Tenho andado correndo
Parada sem freio
Metendo arreios
Um tanto desembestada
Talvez saturada
De tanta loucura sem satisfação
Tenho sofrido sorrindo
Corro o suficiente pra achar que não me canso
Você está em todos cantos da casa
Da sala, da cama
Dos espaços que eu queria ocupados por você
Não me cessa a vontade de te ver
10 da manhã. Atrasada de novo.
Bafo matinal, cc, não perde a mania do ventilador no máximo e edredom mesmo no topo do calor. Diz que silêncio é barulhento e sono gosta é de vento. Faz 500 ml de café. Mente. É 1 litro por dia. Aliás, bom dia.
Gritando calada
Estranhamente controlada
Mesmo embebida em raiva
Talvez domesticada
Pelo o que vem e não tem solução
- não há gaveta?
- não, não há.
- e todo o resto?
- também não há.
- e o que sobra?
- não é teu.
tudo tá vindo ao topo
beirando minhas margens
transbordando minha pele
me virando do avesso
no melhor de mim
eu fiquei
porque eu queria ver
se eu te tirava
do seu centro
E nós qué o que?
Se aglomerar em dupla
Alguém em cima, talvez
No ritmo que der
minha pornografia
é a palavra
Contornar
Teu corpo
Com a língua