O legado de Richard Williams

André Barroso

LabJor
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3 min readSep 15, 2019

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Ilustração de Rafa Milani em homenagem a Richard Williams, produzida especialmente para esta matéria do LabJor.

Se você não faz parte da indústria da animação, é provável que nunca tenha ouvido falar de Richard Williams. Mas certamente você já ouviu falar de Roger Rabbit, da Pantera Cor-de-Rosa, de Casino Royale, do Scrooge e da Raggedy Ann. Ou seja, sem saber, você já conhecia Richard Williams.

Um dos maiores nomes da história da animação, ele morreu em 16 de agosto, aos 86 anos, em Bristol, na Inglaterra. Nesse dia, animadores das mais diversas técnicas devem ter parado de animar por um momento e sentido como se um parente muito próximo tivesse falecido.

Richard Williams trabalhando em seu estúdio em Bristol, Inglaterra. Foto/ Reprodução AMPAS.

Pergunte a qualquer estudante de animação e muitos lhe dirão que a primeira pessoa da qual ouviram falar em aula foi Williams. Mestre na arte da animação tradicional 2D, na qual se cria um movimento a mão com nada além de um lápis, um olhar atento e muitas folhas de papel, o animador viveu 74 de seus 86 anos na frente da mesa de luz, inventando peripécias que surpreendem toda a indústria até hoje.

Apesar disso, era um apaixonado por todas as formas e técnicas de expressão da animação e encorajava profissionais e amadores a animar em todas as plataformas possíveis. Suas descobertas e criações foram reunidas no livro Manual da Animação, uma das maiores referências para estudo de animação disponíveis no mercado.

“Tudo o que ele queria era aperfeiçoar seu trabalho e que os outros se desenvolvessem também”, resumiu sua filha, Natasha Sutton Williams, em um artigo para o site de críticas de cinema Little White Lies, no dia 23 de agosto de 2019, uma semana após a sua morte.

Nesta reportagem-homenagem realizada para o LabJor FAAP, trazemos não só detalhes da vida e da obra de Richard Williams como visões afetivas sobre a importância de suas obras. A começar por sua biografia, em Uma Vida Dedicada à Arte da Animação.

Nos textos “Uma Cilada para Roger Rabbit” — Bumping the Lamp e “The Thief and the Cobbler” — Magnus Opus, eu, que também estudo Animação, recordo o impacto que tiveram em mim os filmes Uma Cilada para Roger Rabbit — um dos trabalhos mais aclamados de Williams — e The Thief and the Cobbler, um filme bastante singular que demorou mais de 30 anos para ser produzido.

EmPrologue” — Um Grande Final, Natália Grego fala das impressionantes ferramentas técnicas usadas por Williams para apresentar uma narrativa ímpar no curta-metragem Prologue, o último filme do animador.

Já no texto “Manual da Animação”— Carta-Resposta, Rafa Milani, autora da ilustração de capa desta reportagem, explica por que o Manual da Animação, publicado em 2001 pela Faber and Faber, é considerado a Bíblia dos animadores, um livro já traduzido para nove línguas distintas — incluindo o português — de acordo com o The Hollywood Reporter.

Por fim, na GALERIA: “Como Richard Williams fez parte da minha história”, reunimos testemunhos de vários integrantes da indústria brasileira e internacional, incluindo lendas como John Musker, Rosana Urbes, Michael Dudok de Wit, Marão e Bill Plympton. Estudantes, professores e profissionais da área relatam a relevância e a importância que Richard Williams teve em seus estudos e abordagens.

Então, se você conhece ou não o trabalho dele, continue a leitura e mergulhe nesse universo repleto de animação. O legado de Richard Williams é para ser lembrado por todas as futuras gerações.

Citando a música que os desenhos cantam em Uma Cilada Para Roger Rabbit:

“Smile, darn ya, smile! You know this old world is a great world after all!” ("Sorria, maldito, sorria! Você sabe que este velho mundo é um grande mundo, afinal!")

Williams posa diante de Roger Rabbit, um de seus mais famosos personagens. Foto/ Reprodução AMPAS.

André Barroso, 21, é aluno de Animação da FAAP.

Para acessar esta reportagem em inglês, clique aqui.

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