Afinal, o que é acessibilidade digital?

Especial Podcast Colabs #4

De acordo com o IBGE, 8,4% da população acima de 2 anos tem algum tipo de deficiência, e isso representa mais de 17 milhões de pessoas. Registra-se ainda que quase 68% da população com deficiência acima de 14 anos não possui qualquer tipo de instrução ou ensino fundamental completo. Dados alarmantes não só para o mercado de trabalho, mas principalmente para a inclusão e acessibilidade destas pessoas na sociedade.

A pandemia acabou por acelerar um processo de transformação que vinha em curso, o que impactou ainda mais esse público: vimos um crescimento exponencial de novos entrantes no mercado digital, sendo muitos deles essas pessoas com deficiência que passaram a encontrar no digital a sua única opção para adquirir ou comercializar produtos ou serviços, por exemplo, mas ainda têm que encarar inúmeras barreiras de acessibilidade e usabilidade.

Isso elevou bastante a discussão a respeito da acessibilidade digital para todos. Afinal, o que é isso?

Acessibilidade digital é tornar acessível a todos qualquer produto ou serviço que esteja disponível na internet. O que infelizmente ainda não é uma realidade para milhões de pessoas. E para solucionarmos isso devemos pautar a nossa gestão de produto sempre respeitando os 4 princípios da acessibilidade:

1) Perceptível: é aquele conteúdo que pode ser percebido pelo usuário. Por exemplo, um vídeo sem legendas não é totalmente perceptível para pessoas surdas.

2) Operável: é aquele conteúdo que pode ser acessado e controlado pelo usuário. Por exemplo, um site que recarrega ou fecha sua página automaticamente depois de um certo tempo, reduz a acessibilidade para quem precisa de mais tempo para consumir o conteúdo.

3) Compreensível: é aquele conteúdo de fácil compreensão. Por exemplo, um site com títulos bem definidos e separados, de forma a organizar melhor a compreensão do usuário.

4) Robusto: é aquele conteúdo bem estruturado, para que possa ser interpretado por todos, incluindo as tecnologias assistivas.

Com uma transformação digital cada vez mais veloz, assim como surgem cada vez mais soluções assistivas, acessíveis e inclusivas, surgem também novos desafios. Por exemplo, até poucos anos atrás, não existiam soluções assistivas a pessoas cegas para ler emojis, o que já foi solucionado. Porém, hoje vemos o desafio dos stickers e figurinhas dos comunicadores como Whatsapp e Telegram que ainda não são entendidos pelas tecnologias assistivas voltadas a este público.

O boom digital pós-pandemia trouxe muitas empresas para as suas primeiras empreitadas no ambiente virtual, e poucas delas se atentaram aos cuidados necessários de acessibilidade aos seus produtos e serviços.

De acordo com a Roberta Santos, Software Developer na CI&T e nossa convidada do episódio #4 do Colabs, muitas vezes as empresas demoram muito a responder sobre uma reclamação quanto a acessibilidade e muitas delas nem chegam a responder. Empresa e usuário só têm a perder neste cenário, pois o usuário tem a sua experiência dificultada e o negócio perde um cliente em potencial.

Para nós do #LocalizaLabs, acreditamos que o produto deve ser pensado do ponto de vista de acessibilidade desde a etapa zero de sua concepção, pois buscamos sempre nos colocarmos no lugar do próximo de forma a entendermos e respeitarmos as peculiaridades e necessidades de cada público. Aqui buscamos construir produtos e serviços feitos de pessoas para pessoas. Inclusive, recentemente lançamos o nosso Guia UAI (Universal, Acessível e Inclusivo) com a missão de democratizar a nossa comunicação (mais detalhes neste artigo aqui).

Quer entender um pouco mais a nossa forma de encarar a acessibilidade digital? Então confere na íntegra abaixo o episódio #4 do Colabs, o nosso podcast que contou com a participação especial da Roberta Santos, pessoa cega e Software Developer na CI&T, e do nosso time do Labs composto pelo Wilson Lima, daltônico e IT Engineer Lead, Aguino Silva, UX Writer, e Thiago Araujo, Product Designer.