Consegui publicar meu livro. E agora?

Maria Anna Leal Martins
Maria Anna Martins
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5 min readJan 14, 2021
Foto por ASTERISK KWON no Unsplash

Escritores de primeira viagem, e até alguns de segundas e terceiras, podem se encontrar diante desse dilema: publiquei meu livro, mas não sei o que fazer a partir daqui. Alguns vão, inclusive, achar que não precisam fazer nada, que as editoras assumem a partir dali.

Erro grande, caros escritores. A verdade é que a jornada para a sua carreira se consolidar está apenas começando.

Primeiro vamos encerrar um mito sobre editoras no Brasil:

“A editora vai fazer tudo e resolver minha vida quanto ao livro.”

Ah não, sinto muito. A editora vai sim transformar seu original em livro e, a depender do contrato, pode fazer algumas ações de comunicação e marketing. Mas dificilmente ela vai dedicar todo o esforço necessário para que você se torne um escritor levemente conhecido. Isso porque a maioria delas, principalmente as pequenas e médias, contam com muitos autores em seus catálogos e é impossível dar uma atenção igual a todos. Aqueles livros que se destacarem, provavelmente, terão alguma ajuda a mais da editora. Mesmo as grandes não são garantia de sucesso sem esforço da sua parte, aliás, autores não reconhecidos ou que não tenham nada além de um bom original para oferecer, também terão dificuldade de publicar por uma editora grande. Mas é isso, escritor, a peteca da sua carreira está nas suas mãos.

“Tá, Maria Anna, e agora? O que eu faço então?”

Em poucas palavras e bem resumidamente você precisa divulgar e vender.

“Eu não sei fazer isso!”

Calma, não se desespere. Estou aqui para te ajudar.

Antes de tudo vamos entender, superficialmente, a diferença entre criar uma imagem pública, ou seja, se tornar conhecido como escritor e vender, converter em vendas.

Esses dois pontos estão sim ligados, mas não são a mesma coisa e, acredite você precisa trabalhar nos dois.

A imagem pública é como você quer que as pessoas lhe vejam, lhe percebam e ela pode estar sendo criada de forma racional e estudada ou empiricamente. Quando você tiver uma imagem pública consolidada, significará que você não apenas é conhecido pelo seu público, como também eles tem uma visão geral sobre alguns aspectos seus, que você deixou transparecer em sua comunicação. Uma ideia de quem é você.

Pegue uma marca grande: Coca-Cola. Só em falar o nome dela imagens, cores e sentimentos já foram associados, certo? A Coca-Cola tem uma imagem pública conhecida, já está no imaginário das pessoas.

“Ah, mas eu não sou uma marca, Maria Anna!”

Então… alguém precisa lhe contar isso, e é melhor ser logo: na hora que você quer vender um produto (seu livro) você se torna uma empresa de uma pessoa só. Na hora que você deseja ser reconhecido e chamado para entrevistas, ter seus dizeres e livros em destaque, você quer ser uma pessoa pública com alguma autoridade sobre o que fala e escreve. Então, meu conselho é: comece a se ver como um empreendimento, uma marca. Desenvolva a sua carreira.

No entanto, nem todo escritor tem uma imagem pública para vender. E é aqui que falamos a diferença entre conversão em vendas:

A imagem pública pode te ajudar a vender, e muito, mas ela está longe de ser a única coisa necessária. Se você só investir nela, pode, inclusive, não vender nada.

Para vender você precisa converter seu público em leitores dos seus livros e para isso não existe um caminho apenas: cada livro e pessoa tem seus pontos fortes e recursos próprios. Dentro dessa perspectiva, se cada livro e escritor é um mundo, cada um pode ter uma estratégia singular.

Um professor, por exemplo (inclusive um exemplo parcialmente real, já escutei histórias parecidas, só não lembro onde), que tem uma turma de jovens alunos, pode vender seu livro Young Adult ou relacionado a matéria que leciona, fazendo lançamentos nas escolas que ensina. Ele não é conhecido pelo público geral, mas para aquele nicho, tem muitas chances de vender.

Existem, no entanto, algumas dicas que podem te nortear a como conseguir alcançar uma imagem pública e conversão em vendas.

Vamos nessa?

Veja a seguir 3 etapas para você começar a criar a sua comunicação e convertê-la em vendas.

Conheça seu público.

Quem é seu leitor? Quais os hábitos dele para além da leitura? Qual a sua idade, filmes favoritos, rotina? É homem, mulher, não-binário? Descubra tudo isso sobre o seu público, onde ele está, que lugares frequenta, tanto no mundo físico quanto no digital. Não adianta muito você fazer um instagram ou página de facebook, se seu público não estiver ali, se estiver no e-mail, por exemplo.

Apenas entendendo o seu público você poderá descobrir como chegar nele, como o alcançar, entender o que ele quer.

Conheceu? Ótimo, agora o segundo conselho:

Conheça seu livro e os seus limites e recursos.

Você precisa ver quais são os pontos fortes do seu livro e seu como escritor. E sair apenas do “meu livro é bom”. A pergunta certa é “Por quê ele bom?”, quais os diferenciais dele, em que ele pode agregar ao meu leitor? Ele é bom para desenvolver novidades sobre um tema? Ele é ótimo para entreter numa tarde de domingo? O que o seu livro causa. Você precisa saber isso para poder dizer ao seu leitor o porquê ele deve comprá-lo.

Além disso, conheça a si mesmo como escritor: você tem recursos financeiros para investir em mídia paga? É tímido, consegue fazer vídeos? Consegue manter uma frequência legal na internet? Você já tem um público comprante (como o caso de um professor, descrito acima)?

Veja bem, existem várias caminhos e é preciso descobrir os melhores para você. Caso seja avesso a tecnologia, que tal tentar frequentar bastante eventos literários? Conhecer pessoas do meio, participar de palestras e estandes e fazer um trabalho com a grande mídia (jornais, revistas e etc)… É uma forma. Por outro lado, se você sabe usar as ferramentas online e seu público está no instagran, corra para lá.

Por fim: se estabeleça.

Se estabeleça nos meios que encontrou para você e mostre como seu produto é bom. Não apenas diga que é bom, mostre, encante seu público com conteúdo sobre o seu livro, mostre as pessoas que ele é um investimento de dinheiro e tempo que vale a pena.

“E como eu materializo tudo isso?”

Bem, eu escrevi algumas dicas há um tempo atrás para quem quer começar, com ferramentas online e offlines, foram 5 dicas de comunicação para escritores, simples, práticas e diretas. Nem todas vão encaixar para todos os projetos, mas podem lhe nortear um pouco nessa jornada. Também tem canais ótimos de escritores com os quais você pode aprender e fazer suas adaptações como o canal da Paloma Brito ou seguindo iniciativas legais como o Carreira Literária.

Além disso, eu tenho uma consultoria especializada para escritores, na qual analiso com você o seu trabalho e faço toda a sua base de comunicação. Monto sua estratégia, como colocá-la em pratica e lhe entrego o arquivo com todas as informações ao final. Se interessou? Então corre no meu site e saiba mais sobre os meus serviços.

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