O que os japoneses têm a dizer?

Gabriel Vinicius
Literamais
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3 min readJan 31, 2017

Absolutamente tudo e mais um pouco.

Posso agora me passar por um maluco em literatura japonesa, mas a verdade é que só comecei a ler autores nipônicos a partir de 2015, ano no qual me surpreendi pelo maravilhoso Minha Querida Sputnik” de Haruki Murakami. Desde então venho tentando conhecer mais autores japoneses e eis que encontrei recentemente dois nomes, Shusaku Endo e Kobo Abe.

O primeiro eu acabei descobrindo por causa do próximo filme do Martin Scorsese “Silence”, que é baseado em um romance de mesmo nome de Shusaku Endo. A história do livro relata por meio de cartas a viagem de uma expedição de padres ao Japão, em um período no qual o país perseguia e matava os seguidores da fé, época essa conhecida como o Século Cristão.

Shusaku Endo

O segundo autor, Kobo Abe, veio ao meu conhecimento depois de uma sucessão de acontecimentos, que começaram com a compra de um Playstation 4. Após adquirir o console, comecei a ler mais sobre os próximos lançamentos e lembrei que na E3 de 2016, um jogo misterioso tinha sido anunciado, de nome “Death Stranding”, idealizado pelo criador da saga Metal Gear, Hideo Kojima.

Hideo Kojima

Lendo matérias sobre o game na internet, descobri que Hideo Kojima possui um percepção aguçada sobre a vida, implementando em seus jogos conceitos humanos e questionamentos profundos sobre quem realmente somos, e Death Stranding não poderia ser diferente, a ideia do jogo tem como base um texto escrito por Kobo Abe, chamado Rope, que brinca com a ideia de varas e cordas, a primeira que nos afasta e a segunda que nos une, artifícios obviamente usados em seu novo jogo.

Por fim a inspiração de Kojima foi o gatilho para que eu procura-se conhecer o autor e consegui comprar (por um preço bem baratinho) na Amazon um dos poucos e únicos livros do autor impressos no Brasil.

Kobo Abe

Em “O Rosto de um Outro” acompanhamos a vida de um cientista no Japão do pós-guerra, que tem seu rosto desfigurado em um acidente de laboratório e que com seus conhecimentos acaba criando um rosto artificial, que serve como metáfora de sua identidade em um mundo em constante metamorfose.

Já estou na metade de “O Silêncio” e já posso considerá-lo um dos melhores livros que já li na minha vida, logo depois começarei “O Rosto de um Outro”, e assim que possível eu venho falar mais sobre eles aqui no Literamais

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Gabriel Vinicius
Literamais

Graduando em Ciências Econômicas na Unicamp e aficionado em Ficção Científica