8 cuidados para amar ainda mais sua vagina e sua vulva.
Diquinhas básicas pra manter a saúde e o autoconhecimento da ppk em dia.
Muitas mulheres ficam vulneráveis a infecções recorrentes e outros probleminhas por acreditarem no conto da carochinha inventado pelo patriarcado de que vagina e vulva são sujas. Essa história, além de ser falsa, foi a base para a indústria promover N produtos que prometem cuidar da sua ppk, mas, no fundo, fazem muito mal e prejudicam sua saúde. Coitada da vulva que carrega todos os tabus e distorções que a sociedade criou em cima dela… Então aí vão alguns conselhos simples para desmistificar essa região e dar muito amor diário pra ela! Sua ppk e sua saúde agradecem. ;)
1. Deixa a ppk respirar!
Isso mesmo, bebê. O ar também precisa circular nessa região. Isso porque existem milhares de fungos e bactérias que coexistem na nossa flora vaginal e colaboram pra que tudo flua da maneira correta. Abafar um ambiente úmido e quentinho pode favorecer o aumento de infecções como a candidíase.
Tem vários jeitinhos de ajudar sua ppk a ficar mais arejada: evite usar roupas muito apertadas ou abafadas por muito tempo, evite calcinhas de tecido sintético ou muito apertadas (fio dental só naquele dia especial, ok?), prefira calcinhas de algodão e, melhor ainda, prefira ficar SEM CALCINHA sempre que possível, especialmente pra dormir! #vulvafree.
Ah! Um banho de sol de vez em quando também ajuda a manter a flora vaginal equilibrada, além de fortalecer nossa imunidade. Pra quem sofre de candidíase recorrente e outros corrimentos e coceiras, o banho de sol é essencial.
2. Lave a VULVA apenas com água!
Atenção: eu disse VULVA! Não confunda com a vagina (canal interno). A vulva é toda a parte externa da nossa região íntima, e ela precisa ser lavada com água. Inclusive, é sempre bom dar uma boa enxaguadinha nas entranhas dos grandes e pequenos lábios.
A única parte que “precisa” de sabão é onde tem pelos, porque normalmente é onde o suor aglomera. Prefira sabonetes líquidos ou de glicerina e evite os sabonetes comuns e em barra. Na dúvida, vai só de água mesmo que não tem erro.
A vulva não é suja nem precisa ser esfregada com mil produtos e cremes pra estar higienizada — isso é uma distorção da sociedade sobre nossos corpos e prejudica a saúde e equilíbrio biológico da região.
3. Ducha vaginal? N-U-N-C-A-!
Mais uma mentira que contaram pra gente: nossa vagina (dentro) não precisa ser lavada! Nem com água, muito menos com sabão! Nem depois de menstruar ou depois de uma ejaculação interna. Nunca mesmo.
Nosso corpo é biologicamente inteligente e o canal vaginal é autolimpante. Além do mais, nem sujo ele é. Fazer duchas internas PREJUDICA MUITO a mucosa e a flora vaginal, que está ali para nossa proteção. A gente acaba matando os micro-organismos “do bem” que protegem a saúde da região, ficando desprotegidas e facilitando a contração de infecções.
4. Oi, sumida!
Mantenha o hábito de dar um “olá” pra sua vulva com um espelho. Isso te ajuda a ser mais consciente do que acontece nessa região do corpo que, como qualquer outra, pode apresentar alterações que precisam ser observadas. Se você não olhar pra ela, não vai saber se apareceu uma verruguinha, uma fissura ou algo que precise de atenção. Muitas vezes você nem sente a alteração.
Além disso, é importante conhecer bem o seu amigo MUCO (que também não é sujeira). Normalmente as características dele mudam ao longo do seu ciclo, então acompanhá-lo de perto te ajuda a entender suas fases, inclusive a identificar se você está no período fértil ou se algo está fora do normal (lembrando que cheiro de ppk e muco SÃO NORMAIS).
Todas as vulvas são diferentes umas das outras, então é importante entender a SUA. Este é um exercício para conhecer, compreender e cuidar do seu corpo. Deixa de preguiça e vai dar uma espiadinha aí embaixo com seu espelhinho.
5. PPK tem cheiro de… PPK!
Uma vulva saudável tem cheiro de vulva, minha gente. Ter cheiro e um pouco de corrimento é normal. Essa região é fisiologicamente úmida mesmo. Nada de cair no conto do vigário que a indústria inventou de que precisa ter cheiro de flores e tacar um monte de produtos na região. O único bem que isso faz é pro bolso das empresas que estão lucrando, porque na maioria das vezes esses produtos destroem sua flora vaginal.
Ah! Isso inclui os famosos protetores diários (quando usados todo dia/toda hora, fora dos dias da menstruação). Sua calcinha já é feita para ser um protetor. Você não precisa de um protetor para o protetor. Eles abafam a região, impedindo sua vagina de respirar e proporcionando o ambiente perfeito para a proliferação de micro-organismos. Então se você não tem nenhuma alteração patológica de cor, cheiro, ardência ou coceira, deixa seu muco, sua vulva e sua vagina em paz.
6. Bota ela pra mexer!
Sua vulva é cheia de músculos e movimentar essa região é super saudável! Existem muitas práticas simples de exercícios pélvicos, pompoarismo e outras linhas de “ginástica íntima” que você pode praticar em casa.
Contrair e relaxar os músculos dessa região é fundamental para fortalecer as paredes musculares, o que evita a flacidez vaginal, auxilia na lubrificação, reduz os sintomas da menopausa e TPM, ajuda na preparação e recuperação do parto e melhora a sensação do orgasmo, tornando-o mais intenso e duradouro. Gostou, né? Movimenta essa ppk!
7. Ame & Goze.
Esbanje da exploração íntima e se toque! Descubra do que você gosta e como gosta. A masturbação melhora a vida sexual, o autoconhecimento, a ansiedade (por causa das substâncias ligadas à sensação de prazer e bem-estar liberadas durante o ato) e a qualidade de vida. Masturbar-se é muito importante e muito gostoso! Esse corpitcho é todo teu e você merece se amar e se dar prazer!
Se você sente alguma culpa ou amarra com relação a masturbação, talvez seja legal refletir da onde vem esses tabus… Considerar a masturbação errada é uma grande sabotagem. Sua libido também precisa ser estimulada. Pensar no que te dá prazer e explorar seu corpo com a masturbação é normal e saudável! Isso aumenta sua percepção corporal e te ajuda a ter uma vida sexual plena. ❤
8. Encontre o seu jeitinho de acompanhar seu ciclo.
Algumas manas curtem anotar tudo em aplicativos especializados para o acompanhamento do ciclo menstrual (só vale ficar atenta no quão confiável é colocar seus dados ali). Também tem quem prefere os caderninhos (estilo planner ou mandala lunar). O importante é encontrar a forma que mais combina com você de acompanhar as fases, mudanças e padrões (físicos e hormonais) do seu corpo e do seu ciclo. Essa é uma prática de autoconhecimento muito bacana, mesmo que você não seja uma pessoa que menstrua.
Existem muuuitos formatos de conteúdos produzidos por profissionais com informações incríveis que fazem toda diferença para a saúde da nossa ppk, além de desmistificar as nóias que a gente constrói socialmente na cabeça. Por aqui, vamos deixar a indicação de alguns dos nossos preferidos:
- O perfil no Instagram da fisioterapeuta pélvica Claudia Milan (@sosperineo);
- O livro Viva a vagina: Tudo que você sempre quis saber, das autoras Ellen Stokken Dahl e Nina Brochmann;
- Os programas de podcast Ventre Nós, Lasciva Lua e Ginecologia Natural — Por Bel Saide (este último já teve essa publicação aqui só sobre ele).
