Atuando e crescendo como designer no Olist — parte 2

Adri Quintas
olist
Published in
4 min readJan 4, 2021

Continuando a série de gestão de design aqui no olist e sobre nosso playbook de carreiras de design. No primeiro artigo, comentei sobre a nossa missão como time de design e, dessa vez, o tema é o nosso modelo de atuação.

Gosto de dizer que não existe receita de sucesso para organizar um time. Existem muitos modelos e possibilidades de estruturar e isso está totalmente relacionado ao modelo de negócio e à maturidade da cultura de design da empresa.

Vou contextualizar de forma bem resumida as três estruturas mais comuns no mercado: centralizada, distribuída e híbrida. Já trabalhei com essas três estruturas e, por isso reforço que não há receita de sucesso, tratamos de pessoas e de objetivos, e testar e adaptar diferentes formatos é importante para se encontrar o que melhor funciona.

#PraCegoVer: três diagramas que representam as estruturas de times centralizados (há um departamento de design que atua como uma agência interna), distribuídos (designers fazem parte de times multidisciplinares e reportam a lideranças de projetos) e híbridos (há um departamento de design para gestão e desenvolvimento de profissionais que farão parte de times multidisciplinares).

estrutura centralizada ⏺

Neste modelo, há um departamento central de design, com uma liderança que gerencia as pessoas e direciona as demandas, pois acabam funcionando como agências internas, trabalhando em diferentes projetos dentro da empresa.

vantagens

  • Como há diferentes projetos, há grandes oportunidades de aprendizado;
  • Geralmente há mais fluidez de comunicação, trocas de experiências e visibilidade do andamento entre os projetos, potencializando as relações entre as pessoas;
  • É um bom modelo para culturas de design em estágios iniciais, pois há mais espaço para participar de projetos mais relevantes, usando como projetos pilotos para apresentar resultados de processos de design.

desvantagens

  • As iniciativas acabam sendo vistas como projetos, com participação mais pontual de designer, muitas vezes perdendo a visibilidade de como o projeto seguiu a diante e quais os resultados foram apresentados;
  • Complementando o tópico acima, se não há acompanhamento, perde-se o espaço de feedback e evolução como profissionais e como projetistas.

estrutura distribuída 🔀

Já neste modelo, designers trabalham imersos em times multidisciplinares (marketing, desenvolvimento, produto, etc), reportando a uma liderança de negócio/projeto.

vantagens

  • Como fazem parte de um time, há mais alinhamento estratégico e de execução das tarefas, fazendo com que outras áreas absorvam processos de design e design tenha um papel mais tangível;
  • Apesar da baixa variedade de projetos, este modelo incentiva que designers se torem especialistas de um produto e/ou segmento de mercado;

desvantagens

  • Pode haver poucas interações entre designers, fazendo com que hajam trabalhos duplicados e recursos poucos explorados;
  • Pode não ter uma liderança técnica de design, fazendo com que hajam menos direcionamentos de carreira;
  • É um bom modelo para ganhar tração de impacto no negócio, mas dificulta a criação de uma cultura de design;
  • Cada designer tem a liberdade com o processo que acha mais conveniente, mas há pouca visibilidade do que se pode melhorar de forma ampla.

estrutura híbrida 🧬

Por fim, como o próprio nome diz, a estrutura híbrida é aquela que designers fazem parte de times multidisciplinares, que possuem uma liderança de negócio/projeto como tomadora de decisão estratégica, mas ao mesmo tempo, reportam a uma estrutura central de design.

vantagens

  • Maior sincronia e alinhamento de marca e experiência, havendo uma colaboração e troca de conhecimento mais genuína;
  • Maior possibilidade de influenciar o negócio, dando um papel mais estratégico ao design;
  • Há a gestão técnica, fazendo com que feedbacks e acompanhamentos de performance tenham critérios técnicos sendo tão relevantes quanto o impacto do trabalho desenvolvido.

desvantagens

  • Como há duas lideranças "diretas", pode causar confusão a quem reportar assuntos específicos ou até para ter direcionamentos estratégicos;

E esta foi a estrutura que optamos, até então, para nos organizarmos, pensando sempre em como evoluímos a cultura de design no olist e tenhamos um desempenho cada vez mais estratégico por aqui.

Significa então que temos uma estrutura de design central, que nos permite sincronia e alinhamentos de marca e experiência, colaboração e troca de conhecimento e uma gestão técnica, mas atuando de forma imersa em unidades de negócio, assim possibilitando mais conexão com o negócio e estratégias e nos dando mais espaço dentro do olist.

E ainda assim, temos algumas atuações cross area, com atuação de service designers e researchers, que tem uma visão holística de toda a jornada e áreas, exercendo um papel de “consultoria interna” em temas mais abrangentes, como pesquisas exploratórias, co-criações e análises de tendências de mercado.

Ah! E estamos com muitas vagas aqui no olist, inclusive para o time de design. Acompanhe nossas vagas aqui: https://olist.gupy.io/

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