Chamadas abertas e um ano de Brazilian Street Art: Lambe-Lambe exhibition
Com curadoria de Sheila Zago, a exposição reuniu o Lambes Brasil e The Nomad Curator em uma apresentação da cultura do lambe-lambe aos cidadãos libaneses
Há um ano atrás acontecia a exposição Brazilian Street Art: Lambe-Lambe exhibition, no Brazil-Lebanon Cultural Center (Brasiliban) em Beirute, Líbano. A exposição reuniu o Lambes Brasil e a The Nomad Curator, com curadoria de Sheila Zago, além da presença dos artistas Alberto Pereira (RJ) e Amaro Abreu (RS), selecionados na chamada Awesome Without Borders da The Nomad Curator - e em residência artística por Líbano e Egito.
Mas por que no título estamos falando de dois assuntos distintos? Qual a relação de chamadas abertas e exposição no Líbano?
Caso você esteja nos acompanhando agora e não saiba, o Lambes Brasil surgiu para valorizar mais e mais a linguagem do #lambelambe em território nacional e internacional. Valorização entendemos por comunicar iniciativas em diferentes estados, divulgar trabalhos de artistas, promover um canal de comunicação com entrevistas, tutoriais, além de criar as nossas próprias iniciativas.
Atualmente essas são as maneiras que temos encontrado de fazer isso (não significa que sejam as melhores). E, principalmente, por meio das chamadas abertas cada vez mais reunimos artistas localmente, nacionalmente e internacionalmente. Criamos uma rede que sai do virtual para o real.
Chamadas abertas: são eventos realizados por produtores locais / artistas que, normalmente, unem-se para montar a estrutura de um evento de lambe-lambe: recebem os materiais por meio de correios dos artistas, criam programações de oficinas, debates, troca de conhecimentos e, por fim, colam.
Como canal acreditamos que as chamadas abertas multiplicam de forma mais intensa a cultura do lambe. Elas unem os artistas locais para produzir, artistas de outros estados para contribuir, aproximam artistas de outras linguagens para assistir e conhecer, unem profissionais de produção, design gráfico, fotografia, video makers, fornecedores de materiais e por fim a população.
Ano passado realizamos em conjunto com artistas argentinos e brasileiros o PEGLAM em São Paulo e Buenos Aires, além da chamada Papiiro, que contou com oficina de lambes de artistas brasileiros em uma comunidade no Egito e uma pocket expo no Líbano.
Esse ano demos suporte em comunicação a eventos em Manaus, Recife, São Paulo e,agora, em Goiania. Além de uma iniciativa co-produzida por nós e residentes do programa SOLTO, que apoia projetos e promove cursos com foco em cultura urbana no Rio de Janeiro. O projeto, chamado de BANDEIRARTE teve a participação curatorial do artista português ± Maismenos.
E assim seguimos. Somos gratos aos que plantam as sementes pelo Brasil. Temos consciência de que temos papel nesse semear. Nós continuaremos regando e fertilizando pra fomentar mais a cena. E, quanto mais surgir uma cena unida, que se respeita, dialoga e que é ativa, mais conseguiremos mostrar o potencial do lambe e seguir pro nosso próximo passo: eventos com patrocínio, residências artísticas por meio de editais e parcerias privadas, pra fazemos com que exista movimento de arte e dinheiro. Afinal, pra fazer lambe precisamos imprimir, comprar tinta, investir. E tudo isso custa… dinheiro.
Sigamos fazendo Arte trabalhando e da arte um Trabalho.
O Lambes Brasil é um canal independente. Feito por e para artistas com o propósito de fomentar e valorizar o lambe-lambe no contexto da Arte Urbana Brasileira, fortalecer o cenário aos artistas e produtores, gerar reconhecimento da técnica e prática artística perante o público, o mercado, os órgãos governamentais, empresas, entidades culturais e demais linguagens artísticas.
