De sensação do futebol carioca para incertezas dentro e fora de campo: entenda a situação do Macaé

Ivan Gabriel
Mezzala
Published in
3 min readOct 18, 2021
Recentemente o Macaé foi eliminado pelo Madureira nas quartas de final da Copa Rio - Foto: @ sfluismiguel / Madureira EC

O Macaé chegou na Série B em 2015, sendo uma das sensações do futebol carioca. Hoje, o clube atravessa uma fase complicada. A má administração financeira e as trocas excessivas de técnicos refletiram em campo e resultaram no primeiro rebaixamento do clube macaense no Campeonato Carioca.

O Macaé começou a temporada 2021 mirando a classificação para uma competição nacional em 2022: Copa do Brasil ou Campeonato Brasileiro da Série D. Com dificuldades financeiras, o clube investiu pouco dinheiro na formação do elenco para este ano.

Má administração

Como dito anteriormente, uma falta de organização do tempo dentro e fora de campo respingou no planejamento do departamento de futebol. O clube passou por várias mudanças de comando na área política.

O Macaé foi o último clube da elite do futebol carioca a iniciar a pré-temporada. Além disso, Eduardo Allax só foi anunciado após o grupo a começar o período de treinos. Apesar disso, os dirigentes insistiam no discurso de que estavam no 'caminho certo’.

Além dos problemas em campo, o diretor do Macaé é uma das pessoas ouvidas no inquérito do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), que apura um possível esquema de apostas na partida entre Macaé e Madureira, pelo Carioca deste ano. Geraldo Camilo (vice-presidente do Macaé), descreve uma ordem da investigação e deve se tornar réu no caso.

Problemas financeiros

O clube convive com penhoras devido a dívidas acumuladas no passado. A administração do clube tentou arrumar a casa no começo deste ano, mas não deu certo e o diretoria viu o déficit aumentar cada vez mais nesse último Campeonato Carioca.

Apesar de ter estampado a marca de seis patrocinadores nos uniformes ao longo da competição, o Macaé não conseguiu gerar renda suficiente para arcar com as despesas do departamento de futebol. O maior credor do Macaé é o técnico Luís Antônio Zaluar, que comandou o horário no Estadual de 2019.

O Macaé também deu calote em uma empresa de assessoria e marketing esportivo contratada em 2019. Na época, a agência foi responsável pela implementação do departamento de comunicação e comercial do clube. Os donos, porém, nunca viram a cor do dinheiro.

Cláudio Moacyr : Moacyrzão

Além de todos esses problemas, o estádio do clube estava interditado desde o ano passado por causa de um incêndio causado por um curto circuito que destruiu parte da arquibancada. O Moacyrzão seguiu indisponível na primeira metade de 2021.

A prefeitura, administradora do estádio, fez promessas de uma reforma do estádio, mas só saiu do papel no terceiro trimestre do ano. Com isso, o clube se viu obrigado a vender mando de campo e atuar longe da torcida.

Desde então, a diretoria viu as despesas terem um aumento superior a 80%. Pelas viagens, logística, alimentação e transportes.

Os clubes de pequeno porte foram muito afetados, assim como a maioria das empresas e instituições, pela pandemia do novo coronavírus. Outrora potência presente na Série B da maior competição nacional, o alvianil praiano parece estar em uma crise insolucionável.

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Ivan Gabriel
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Aspirante a jornalista e amante do futebol alemão.