Robert Pattinson tem tudo para ser o melhor Batman dos cinemas

Depois de algumas especulações, parece que as expectativas se confirmaram e Robert Pattinson viverá, de fato, o Batman no reboot comandado por Matt Reeves, responsável por Planeta dos Macacos — A Guerra. Segundo a Variety, as negociações, embora ainda não finalizadas, estão muito avançadas e isso causou um certo alvoroço na internet e naqueles que conhecemos bem, estão aí sempre prontos para reclamar, os fãs. Mas será que todas essas reclamações e petições online pra tirar o cara fazem sentido?

Pattinson fez parte de duas franquias de peso no início de sua carreira, a primeira foi Harry Potter, onde interpretou Cedrico Digory em O Cálice de Fogo e a segunda, essa mais marcante, a saga Crepúsculo, no papel de Edward Cullen, protagonista vampiro que brilha no sol e bla bla bla.

Não dá pra levar em consideração um filme de anos atrás como parâmetro hoje

Embora só os aspectos negativos dos filmes vampirescos tenham ficado na cabeça do público, com razão, é claro, Crepúsculo foi um fenômeno de bilheteria e de público e rendeu fama aos seus atores principais, Kirsten Stewart e o próprio Robert. Com isso, ambos conseguiram abrir portas para grandes filmes, mas optaram por migrar pro cinema independente, principalmente ele, que passou a escolher a dedo aquilo que faria.

Entre Amanhecer Parte 1 e Amanhecer Parte 2, o ator foi o protagonista de Cosmópolis, filme intimista de David Cronemberg. Ali ele já mostrava ser um ator com bastante potencial, capaz de criar camadas dentro de seu personagem. Depois do fim da Saga, seu caminho foi ainda mais fora do mainstream, com o ótimo A Caçada, Mapa Paras as Estrelas — também de Cronemberg — e aquele que talvez seja o seu melhor trabalho, Bom Comportamento. Filmes que o fizeram fugir dos grandes noticiários, mas importantíssimos para que ele pudesse desenvolver ainda mais sua capacidade de atuar.

Bom Comportamento é um dos melhores filmes da carreira de Pattinson

E pelo que parece, desta vez ele está afim de encarar esse desafio de fazer novamente um blockbuster. E pode acreditar, tem tudo pra dar certo. Mas antes de tudo, é preciso reconhecer que interpretar o Batman não é nenhum bicho de sete cabeças e nenhum dos atores que passaram por esse papel ficaram, de fato, marcados por serem O Batman. Veja bem, o que eu estou falando aqui é que, embora Michael Keaton, Val Kilmer e Christian Bale tenham sido icônicos em seus filmes, nenhum deles foram marcados por atuações memoráveis no papel. Bem Affleck idem, mesmo dando muito certo no papel. E eu nem preciso citar aqui o George Clooney, né (ah se fosse nos dias de hoje)?

Com as habilidades adquiridas ao longo dos anos em filmes menores e, ao lado de um diretor que sabe criar uma história com camadas, é fato que Robert Pattinson tem uma grande capacidade de entregar um personagem ainda mais desenvolvido e denso que seus anteriores. Se houver um bom planejamento e um projeto sério, dá pra arriscar até que esse pode ser um dos melhores Batman dentro do cinema.

O problema do Batman nunca foi Ben Affleck, não é, dona DC?

E talvez essa ousadia na escolha do papel faça bem ao homem-morcego, já que ele passa por uma certa saturação depois dos fiascos Batman vs Superman e Liga da Justiça. É uma visão diferente, mais jovem e pode ter um olhar tão interessante quanto as ideias anteriores. No entanto, é bom ressaltar que o conceito do Batman de Ben Affleck era interessante, mas todo o entorno era problemático. É bom deixar claro, também, que os problemas da DC vão muito além da escalação de atores.

Affleck esse que também enfrentou dificuldades quando foi escalado, por conta de sua fama como Demolidor, assim como Robert Downey Jr. foi execrado pelos fãs ao ser escolhido para viver Tony Stark por conta de sua fama de ator-problema, e Chris Evans, quando foi chamado para interpretar o Capitão América. Aliás, quem é que confiava no Heath Ledger como Coringa?

Quando a internet era tudo mato, a galera também rejeitava atores.

Se a escolha foi acertada ou não, só o tempo dirá, mas é fato que tem tudo pra dar certo e o público precisa tirar da memória esse ponto fora da curva que foi Crepúsculo — cujo seu último lançamento foi em 2012 — pra levar em consideração os bons trabalhos realizados agora, pois esses devem ser levados em consideração. A preocupação aqui não deveria ser a escalação do ator, mas como e o que a Warner/DC planeja fazer com tudo isso, já que a bagunça é tanta, que entre os últimos lançamentos, o filme que mais entendeu o personagem foi um desenho Lego.

Pra finalizar, como já foi dito por Christian Bale na pele de Bruce Wayne.

“Qualquer um pode ser o Batman”.

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