 da FAAP teve que mudar, vistas as condições em que nos encontrávamos no momento. Eu jamais havia feito uma reportagem sequer, portanto, estava entusiasmada com o trabalho que teríamos pela frente. Claro que houve momentos de insegurança quanto ao resultado final, entretanto, ao me deparar com ele [ver o resultado final], fiquei extremamente satisfeita! Meu primeiro trabalho como aluna da faculdade que eu tanto amo é um orgulho não só para mim, mas para o resto da equipe. É gratificante ver que nosso Manual de Sobrevivência na Quarentena, feito com tanta dedicação e união, tenha recebido tamanho reconhecimento!”

Caio Fluckiger, 22 anos

“A produção do Manual foi desafiadora para todos — ou todes — , mas principalmente para mim. Nunca tinha sequer ficado perto de realizar uma reportagem. Além disso, o momento único de pandemia que ainda vivemos e que precisou ser debatido. Como resultado, um Manual com um intuito ambicioso — destrinchar a quarentena e, de forma despretensiosa, ajudar as pessoas a partir da ótica de nós, alunes.”

Daniel Chammas, 21 anos

“Fiquei extremamente feliz com a menção honrosa ao Manual de Sobrevivência na Quarentena. A linguagem neutra ou inclusiva é um movimento de vanguarda nas mídias e na literatura contemporâneas, sendo necessário, como comunicadores, entendermos que a língua foi construída numa sociedade machista e patriarcal. Apesar de muitas pessoas acharem “feio” ou estranharem pronomes neutros, torná-los comuns enriquece o tecido social ao quebrar o padrão binário de gênero. É perceber a necessidade de mudança na língua para representar a todes, e também para abrir a possibilidade de novas formas de expressão que vão além do masculino e feminino.”

Giovanna Oriani, 18 anos

“Realizar um trabalho como o Manual de Sobrevivência na Quarentena logo no primeiro semestre do curso de Jornalismo foi uma experiência desafiadora porém incrível. E ver nosso trabalho ganhando esse reconhecimento dá o sentimento de dever cumprido.”

Isabela Andrade, 23

Isabela foi a responsável pela arte do Manual! Da organização do livro digital ao grid do Instagram, seu perfeccionismo a fez testar paletas de cores e propostas de design uma mais linda que a outra.

João Quartim, 26 anos

“Foi gratificante sermos reconhecidos por um projeto em que colocamos tanto esforço. Tivemos ainda a oportunidade de sermos orientados pelas professoras Edilamar Galvão e Mônica Rodrigues da Costa, profissionais que tanto admiro.

Fico feliz de dividir este momento com meus colegas que se esforçaram igualmente para que o Manual fosse feito com rigor.”

Maria Paula Trilha Storti, 18 anos

“Logo no primeiro semestre nos deparamos com o desafio das aulas online, não foi nada fácil! No entanto, foi com projetos como o Manual que nos unimos e passamos por isso. Fico muito feliz e satisfeita ao ver o nosso trabalho, feito com tanto carinho e dedicação, receber esse reconhecimento merecido!”

Maria Sampaio, 18 anos

“A oportunidade de fazer parte desse projeto no primeiro semestre da faculdade foi incrível. Apesar da pandemia ter imposto diversas dificuldades para o ensino, conseguir tornar isso um projeto foi uma experiência única.”

pedro a duArte, 23 anos

“Me recordo que logo nas primeiras semanas de aula vimos na disciplina de Técnicas de Reportagem e Investigação — disciplina para a qual produzimos o Manual — os Códigos de Ética que regem o ofício do jornalista. Ao ler esses documentos, tive a certeza de que havia escolhido a profissão correta. Dentre os princípios do Jornalismo, destaca-se o dever de um jornalista “participar ativamente na transformação social para a melhoria democrática da sociedade” segundo o Princípio VIII dos Princípios Internacionais da Ética Profissional no Jornalismo. Também o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros — publicado pela Fenaj em 2007 — afirma que é dever do jornalista “defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas” (Art 6º, XI), assim como “combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza” (Art 6º, XIV).

Desta forma, é de meu entendimento que, enquanto jornalistas, nós também temos o dever de defender grupos que foram historicamente marginalizados. Mais que isso, é nosso dever fazer o que estiver ao nosso alcance para que tais grupos atinjam enfim a mesma liberdade e igualdade perante o resto da sociedade. Tendo em mente este senso de dever a ser cumprido, e sabendo que o público-alvo do Manual seria composto por jovens universitários — dentre os quais, diversos LGBTI+s que fazem uso do gênero neutro — , sugeri que usássemos o gênero neutro ao longo do texto. Aproveitando, assim, o espaço experimental do LabJor FAAP para trazer atenção a um novo uso da língua portuguesa de forma a incluir não apenas pessoas que não se identificam com o sistema binário de gênero, como também todas as pessoas que se identificam dentro desse sistema.

Fiquei muito feliz com a notícia de que nosso Manual, feito com tanto empenho e dedicação por uma equipe que admiro tanto, recebeu esta menção honrosa. Tenho certeza de que eu e meus colegas somos o futuro do Jornalismo Brasileiro. E espero que o Prêmio de Jornalismo Inclusivo continue pelos próximos anos, mostrando a necessidade de continuarmos participando ativamente da transformação social e relembrando aos jornalistas seu dever com seu público.”

Baixe aqui o Manual de Sobrevivência na Quarentena

E a gente não para!!! Dando continuidade ao projeto, produzimos ao longo do segundo semestre a segunda parte do Manual. Você pode conferir no link a seguir:

Palavra da coordenadora:

12 de março de 2020: níver surpresa e anúncio da suspensão das aulas. E a turminha que fez o Manual está toda aí ❤️

É início de fevereiro. Primeiro semestre do curso de Jornalismo na FAAP. A disciplina: Técnicas de Reportagem e Investigação, ministrada por mim e pela professora Mônica Rodrigues da Costa. A proposta: produzir uma reportagem sobre o que é ser calouro na FAAP, nos 20 cursos da instituição, e dar o caminho das pedras sobre todas as exigências, desafios e possibilidades para os próximos quatro anos de faculdade.

12 de março: meu aniversário — a classe fez uma surpresa para mim 🥰. Mas, no final da tarde desse mesmo dia veio o anúncio de que as aulas presenciais estariam suspensas 😱.

20 de março: ligo meu computador e adentro o novo mundo das aulas remotas 👩🏻‍💻: meus alunos de primeiro semestre de Jornalismo? Como eles receberão tudo isso? Menos de 50 dias de aulas presenciais… Meu coração estava na mão. No nosso primeiro encontro remoto, o medo, a frustração, a incerteza estavam todos lá. Mas também compareceu a certeza de que passaríamos por tudo isso juntos 🙏🏼 E o trabalho? A proposta veio delas e deles.💡

“Meus Deus! Nada mais jornalístico que isso! Um Manual de Sobrevivência na Quarentena! Nossa, essa galera promete,” pensei! Mais uma nova proposta: “Queremos fazer o Manual utilizando a linguagem neutra”. “O quê?” E veio toda a argumentação de que era necessário utilizar a linguagem inclusiva. “Sim, vocês têm razão, vamos nessa!”

A partir daí, na quarentena, foram dias e tardes e noites de uma dedicação intensa desses alunes! Acompanhados mais que de perto pela professora Mônica Rodrigues da Costa. Experimentaram o “refazer”, “rechecar”, “reescrever”, “re-revisar” à exaustão. 👨🏻‍💻 👩🏻‍💻🧑‍💻👩🏻‍💻👩🏼‍💻 👨🏼‍💻 Da apuração à redação, da organização à arte final, tudo feito pelos alunes.

12 de maio: O Manual de Sobrevivência na Quarentena vai ao ar no LabJor.💻📲

10 de agosto: Volta às aulas! ❤️ Online… 😏 Mas, vamos que vamos!

27 de agosto: Uma surpresa inesperada:😮 O 1º Prêmio do Jornalismo Inclusivo promovido pelo Portal dos Jornalistas e pelo canal HBO. Não havia categoria para estudantes, mas decidimos nos apresentar assim mesmo. Obtivemos autorização para inscrever e enviar nosso material.

Mensagem da coordenadora do curso de Jornalismo da FAAP no grupo de whatsapp do segundo semestre em 27/08/2020, quando descobriu o Prêmio de Jornalismo Inclusivo no Portal dos Jornalistas. Ao lado, métrica aferida na página do LabJor em 8 de dezembro de 2020 mostra que 267.700 usuários únicos viram o post de Manual da Quarentena no Instagram

9 de dezembro: O Manual da Sobrevivência na Quarentena recebe essa menção honrosa, que será entregue na forma de um certificado para todes alunes autores. 🎉🏅

Não posso deixar de agradecer ao Portal dos Jornalistas por ter acolhido nossa inscrição e ter nos agraciado com a menção honrosa.

2020: um ano tão difícil, tão cheio de desafios, com tantas notícias tristes. Nada poderá minimizar as perdas que foram vividas por tantas pessoas no mundo inteiro.

No entanto, é motivo de orgulho e comemoração saber que estudantes de jornalismo, no seu primeiro ano de faculdade, não se furtaram a exercer o papel que os espera como profissionais formados: abraçar o presente e prestar serviço para os cidadãos. Era isso o Manual de Sobrevivência na Quarentena: Trazer informação e ajudar os estudantes a enfrentarem essa situação acadêmica tão atípica.

Jornalista não deveria escrever isso, mas a verdade é que eu não tenho palavras para o meu orgulho e minha alegria por esses alunes todes. Pela dedicação, garra e ousadia. Alunes, o mérito é todo de vocês!

Edilamar Galvão — coordenadora do curso de Jornalismo da FAAP

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