(Crítica) Um Milhão de Finais Felizes

Maria Anna Leal Martins
Maria Anna Martins
Published in
4 min readJan 19, 2021
Capa: Um Milhão de Finais Felizes, de Vitor Martins

“Um milhão de finais felizes” do autor Vitor Martins, deixa você com aquela sensação super boa de “quero mais”. O Jonas, personagem principal, conta a história em primeira pessoa, envolvendo o leitor em seus pensamentos, dúvidas, piadas, enfim, em tudo. E, como um jovem que agora está começando a vida adulta e acabou de sair do ensino médio, é possível se identificar com alguns de seus dilemas.

As relações de amizade são, de longe, o que mais me chamou a atenção no livro. Você se apaixona pelos amigos do Jonas, quer conhecê-los mais e, se possível, ler spin offs com eles (mas achooo que não tem nenhum, me contem nos comentários se souberem). A gente ainda percebe o quanto uma amizade verdadeira é importante. A personagem “Karina”, a fada sensata do rolê, é de longe a minha favorita do livro. Queria muito sair para bater papo com ela.

E já que falamos de amizade, bora de romance: que casal shippavel, meu Deus. Essa foi a última leitura do ano de 2020 do grupo no qual sou adm o “Devaneio Romântico”, e pelo nome você percebe que adoramos um casal, não é? Pois bem, em “Um milhão de finais felizes” o casal é desses que aquece o coração e deixa você feliz. É fofo. Jonas e seu parceiro são muito lindos juntos, tem química e trazem todo o clima romântico que a gente adora, com aquela inocência da paixão adolescente. Você shippa os dois desde o primeiro minuto. Agora, se está procurando hot ou algo assim, esse não é o seu livro. Tem algumas insinuações, mas nada quente mesmo, apenas amor e descobertas, como recomendado ao gênero YA.

Relações familiares, problemáticas, também são abordadas: mentiras, não aceitação quanto a sexualidade, os medos internos do próprio Jonas, tudo isso vai nos envolvendo e desenvolvendo a empatia no leitor. Não sou das comunidades LGBTQIA+ e justo por isso acho importante ler livros assim: a gente aprende e se vê, mesmo que superficialmente, um pouco na pele do outro.

Os diálogos do livro são muito bem construídos, assim como as personagens, e você consegue perceber o jeito de falar de cada um, suas personalidades, são todas muito marcantes. Tanto que a Karina, secundária, realmente me conquistou. Quero um livro só dela na minha mesa!

O livro se passa no Brasil, em São Paulo e, apesar de no início eu ter achado que ele estava norte americanizando demais, depois percebi que o autor pegou a linha e conseguiu ambientar bem. Realmente são brasileiros no livro, com o jeito da gente.

Amei que os momentos de tensão e risadas são bem distribuídos. O livro tem uma curva massa de crescimento no enredo, não tendo situações desnecessárias. E ainda podemos ver um pouco de como o Jonas escreve (ele quer ser escritor), já que o autor inseriu páginas do livro no qual o personagem está trabalhando. É ótimo porquê em cada capítulo você percebe o quanto a história está entrelaçada com a do Jonas.

O final é lindo e bem realista, reflete bem a vida e toca você. É uma leitura para lhe fazer refletir, mas também divertir. Coloque na sua lista de desejos para ontem!

Sobre a capa e a diagramação

A diagramação é bem simples, sem muitas firulas, com uma fonte que conversa bem com o público alvo (jovens adultos). A capa é um show a parte: linda, colorida e com referências maravilhosas ao enredo, adorei.

Sinopse: Uma história divertida, sensível e esperançosa sobre o amor e o verdadeiro significado de família, que te fará entender por que o Vitor é um dos melhores autores atuais de YA.” — Iris Figueiredo, autora de Céu sem estrelas e Confissões on-line

Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais. Sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas.

Mas é quando conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.

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