5 momentos QUEER AF na Comic Con 2018

Bruno Ferreira Botelho Lopes
oh, great! it’s bruno
5 min readJul 24, 2018

A San Diego Comic Con é um dos maiores eventos geek do mundo! São quatro dias repletos do que a cultura pop tem de melhor: trailers, novidades, celebridades, cosplays e muita, muita animação!

Como um grupo diverso, a comunidade nerd/geek é composta por pessoas de diferentes backgrounds e com diferentes posicionamentos — alguns deles inaceitáveis, como o hate sobre a escalação de uma atriz negra para viver a personagem Estelar na série live action dos Jovens Titãs — e é essa diversidade que a torna tão rica!

Felizmente, produtores e autores estão começando a constatar a importância da representar diversos grupos sociais em seus produtos e estão abraçando lésbicas, gays, bissexuais e pessoas trans em suas obras.

No que pese a discussão sobre os fins mercadológicos dessas iniciativas (pink money!), não podemos negar o tamanho da influência de livros, séries e filmes na cultura e na propagação de ideais de tolerância, respeito e reconhecimento.

Afinal de contas, representatividade importa! e nos identificarmos com personagens, histórias e heróis que acompanhamos tão fielmente é um primeiro e importante passo em nossa jornada de empoderamento!

Para celebrar esse avanço, separamos cinco momentos muito, muito, muito queer (na verdade, QUEER AS FUC*!) na Comic Con de 2018!

#1 A primeira heroína trans na história da TV!

A atriz Nicole Maine, no painel da Comic Con

O painel do seriado televisivo “Supergirl” da DC Comics, entrou para história ao anunciar que a quarta temporada do programa apresentará a primeira heroína trans na história da televisão!

A personagem Nia Nal será interpretada pela atriz (também trans) Nicole Maine — que é ativista da causa desde a adolescência, ao processar sua escola e ganhar o direito de utilizar o banheiro de acordo com sua identidade de gênero.

Cabe lembrar, o seriado já apresentou, também, duas personagem lésbicas e suas jornadas — individuais e como um casal — Alex Danvers e Maggie Sawyer. Incrível!

Você pode conhecer um pouco mais da história de Nicole no documentário “The trans list”, da HBO.

#2 Steven Universe vai virar filme!

Go, Steven!

Eu já falei aqui sobre a importância de Steven Universe e das animações pró-LGBTI para jovens e adolescentes queer — mas a notícia não poderia deixar de figurar nessa lista!

Na semana que a criadora da série, Rebecca Sugar, declarou publicamente se reconhecer como pessoa não-binária, o painel da animação na Comic Con anunciou que a série irá virar um longa-metragem — com direito a apresentação inédita de um teaser-trailer.

Já estamos torcendo para que o filme chegue aos cinemas e possamos lotar as sessões com representatividade queer.

Estamos com você, Rebecca!

#3 Ezra Toadette Miller e Animais Fantásticos

Nós ❤ Ezra Miller!

GAGGING! É assim que nós estamos com o cosplay apresentado por Ezra Miller no painel de Animais Fantásticos e Onde Habitam.

Se a habilidade para figurinos do ator já era anunciada desde sua última participação na Comic Con — quando se vestiu como personagem do anime Fullmetal Alchemist — ninguém estava preparado para vê-lo vestido como Toadette, do videogame Super Mario Bros World.

Cabe lembrar que o ator já interpretou personagens icônicos na cultura pop, como Patrick (na adaptação de As Vantagens de Ser Invisível) e The Flash — sendo o primeiro ator abertamente homossexual a interpretar um super-herói nas telas!

Por fim, o painel de Animais Fantásticos também revelou a possibilidade da franquia trabalhar o subtexto queer na trama — o que pode indicar um alívio para os fãs da saga.

Isso porque, apesar das afirmações de que o filme não abordaria diretamente a paixão entre Dumbledore e Grindewald, o trailer apresentou uma sugestão ao assunto. Ao observar o famoso Espelho de Ojesed, que revela seu desejo mais profundo, Dumbledore se deparou com a imagem de ninguém menos que Grindewald.

Será que as críticas falaram mais alto?

#4 Prêmios, prêmios, prêmios!

My favorite thing is monsters: um coming of age queer

Anualmente, o prêmio máximo do mundo dos quadrinhos é entrega durante a Comic Con de San Diego. Trata-se do Eisner Awards, que premia diversas categorias da indústria.

Esse ano, o painel de vencedores foi recheado por diversas pessoas queer, não-binárias e não-brancas.

As escritoras Roxane Gay, Ta-Nehisi Coates e Alitha E. Martinez, da Marvel Comics, ganharam o prêmio de melhor minissérie por “Pantera Negra: o Mundo de Wakanda” que, entre outras coisas, apresentou o casal lésbico formado por Ayo e Aneka.

Na categoria Melhor Publicação Infantil, o vencedor foi The Tea Dragon Society, de Katie O’Neill que conta com uma forte mensagem de aceitação e respeito às pessoas queer e à diversidade, como um todo. A história ilustrada foi disponibilizada pela autora aqui (em inglês).

A escritora e ilustradora Emil Ferris também foi uma das grandes vencedoras dessa edição. Levando quatro prêmios para casa, referentes à HQ “My favorite thing is monsters”, a autora nos apresentou à história de Karen Reyes, uma tomboy de dez anos de idade, com ascendência mexicana, e suas observações sobre identidade e sexualidade (e monstros!).

Você pode conferir todos os vencedores aqui.

#5 + REPRESENTATIVIDADE nas telas

Representatividade lésbica!

Ainda mais personagens LGBTI foram apresentados durante os quatro dias de evento, incluindo o futuro namorado de Shiro, na animação “Voltron: Legendary Defender” da Netflix e John Constantine, em “Legends Of Tomorrow” (CW). Constantine, que é bissexual, se une à Sara Lance e sua namorada Ava Sharpe no seriado.

Além disso, o seriado de ficção-científica Wynonna Earp — um dos mais queer da televisão atual — foi renovado para sua quarta temporada. Yey!

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