Como se produz criatividade?
Confira as últimas indicações das Zines de Quinta #5
Longe das musas e dos gênios, as edições das zines de quinta de junho se debruçaram sobre a arte que acontece no mundo de carne, osso e papel. Falamos sobre criatividade, romantização dos artistas, autopublicação e representatividade na arte, a partir de textos de Aline Valek, Anaïs Nin e Linda Nochlin.
É preciso sujar as mãos para criar algo novo — Aline Valek
Nessa edição da zine “Bobagens imperdíveis”, Aline Valek compartilha as etapas de seu processo criativo, refletindo sobre como fazer arte é mais uma questão de tentativa e insistência do que pura e divina inspiração. Aline se afasta de uma certa romantização que ronda a figura do artista, encarando esse ofício como um compromisso que pode se escolher. Ninguém depende de musas, todos temos autonomia para investigar descobertas criativas. Uma leitura que nos inspira a tomar uma postura mais prática e, assim, assumir a responsabilidade de cuidar de nossa própria criatividade.
O texto As armas da pessoa criativa, que integra essa zine, pode ser lido em nossa publicação.
Compre a zine aqui e apoie o trabalho da Aline
A história da minha prensa — Anaïs Nin
Nesse pequeno relato Anaïs Nin, que foi uma escritora de textos eróticos, conta como, após ter seus livros recusados por diversas editoras, resolveu adquirir sua própria prensa e, assim, se autopublicar. Anaïs compartilha suas descobertas a partir dessa experiência — por exemplo, como a convivência intensa com o próprio texto impresso fez com que aprendesse que poderia ser mais econômica em sua escrita — e defende a importância das editoras apoiarem o trabalho de escritoras e escritores experimentais que devem ser considerados como pesquisadores que “anunciam novos comportamentos, novas consciências e novas evoluções no gosto e mentalidade das pessoas”. Pequeno manifesto em defesa da autopublicação e do trabalho das pequenas editoras, essa zine é, também, o catálogo da Edições Aurora, editora independente de São Paulo.
Conheça a Edições Aurora. Leia o texto em inglês (infelizmente não consegui encontrar alguma tradução disponível online).
Porque não houve grandes mulheres artistas? — Linda Nochlin
Neste ensaio de 1971, Linda Nochlin aborda a pouca representatividade das mulheres na arte dizendo que esse problema não deve ser pensado enquanto uma questão sobre a condição feminina, mas deve, sim, ser analisado levando em consideração as condições nas quais a arte é e foi produzida ao longo da história. Esse texto — que já se configura como um clássico, e é praticamente um manifesto — colabora imensamente para a construção de uma visão mais materialista sobre a arte, questionando as romantizações que fundam o mito do Grande Artista misterioso e genial que enfrenta toda e qualquer adversidade movido apenas pelo seu talento e inspiração divina. Em uma escrita afiada e inteligente, Nochlin afirma que questionar a representatividade feminina na arte é, na verdade, questionar a própria noção de arte que foi estabelecida em nossa sociedade. Esse ensaio foi traduzido no Brasil pela primeira vez em 2016 por Juliana Vacaro e é mais uma produção da Edições Aurora.
Compre essa zine ou leia online no site da Edições Aurora
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A Mulheres que Escrevem é uma iniciativa voltada para a escrita das mulheres, que visa debater não só questões da escrita, como visibilidade, abrir novos diálogos entre nós e criar um espaço seguro de conversa sobre os dilemas de sermos escritoras. Quer saber mais sobre a Mulheres que escrevem? Acesse esse link, conheça nossa iniciativa e descubra!
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