tudo tá vindo ao topo
beirando minhas margens
transbordando minha pele
me virando do avesso
no melhor de mim
eu fiquei
porque eu queria ver
se eu te tirava
do seu centro
Parece que na quarentena
Tudo que devemos fazer
É tentar não morrer
Odiar é permitido
Gritar é permitido
Sentir e jogar raiva para o mundo
Também estão permitidos
Mas morrer não
Não agora.
A taça de vinho que caiu
A mesa que tremeu
A ação não reprimida
O cidadão perdido em desejo
Dominado pelo fato de querer ser dominado
Olha pra baixo como quem foge da luta
Aos Sons que vertem
Opostos
Eu tu eu tu eu
não mais ninguém
Aos Sons que não soam
do silêncio
Nós
inteiros partidos
não sei eu
não sei tu
sei que?
sei não
éter
partícula de Deus
corpos munidos de massa
elementar quintessência
de quânticos místicos
que se chocam pela existência
que sem isso se negaria
meus espíritos
se odeiam
minha carta
é a do diabo
minha mente
é meu relento
meu corpo
plataforma de sofrimento
a seriedade
mora numa caixinha
de papelão
Dancei você
Todinho
Escorrendo pelos
Meus ouvidos
Me embalando
Pelas pernas
Me subindo até