Inspiração, transpiração e muita diversão? Como ser mais criativo!

Maia, Eduardo
Méliuz Design
Published in
4 min readAug 15, 2019

A tarefa de me manter criativo sempre me fascinou e guiou minha carreira. Acredito, inclusive, que esse seja um dos principais motivos que me faz gostar tanto de trabalhar com gestão de times de design; afinal de contas, manter um time inspirado é ou não é uma ótima maneira de multiplicar esse desafio?

“Pessoas fora da curva”, aqui no Méliuz, não é força de expressão. É algo que levamos tão a sério para montar nossa equipe, que logo no início da empresa virou ponto fundamental da cultura, fator que torna meu desafio ainda maior — acredite, não é nada fácil inspirar mentes brilhantes de 3 gerações tão diferentes (X, Millennials e Z).

Os maiores inimigos da criatividade

Sabemos que grande parte dos designers já sofreu, em algum momento, com o fantasma do “bloqueio criativo” — seja por uma real falta de inspiração ou simplesmente pela possibilidade de não aparecer a ideia certa no momento em que mais se precisa. Sei que esse “branco” é uma problema que sempre fez parte da profissão — que tem em seu core a criatividade -, mas há algo novo que busco sempre conversar aqui no Méliuz, que é o inegável fato de que esse lapso criativo está muito mais recorrente. Por isso, se quisermos ser inovadores, precisamos dar muita atenção à combinação explosiva dos seguintes pontos:

O auto-aperfeiçoamento incessante

Vivemos uma busca constante pelo perfeito, sempre rodeado de “exemplos de sucesso” nas mídias sociais, o que acaba nos criando uma pressão excessiva e levando muitas pessoas a desconfiarem da sua própria capacidade — com receio de começar uma atividade ou nunca terminar o que começa. E o maior problema é que esse comportamento, repetidamente, atrofia a mente criativa, que não mais se exercita para buscar soluções para seus objetivos, pois se desiste no primeiro bloqueio momentâneo. Aqui no Méliuz, buscamos reforçar a cada designer o quanto ele é capaz, sempre o encorajando a acreditar em si, mas, claro, sem deixar de buscar o time para encontrar caminhos para os grandes problemas. E é assim que valorizamos (e muito) a co-construção em cada projeto por aqui.

Rotina multitarefas

Você sabia que ser multitarefa resulta em 40% de queda na produtividade e ainda aumenta em até 10% o nosso nível de estresse? Sabendo desses números, através da publicação da Havard Business School, eu me propus um detox digital de 30 dias, que foram suficientes para gerar grandes mudanças de hábitos e muitos insights. Nesses dias “mono task”, o tédio voltou e com ele a certeza de que, sem tédio, não existe criatividade. Ficou muito evidente o poder do ócio na criatividade, pois é exatamente nesse momento que podemos nos dedicar a solucionar inúmeros problemas e desafios em nossas mentes — ou acha que é um acaso as melhores ideias chegaram no banho, trânsito e principalmente nos momentos de auto-diálogos que nunca vão acontecer fora da sua mente? Pratique o ócio!

Os maiores aliados da criatividade

Um dos momentos mais criativos de minha carreira foi exatamente após me tornar pai, quando meu filho estava com mais ou menos um ano de idade e eu emergi totalmente em seu universo. Fiquei tão fascinado com a simplicidade dos brinquedos e a didática dos desenhos animados, que logo passei a ficar horas e horas brincando ou assistindo desenhos com meu filho — e até sem ele, eu confesso! O ponto mágico desse momento foi que todo processo de me tornar pai acabou me reconectando a minha criança interior, que é altamente imaginativa, criativa e sonhadora. Assim, já que meu eu-criança voltou com força total, por que não levá-lo também para trabalhar? E acertadamente foi exatamente isso que eu fiz, o que refletiu diretamente nas soluções que eu encontrava para os desafios do time de Design, já que, de fato, meu nível de criatividade explodiu, pois eu não me prendia tanto mais às regras e convenções.

Percebi que, ao me tornar adulto, eu simplesmente passei a aceitar passivamente o mundo como ele é, sem questionar ou buscar caminhos desconhecidos que pudesse levar o mundo na direção dos meus sonhos. E acredito que a principal razão para isso é que a educação tradicional se concentra em regurgitar fatos em nossa mente, em vez de se concentrar em novos experimentos, dando liberdade às crianças e deixando suas mentes livres para idear — e permitindo que elas mesmas façam seu próprio julgamento.

Precisa de mais argumentos para se reconectar a sua criança interior? Então confira essa pesquisa sobre criatividade conduzida pelo George Land, em que ele aplicou o mesmo teste de criatividade dos cientistas e engenheiros da NASA em crianças com 5 anos de idade e 98% delas foram consideradas como “gênios criativos” com base nas soluções que surgiram. Mais espantoso foi saber que o mesmo teste, quando aplicado em adultos com média de 31 anos, atinge apenas 2%.

Be creative…

Acredite, criatividade não é aprendida, mas sim desaprendida. Então, sempre que precisar inovar, tenha a certeza de que você é capaz — sonhe, relaxe e principalmente: divirta-se!

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