Quarentena e Pornografia: Nova droga em alta dosagem

Ricardo C. Thomé
O Conselho
Published in
2 min readDec 18, 2020

A indústria dos filmes adultos não é sua amiga.

Outdoor pornográfico promocional na Times Square, Nova Iorque, durante a pandemia.

No início da quarentena — pelo idos de março de 2020 — , na região do epicentro europeu da pandemia (Itália) sites de conteúdo adulto liberaram o acesso gratuito a serviços VIP e Premium em suas plataformas. O discurso para tal atitude foi o de um incentivo aos consumidores (de evidente maioria masculina) para que ficassem em suas casas, contribuindo assim para a implementação do afastamento social e do lockdown governamental, um humanitarismo panfletário dentro do marketing da indústria dos filmes adultos.

O ápice de sua propaganda foi a colocação de um outdoor na Times Square, em Nova Iorque anunciando a promoção com os dizeres “All You Need Is Hands”, uma menção clara não só a masturbação como também a suposta vantagem da pornografia no isolamento social, evitando contato com outras pessoas, por precisar apenas de sua própria mão para se satisfazer, respeitando então as normas sanitárias recomendadas pro período. Felizmente o propaganda escancarada gerou desconforto em muitos, forçando a empresa a retirar o anúncio colocado.

Tal atitude, porém, revela a perversidade do lucro por trás destas ações. É sabido que a pornografia age em nosso cérebro como um vício bioquímico, um estímulo que muda nossos hábitos e percepções da sexualidade saudável; provoca impotência sexual, doutrina à insensibilidade para o sexo real e sufoca a autoestima do usuário, estimular homens em contexto de incerteza, ansiedade e fragilidade econômica e emocional a afundarem-se no consumo de conteúdo pornô é aprofundar também sua deficiência cognitiva e destruir por completo aquilo que restou da masculinidade lúcida na modernidade, da sobriedade mental para adaptar-se a crises e poluir o que restou das relações sexuais saudáveis isentas de fetiches irreais e consumo exagerado do sexo de mentira.

A indústria pornográfica não é humanitária, não lhe faz favores, e sequer deve ser o seu suporte de entretenimento em prol do distanciamento social, pelo contrário , caminha pela via da desumanidade e amoralidade (sobretudo propondo soluções como essa); numa crise, ela terminará de destruir o que restou de você e de sua virilidade, que quando mal direcionada, como qualquer outro tipo de força impulsiva, poderá causar muito mais mal do que bem.

— Leia mais sobre os males deste hábito e como abandoná-lo no artigo Pornografia é a morte da masculinidade.

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Ricardo C. Thomé
O Conselho

Criador do projeto O Conselho. Professor e livre opinador sobre o homem, vida, morte e tradição | Instagram @ricardocthome