(Crítica) A Rainha Negra

Maria Anna Leal Martins
Maria Anna Martins
Published in
3 min readAug 20, 2020
Livro “A Rainha Negra” de Thais Oliveira, da saga Contos de Inverno

Que livro, que livro… “A Rainha Negra”, primeiro livro da saga de fantasia “Contos de Inverno”, tem cenas de ação emocionantes, um mundo bem construído, mistérios e romances cativantes. Me senti em uma campanha de RPG de mesa, e eu sou viciada em RPG de mesa.

Sem enrolações: o livro é muito bom. Personagens envolventes, tem um ritmo legal e cenas bem descritas. Quem gosta de detalhes no cenário sem exageros, mas bastante visuais, vai adorar esse livro.

Thaís Oliveira cria uma trama que nos engole aos poucos, começa tímida e depois lhe abocanha. Eu realmente curti demais a leitura.

Apenas duas questões me incomodaram: Emmeline, a protagonista, começa muito boba, além disso, não questiona nada. Basicamente ela é sugada de sua realidade para um mundo no qual todo mundo sabe mais do que ela sobre ela própria e não questiona, aceita tudo sem reclamar, nada de perguntas prolongadas… isso achei meio inverossímil, uma pessoa naquela situação agir dessa forma.

Além disso, ela dá raiva por suas decisões evidentemente erradas em vários momentos. Mas aí sou apenas eu, a leitora, revoltada com a personagem.

No início do livro, a descrição da Emmeline também me deixou desconfortável, achei que para uma garota de 15 anos, ela foi muito sexualizada. A autora tentou dar uma pegada “Branca de Neve”, mas achei que ficou pesada. Afinal, sim, ela é uma adolescente e até tem envolvimento amoroso com alguém de sua faixa etária, mas ainda é apenas uma adolescente. Também senti isso com o personagem James, mas, novamente, é só um adolescente.

Por outro lado, quando ela vai apresentar uma personagem de 12 anos, mais parece que a menina tem 5. O irmão mais velho se abaixa para falar com ela, e eu tenho priminhas de 10 que já me passaram a cintura.

Amei o mistério, a construção dele, eu ficava o tempo todo queimando os miolos e tentando entender o que todo mundo sabia menos eu e Emmeline. E quando o desenrolar vai acontecendo e a teia se desfazendo, você nota que alguns palpites estavam certos, mas outros segredos eram mais profundos.

E, nossa, foi uma montanha russa de emoções: fiquei alegre, tensa, com raiva, romântica, enfim, envolvida. Amo livros que provocam o leitor dessa forma e Thais Oliveira está de parabéns!

A autora soube guiar seu livro bem e preparou um final de deixar as pessoas loucas pelas próximas páginas… que estão em outro livro.

É isso, o livro me abocanhou, mas eu estou com fome de mais. E agora Editora Flyve que somos parceiros e Thais Oliveira, me mandem o segundo por favor! Cálice de Sangue está na pré-venda na editora e eu PRECISO desse livro na minha mesa já.

Sobre a capa e a diagramação

Capa caprichada, linda mesmo, muito bem ilustrada, com cores chamativas e que captam bem o clima do livro. A diagramação é limpa, sem muitos detalhes, mas feita com delicadeza.

Sinopse:

A Rainha Negra dá inicio á saga Contos de Inverno e traz a trajetória de Emmeline Wotton, uma jovem inglesa da era vitoriana cujo irmão gêmeo desaparece em uma noite de inverno. Ao ir atrás dele, Emmeline se vê em Forton, um reino não descrito nos mapas onde os perigos a cercam. Ao lado seus novos amigos a moça tem que desvendar o mistério da Rainha Negra que está ligado ao sequestro de seu irmão e assim descobrir o paradeiro de seu cativeiro, mas não será fácil, já que os segredos da Rainha estão muito ligados á sua própria família e a si mesma. Nessa Aventura a autora lhe desafia a responder a pergunta “até onde você iria por quem você ama?” e relembrar os valores dos laços familiares e da vida.

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