Site da Multiversidade

aqui você encontra o conteúdo que ficava no nosso site: multiversidade.org

Jorge Leite
Oniversidade
24 min readMar 8, 2020

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Descubra interesses e talentos

Se você ainda não sabe o que quer aprender, experimente diferentes possibilidades e aproveite nossas vivências de autoconhecimento.

Desenhe seu percurso

Estaremos ao seu lado para ajudar a estruturar seu percurso de aprendizagem, clareando objetivos e possíveis caminhos.

Crie um ritmo de aprendizado

Encontros quinzenais e pulsos de dois meses farão com que sua motivação se renove constantemente.

Foque no que interessa

Mergulhe nos temas e projetos que te fascinam e crie comunidades de prática em torno deles.

Desfrute da comunidade

Aprendizes, mentores e a equipe da Multiversidade acompanharão seus passos e te apoiarão nos momentos de dificuldade.

Compartilhe e obtenha feedbacks

Entregue seus aprendizados ao mundo no final de cada pulso e receba feedbacks de especialistas na sua área de interesse.

O que é

Na Multiversidade, você irá aprofundar seu conhecimento a partir das questões que te movem e colocar em prática projetos junto com mentores e outros aprendizes.

Criamos um processo estruturado de aprendizagem autodirigida composto por pulsos (encontros) quinzenais e ciclos de dois meses. Você estará em uma turma com até 25 aprendizes e poderá contar com facilitadores e especialistas de diversos campos do saber. Te acompanharemos desde a redescoberta de seus interesses e paixões até o compartilhamento dos seus novos aprendizados com o mundo.

Acreditamos no poder de todo ser humano de aprender de maneira autônoma. Criamos a Multiversidade porque queremos que mais gente embarque em seus próprios percursos de aprendizagem conectada consigo mesma, com o outro e com o planeta.

No entanto, sabemos que isso nem sempre é fácil. Sempre que falamos de caminhos educacionais que fogem da rota tradicional, vários medos surgem: “Como eu serei reconhecido?” “Não é um processo muito solitário?” “Eu não tenho a disciplina necessária para aprender por conta própria!”. Nós estamos aqui para te ajudar a enfrentar esses medos.

Como surgiu

Nossa história começou no início de 2016 a partir do programa Desaprender, um projeto-piloto conduzido por um grupo de pessoas de 19 a 52 anos que se encontraram para aprender juntas durante quatro meses.

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Não havia currículo predefinido, aulas nem provas. Nossa estrutura era composta por encontros de duas a três vezes por semana, uma pequena equipe de facilitadores e uma rede de mentores. Com a experiência do Desaprender, percebemos que era preciso um espaço mais duradouro para potencializar processos de aprendizagem autônoma. Sentimos que a combinação entre liberdade para aprender e uma estrutura de apoio enxuta poderia impactar ainda mais gente.

Desde então, a ideia de uma universidade livre tornou-se cada vez mais forte, especialmente após o contato com iniciativas como a Universidade Shure, no Japão, e a Universidade Alternativa, na Romênia, duas de nossas principais inspirações.

Em novembro de 2016, foram organizados dois encontros para reunir pessoas e ideias em torno do projeto da Multiversidade. As sínteses dessas reuniões podem ser vistas abaixo:

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Nosso propósito:

Ajudamos pessoas a se reencontrarem consigo mesmas por meio da paixão por aprender.

Não somos um substituto às universidades tradicionais nem aos cursos livres, mas queremos propor um novo modelo que vai além do que eles geralmente oferecem. Com tantas mudanças acontecendo em ritmo exponencial, a capacidade de se educar e se renovar nunca foi tão necessária. Além disso, acreditamos que podemos ser mais criativos e viver uma vida mais plena na medida em que aprendemos a aprender.

Um estudo de 2013 da Universidade de Oxford aponta que até 47% dos empregos nos Estados Unidos serão extintos nos próximos 25 anos em função da tecnologia. Em todo o mundo, novas profissões e formas de trabalho estão surgindo a cada instante. Mais do que aprender para permanecer “empregável”, acreditamos que viveremos mais felizes ao assumirmos o controle de nossos processos de aprendizagem. Isso significa criar sua própria filosofia de vida, estabelecer seus objetivos — não apenas profissionais — e saber como alcançá-los.

Outra pesquisa de 2010 mostrou que 53% dos acadêmicos ingleses sofrem de depressão ou algum outro transtorno psíquico. No Brasil, a realidade não é muito diferente. Solidão, bloqueio criativo, síndrome do impostor, autocobrança excessiva: todos são sintomas de um paradigma individualista e hierárquico que assola não só a educação dita “superior”, mas também o mundo do trabalho e as relações.

O que propomos

Comunidade, autenticidade, escuta e empatia são os caminhos que queremos trilhar. A Multiversidade é um convite para que você crie sua própria educação. Cada um é livre para buscar e se aprofundar naquilo que deseja, colaborando com os outros. Autonomia individual e responsabilidade coletiva são princípios fundamentais.

Acreditamos que o conhecimento não deve ser trancafiado em departamentos, nem as pessoas etiquetadas segundo normas sociais. Abraçamos as novas tecnologias ao mesmo tempo em que abrimos as portas aos saberes tradicionais. Apostamos na diversidade e na experimentação como elementos essenciais da aprendizagem.

Somente seres humanos capazes de aprender, cooperar e fazer escolhas conectados com seus valores mais profundos é que mudarão o mundo. Queremos suscitar essa transformação.

MANIFESTO:

POR MAIS AUTENTICIDADE NA EDUCAÇÃO

Acreditamos que a educação não muda o mundo. Pessoas mudam mundos quando transformam a si mesmas.

Toda aprendizagem é sair da fôrma e incorporar novas formas. Às vezes isso dói. Mas sabemos nos refazer.

Questionamos verdades, fórmulas, rótulos. Criamos nossa própria educação.

Somos uma comunidade. Colaboramos genuinamente. Acreditamos na corresponsabilidade.

Não nos deixamos aprisionar. Somos protagonistas da nossa história.

Abrimos chão para questões e entendimentos profundos. Sabedoria é tão importante quanto saber.

Acreditamos no livre acesso ao conhecimento e na energia criativa da diversidade.

E não somos NADA sozinhos.

EQUIPE

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De 25 a 45 anos, do direito ao cinema, de mestrados em Stanford ao doutorado informal. São muitas as diferenças entre nós e adoramos isso. Ainda assim, duas coisas nos unem: todos nós já passamos por intensas transições de vida, e todos somos apaixonados por apoiar aprendizes autônomos em seus caminhos de desenvolvimento.

Conheça os cofundadores da Multiversidade:

Adriana Julião

Ampliei minha consciência sobre aprendizagem autônoma enquanto cursava mestrado em Direito em Stanford. Dentro de uma organização formal, em uma conhecida aula de criação de startups na escola de negócios, vivenciei intensamente o valor da educação informal e autodirigida.

Desde que abandonei a carreira jurídica, tenho atuado em projetos de crescimento de startups nos EUA e no Brasil, em áreas de negócios de empresas b2b e b2c. Minha trajetória autodirigida e a vontade de transformar experiências educacionais me trazem hoje ao estudo e à aplicação de práticas relacionadas à autonomia dentro e fora das escolas.

Vejo o autoconhecimento e a aprendizagem autônoma como instrumentos essenciais para o desenvolvimento humano. Pratico badminton, yoga e “aprender a aprender”! :)

Alex Bretas

Ter criado meu próprio caminho de educação mudou radicalmente minha vida. Em 2013, depois de me formar em administração pública e trabalhar no governo, percebi que queria (e precisava!) viver outras experiências. Essa decisão me fez viajar pelos interiores do país como consultor e facilitador, além de abrir meus olhos para o campo que continua me fascinando até hoje: aprendizagem autêntica.

Foi aí que decidi não apenas fazer um doutorado informal sobre esse tema — nascia ali o projeto Educação Fora da Caixa –, mas também ajudar a articular um movimento que inspirasse mais pessoas a se lançarem em percursos educacionais autônomos. Ao longo desse processo, chegamos até a fundar uma nova CAPES, composta pelas iniciais dos cinco princípios do doutorado informal: Curiosidade, Autonomia, Percurso, Entrega e Sabedoria.

Mais recentemente, um sexto princípio tem aparecido com cada vez mais força: Comunidade. É isso que queremos construir na Multiversidade: uma comunidade de pessoas que se apoiam na escavação de suas descobertas, que se entremeiam para transformar o mundo.

Tenho 25 anos, sou taurino, mineiro e amo escrever e facilitar processos. Escrevi dois livros, traduzi mais um e sinto que vem mais coisa por aí.

Camila Farias

Tive a sorte de crescer acreditando que aprender é divertido. Sempre fascinada pelo processo de aprendizado e motivada a expandir meu mundo, fui estudar engenharia em uma faculdade militar (IME) e depois educação e tecnologias em Stanford, uma universidade bastante interdisciplinar e liberal.

Sempre me perguntei porque deveríamos ser aprendizes somente em períodos determinados pela educação formal. Como é possível estar constantemente em um estado de excitação por aprender algo novo, ao mesmo tempo em que se contribui ativamente para a sociedade?

Trabalhei com startups de educação e nos mercados financeiro e de telecomunicações. Fundei um projeto social e participei do movimento de empresas juniores na faculdade.

Morei em Belém, na Ilha do Marajó, no Rio de Janeiro, em Palo Alto, e agora aportei em São Paulo. Gosto de ver o mundo de vários ângulos.

Sou apaixonada por livros, tecnologia, sociedade e pessoas. Mas se meus olhos estiverem brilhando, é porque o tema da conversa certamente é educação!

Conrado Schlochauer

Aos 16, dava aula particular. Aos 18, estudando na FGV, organizei meu primeiro seminário. Aos 22, abri a empresa de educação corporativa que tenho até hoje, a Affero Lab. Hoje em dia, escrevo, palestro e dou workshops.

Tenho um prazer maluco em aprender o tempo todo. Viajo e consumo com esse fim. Gosto de ser aprendiz, e não aluno. Passei por um mestrado em criatividade na PUC/SP e um doutorado em aprendizagem informal e autodirigida no Instituto de Psicologia da USP sem nenhum outro interesse que não o de ter uma experiência significativa de pesquisa.

Fiz a revisão técnica do livro “The Adult Learner” do Malcolm Knowles, um clássico da andragogia. Meu foco de pesquisa hoje está nas fronteiras entre transformação digital e aprendizagem.

45 anos, casado com uma pedagoga, pai de três, músico bissexto e maker desde antes de existir esse termo, atuo ainda como conselheiro no Garagem Fab Lab.

Em resumo: apaixonado por aprendizagem. Mais especificamente lifelong learning, ou aprendizagem ao longo da vida. Por isso, vejo a Multiversidade como um espaço multietário, multicarreira, multipaixões.

Jorge Leite

Precisei estudar cinema, matemática e relações internacionais até entender que meu interesse era na verdade pela própria aprendizagem. Nos últimos anos tenho desenvolvido um estudo independente nessa área procurando conhecer pessoas, lugares e ideias diferentes. Acredito que podemos aprender melhor se estivermos mais cientes das motivações, dos processos e do tipo de conhecimento que buscamos.

Trabalhei por mais de 10 anos na área de mídia em empresas e projetos de diferentes tamanhos, assuntos e perfis.

Sou fascinado por cultura e atualmente estou tentando me livrar do vício em informação.

Procuro transitar entre o bagaceira e o refinado.

Para puxar um papo comigo, outros bons caminhos são: cidades (São Paulo especialmente), histórias em quadrinhos e futebol.

COMO FUNCIONA

Na Multiversidade, você será provocado a aprender a partir de seus próprios interesses, desejos, necessidades e contextos, de modo a inverter a lógica educacional predominante baseada em programas pré-fabricados. Em uma turma de 15 a 25 pessoas, você será desafiado a criar uma comunidade de prática junto com outros aprendizes em torno de um tema ou projeto que te instiga.

Com base no que emergir da vontade da turma, cursos, grupos, pesquisas, projetos e outras experiências semelhantes encontrarão terreno fértil para germinarem. Nossa equipe te ajudará nessas ações, oferecendo desde orientações sobre como criar um projeto de aprendizagem até o acesso a especialistas na sua área de interesse.

Veja tudo que a Multiversidade oferece abaixo:

Imersão

O primeiro passo da turma será uma imersão de um fim de semana numa localidade próxima a São Paulo-SP. A imersão servirá para criar senso de comunidade, explorar as vivências e interesses de cada um e apresentar o modelo de aprendizagem da Multiversidade.

Pulso

Os pulsos são encontros de duas em duas semanas aos sábados que possibilitarão o planejamento dos percursos, a criação de experiências de aprendizagem e o apoio mútuo entre os aprendizes. Nosso horário de início será às 9h30 e de término às 17h, mas é possível haver mudanças dependendo do que for feito. A agenda de atividades será construída conjuntamente pela equipe da Multiversidade e pela turma, podendo contar com workshops, conversas, palestras, saídas de campo etc. Outras ações poderão ser organizadas pelos aprendizes fora dos pulsos, de modo que cada um estabelecerá sua rotina de acordo com sua vontade e disponibilidade.

Ciclo

Os ciclos são compostos por quatro pulsos ao longo de dois meses, sendo a última reunião dedicada à reflexão e ao “transbordamento” dos percursos dos aprendizes. Isso significa que, ao final de cada ciclo, criaremos um encontro aberto ao público para compartilhar as descobertas e os desafios daquele período a fim de obtermos feedbacks da comunidade. A ideia é criarmos uma rotina que se encaixe na vida de cada um e mantermos um ritmo de aprendizado constante.

Curso e sessões de orientação em aprendizagem autodirigida

Reservaremos um período durante a imersão e os primeiros pulsos para oferecer um curso de aprendizagem autodirigida aos aprendizes. Como toda ação da Multiversidade, os aprendizes poderão escolher se irão fazê-lo ou não. Além disso, cada aprendiz poderá agendar sessões de orientação individuais ou em grupo com a equipe da Multiversidade com o intuito de obter ajuda em momentos específicos.

Rede de mentores

Desde o início, você poderá contar com uma rede de mentores de diversas áreas do conhecimento para te apoiar durante suas investigações e projetos. O pedido de ajuda deverá vir dos aprendizes e poderá acontecer de várias formas: conversas individuais ou coletivas, palestras, workshops, estágios, job shadowing, indicações etc. Via de regra, todos os mentores da Multiversidade são voluntários, mas haverá a possibilidade de contrapartidas em casos específicos a depender do tipo de interação que o mentor desenvolver junto aos aprendizes. Ao longo do percurso, você será estimulado a convidar outras pessoas para expandir a rede e também a criar a sua própria, com base em seus projetos e interesses.

Veja quem são os mentores:

Cândida Borges

Musicista e professora da UNIRIO

<Música> <Artes contemporâneas>

Tânia Savaget

Diretora de branding na Tátil e fundadora do Estampalavras

<Escrita> <Comunicação>

Ana Carolina Guedes

Fundadora do Quintal de Trocas

<Colaboração> <Empresas livres>

Maria Thereza do Amaral

Netweaver, homeopata e doutora em história da ciência pela PUC-SP

<Transdisciplinaridade> <Redes>

Denise Curi

Fundadora do projeto Práticas Contemplativas e doutora em química pela USP

<Sustentabilidade> <Educação>

Fabio Seixas

Co-Fundador do Festival Path, produtor cultural e audiovisual

<Produção cultural> <Inovação>

Tathyana Gouvêa

Doutora em educação pela USP

<Inovação na educação>

Petrina Santos

Consultora do Impact Hub e representante do Brasil na Youth 20, conferência mundial da ONU

<Empreendedorismo>

Caio Dib

Fundador do Caindo no Brasil

<Educação brasileira> <Comunicação>

Eduardo Estellita

Fundador da genYus @work e do LeadNow! Brasil

<Liderança> <Intergeracionalidade>

Marcelo Vieira

Fundador do ACELERA|CLUB e cofundador da Eureca

<Mentoria para jovens profissionais>

Isabela Marotto

Consultora em estratégia de marca e facilitação e professora universitária

<Branding> <Educação>

Gabi Picholari

Coach e facilitadora do programa Olhar Fértil

<Propósito> <Empatia>

Elena Duarte

Fundadora da LetDive, uma rede social de mergulho

<Mergulho> <Viagens>

Andrea Leoncini

Focalizadora de danças circulares e fundadora da Awake

<Danças circulares> <Facilitação>

Fabiana Maia

Empreendedora do Terra Luminous e coach

<Comunicação Não-Violenta><Transformação de conflitos> <Liderança Caórdica>

Se tiver interesse em se tornar um mentor, envie um e-mail para alex@multiversidade.org e nós avaliaremos caso a caso.

Comunidade de prática

Ao mapearmos os interesses e necessidades de aprendizagem da turma, será natural o surgimento de vontades convergentes. Assim, apoiaremos a estruturação de comunidades de prática em torno desses temas, as quais estabelecerão um ritmo próprio de encontros e atividades. Comunidades de prática podem ser entendidas como “grupos de pessoas que compartilham uma questão ou paixão por algo que fazem e aprendem como fazer melhor na medida em que interagem regularmente” (Etienne Wenger). Cada grupo poderá convidar pessoas de fora da Multiversidade para participar de suas atividades, bem como ajudar na estruturação de comunidades semelhantes em outra cidades.

Assembleia

No fim de cada ciclo, também será realizada a assembleia, um momento em que toda a comunidade pode discutir questões e decidir sobre os rumos da Multiversidade. O consenso deverá ser priorizado, embora decisões por voto da maioria também possam ocorrer. Neste caso, a regra será “uma pessoa, um voto”. A presença dos aprendizes será solicitada nas assembleias, ainda que não haja obrigatoriedade de participação.

Jornada de Inspiração

Para finalizar o ano de forma impactante, todos que permanecerem até o último ciclo de 2017 poderão participar de uma jornada de inspiração que marcará o fim do nosso calendário anual. Essa jornada — que poderá ser uma caminhada na natureza, uma “deriva” na cidade ou outra experiência profunda e desafiadora — durará um fim de semana e, após o retorno, uma “formatura”será organizada como forma de honrar as trajetórias de cada um. A jornada também servirá como um momento em que cada aprendiz poderá refletir se permanece ou não na Multiversidade no ano seguinte.

MODELO DE APRENDIZAGEM

Exploração > Desenho > Investigação > Entrega

Créditos: Daniel Lazaroni.

Essas são as quatro fases que compõem o modelo de aprendizagem da Multiversidade. Desenvolvemos esse modelo com base na abordagem utilizada pela Universidade Alternativa e na teoria da aprendizagem pluralista desenvolvida por Yaacov Hecht, um dos pioneiros do movimento da educação democrática.

Exploração > Desenho > Investigação > Entrega compõem um processo em espiral que nunca termina. Na medida em que você avança em seu percurso, o tamanho da espiral aumenta, representando tanto a ampliação dos seus aprendizados (respostas) quanto da sua capacidade de se indagar sobre determinado tema (perguntas). Desse modo, cada etapa é definida como uma zona de saber ou de não saber: ao passo que a primeira é um momento de convergência e produção intensa, a última caracteriza-se como um período de divergência e questionamentos profundos. Por fim, cada fase tem em si elementos de todas as outras fases, ou seja, é bem provável que você explore, desenhe, investigue e entregue ainda na fase de exploração, por exemplo.

Ter um modelo é útil como referência para guiar seu percurso, mas lembre-se: o mapa não é o território. Existem várias outros modelos que ajudam a compreender processos de aprendizado e, no fundo, o percurso é sempre não linear e imprevisível. Cada aprendiz tem seu próprio tempo de permanência nos diferentes estágios, o que dependerá do perfil e do momento de vida de cada um.

A descrição das quatro fases é apresentada a seguir:

1. Exploração

É o ponto de partida da viagem. Você irá descobrir diferentes temas e interesses com o objetivo de responder às perguntas “O que eu realmente quero aprender?” e “Por que faz sentido pra mim aprender isso?” A ideia aqui é se desapegar e experimentar livremente, sem medo de ser feliz. Será uma exploração ao mesmo tempo externa e interna, uma possibilidade de rever sua própria vida e o mundo a sua volta com novas lentes.

2. Desenho

No momento em que você escolher focar em algum tema específico, começa a fase de desenho. Individualmente ou em grupo, você vai desenhar o traçado de sua aprendizagem rumo ao que você quer descobrir e à pessoa que você quer se tornar. A pergunta aqui é “Quais os caminhos para aprender o que quero aprender?” Para respondê-la, você criará um projeto — uma forma de afunilar as buscas que você deseja empreender — que servirá como ponto de partida para a próxima etapa.

3. Investigação

Nesta fase, você ou seu grupo colocarão a mão na massa e executarão o projeto desenhado contando com diversas ajudas ao longo do caminho. A pergunta central é “Que coisas novas estou descobrindo e criando?” Conversas inspiradoras, leituras, jornadas de aprendizagem, pesquisas de campo e prática no mundo real são algumas das possibilidades de construção de conhecimento nessa etapa. Ao final da fase de investigação, você terá em mãos um resultado concreto que te fará perceber sua evolução durante o processo.

4. Entrega

Chegou a hora de apresentar a toda a comunidade o que você desvendou. Para ser capaz de compartilhar o que aprendeu, você precisará analisar, sistematizar e “embalar” o conhecimento produzido ao longo do trajeto, o que por si só te fará ter novos insights. Assim, a pergunta desta fase é “Como oferecer meus aprendizados ao mundo?” Ao compartilhar, você receberá feedbacks fundamentais para retroalimentar seu percurso rumo a novas explorações e descobertas.

QUANDO

Início dia 29 de abril e pulsos aos sábados das 9h30 às 17h, de duas em duas semanas

Ao confirmar sua inscrição, você se compromete a participar de maio a dezembro de 2017. O comparecimento nos pulsos não é obrigatório, embora seja importante para a construção de vínculos entre todos. Entendemos que, para criarmos uma verdadeira comunidade, precisaremos desse tempo juntos.

Em dezembro, planejaremos nossas ações de 2018 e cada aprendiz decidirá se continua ou não no próximo ano.

Nos intervalos entre os encontros, é possível que os aprendizes realizem outras atividades relacionadas aos seus percursos de aprendizagem. A presença nessas atividades será opcional, variando em função da vontade e disponibilidade de cada um.

Veja todas as datas já previstas para 2017 abaixo:

Imersão — feriado do Dia do Trabalho: de 29/04 de manhã a 01/05 fim do dia (fora de São Paulo)

Ciclo 1 (maio-junho)

  • Encontro 1: 13/05
  • Encontro 2: 27/05
  • Encontro 3: 10/06
  • Encontro de reflexão e transbordamento e assembleia: 24/06

Ciclo 2 (julho-agosto)

  • Encontro 1: 08/07
  • Encontro 2: 22/07
  • Encontro 3: 05/08
  • Encontro de reflexão e transbordamento e assembleia: 19/08

Ciclo 3 (setembro-outubro)

  • Encontro 1: 02/09
  • Encontro 2: 16/09
  • Encontro 3: 30/09
  • Encontro de reflexão e transbordamento e assembleia: 21/10

Encontro de avaliação e aprendizados do ano: 28/10

Encontro de preparação da jornada de inspiração: 11/11

Jornada de inspiração: 25/11 e 26/11 (fora de São Paulo)

Encontro de celebração, assembleia e planejamento de 2018: 09/12

ONDE

NAU Interativa

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A NAU Interativa é a casa da Multiversidade. O espaço abrigará os encontros da turma e também poderá sediar outras atividades relacionadas aos percursos dos aprendizes que eventualmente possam ocorrer.

Escolhemos a NAU como nossa sede por várias razões. Fundada por designers, a missão do projeto é muito semelhante à da Multiversidade: semear possibilidades para além da universidade tradicional. O espírito inventivo, crítico e realizador do espaço é o mesmo que nos anima.

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“A NAU Interativa é formada por pessoas que pensam a realidade como o que se transforma constantemente, com graus de incertezas e dúvidas que nos levam a agir e que exigem criatividade em busca de uma vida mais potente a ser sentida, vivida e construída.

— Vilma Vilarinho e Marly Moraes, cofundadoras da NAU

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Além de compartilharmos do mesmo propósito, o lugar oferece:

  • Wi-Fi
  • Computadores
  • Projetor
  • Mobiliário dinâmico e ajustável a diferentes necessidades
  • Espaço para café
  • Cozinha completa

Localização

Rua Barão de Itapetininga, 255, Sala 605 — República — São Paulo-SP (2 min do metrô República)

QUANTO

Mensalidade mínima: R$ 270 (+ R$ 80 em maio e novembro)

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A primeira mensalidade, referente ao mês de maio, deverá ser paga no ato de inscrição para garantir a vaga.

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A Multiversidade é um negócio social e, portanto, visa lucro, mas tudo é reinvestido no desenvolvimento do próprio projeto. E, como todo projeto, temos custos para funcionar. Para que sejamos ao mesmo tempo sustentáveis e acessíveis, decidimos adotar um modelo de negócio alternativo que reconhece as disparidades econômicas e preza pela transparência financeira.

Assim, a contribuição mínima mensal para quem quer ser um aprendiz é de R$ 270, desde que se assuma um compromisso de participação de no mínimo 8 meses (de maio a dezembro de 2017, totalizando 8 pagamentos). Em maio e novembro, estamos planejando atividades fora de São Paulo, e por isso pedimos um acréscimo de R$ 80 à contribuição de cada um nesses meses.

Ao final de cada ciclo (de dois em dois meses), teremos um momento para falar sobre a situação financeira da Multiversidade, e nessa ocasião haverá a possibilidade de cada aprendiz rever o valor da própria mensalidade para mais ou para menos, de acordo com sua disponibilidade de recursos. Acreditamos que a turma se equilibrará nesse sentido.

Não deixe a questão financeira te impedir de participar. Se o valor mínimo for uma restrição para sua participação, fale com a gente.

Abrindo as contas

Honrando nosso princípio de transparência, confira o orçamento da Multiversidade abaixo. Para acessá-lo em uma nova janela, clique aqui.

PROJETOS

A Multiversidade se inspira em vários projetos educacionais pelo mundo. Conheça nossas principais referências:

Doutorado informal

Um movimento composto de pessoas que criam seus próprios processos de aprendizagem com profundidade e liberdade, baseados em cinco princípios: Curiosidade, Autonomia, Percurso, Entrega e Sabedoria (CAPES).

CIEJA Campo Limpo

O Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos do bairro Campo Limpo é referência em EJA no Brasil, recebe mais de mil alunos e respira diversidade, escuta e cooperação.

Open Master’s (EUA)

Uma comunidade criada para quem quer fazer um “mestrado aberto” em qualquer área do conhecimento.

Enrol Yourself (Inglaterra)

E se desenvolver um projeto de aprendizagem fosse como correr uma maratona? O Enrol Yourself aposta nessa metáfora para criar grupos de aprendizes autodirigidos que se encontram periodicamente durante seis meses.

Universidade Shure (Japão)

Universidade democrática criada em 1999 em Tóquio. Um dos cursos que mais despertam o interesse dos alunos chama-se “Criando seu próprio estilo de vida”. Leia a entrevista com um dos fundadores da Shure realizada por Alex Bretas.

Universidade Alternativa (Romênia)

Espaço de aprendizagem radicalmente livre criado por jovens insatisfeitos com a falta de autonomia nas universidades tradicionais romenas. Veja o artigo de Alex Bretas sobre a iniciativa.

DeCal (EUA)

Programa de educação democrática da Universidade da Califórnia que estimula alunos a oferecer e participar de cursos livres sobre qualquer assunto, de direitos humanos a danças polinésias.

Mapa das universidades inovadoras

Além desses projetos, diversas outras iniciativas já estão propondo uma educação mais autônoma para jovens e adultos. Veja no mapa que elaboramos abaixo:

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LINKS ÚTEIS

Quer se aprofundar nos mundos da educação alternativa e da aprendizagem autodirigida? Compartilhamos abaixo uma série de materiais que nos inspiram:

Cursos online (MOOCs)

Leaders of Learning (Harvard)

Curso criado por Richard Elmore, professor de educação e liderança de Harvard, sobre teorias e ambientes de aprendizagem no século XXI.

Aprendendo a aprender (Universidade da Califórnia)

Curso baseado no trabalho da professora Barbara Oakley que explora como nosso cérebro lida com o conhecimento e técnicas para potencializar o aprendizado.

10 MOOCs That Support Lifelong Learning (informED)

Lista de 10 cursos online sobre temas como resolução criativa de problemas, como otimizar suas buscas na internet e comunicação efetiva.

Sites e blogs

Porvir

Um dos principais sites brasileiros sobre inovação educacional.

Centro de Referências em Educação Integral

Iniciativa da Associação Cidade Escola Aprendiz que busca promover caminhos para fortalecer a educação integral no país.

Caindo no Brasil

Agência de conteúdo especializada em inovações educacionais brasileiras.

Mundo de Oz

Blog do Oz, um dos educadores da Escola Politeia.

Humana.social

Projeto de investigação de alguns pesquisadores da Escola-de-Redes que estão desenvolvendo uma nova teoria interativista da aprendizagem.

Reevo

Rede de educação alternativa latino-americana.

Off-trail Learning

Site produzido por Blake Boles com várias dicas e materiais para quem quer criar uma educação não convencional.

AERO

AERO é a sigla para Alternative Education Resource Organization, uma organização fundada por Jerry Mintz para promover abordagens de aprendizado centradas no estudante.

Connected Learning Alliance

Rede de organizações, projetos e pessoas voltada para a disseminação da aprendizagem conectada, uma concepção educacional centrada nos interesses do aprendiz e em sua capacidade de se conectar com seus pares ao longo do processo de aprendizado.

The Mission

Publicação no Medium dedicada a temas como aprendizagem autodirigida, produtividade, life hacking e tecnologia.

How We Learn

Uma das seções da publicação How We Get To Next, How We Learn traz artigos de vários autores sobre aprendizagem abordando temas como neurociência, tecnologia, games e mais.

Vídeos

Escolas democráticas: entrevista com Helena Singer | Jornal 1º Ago 2014

Helena Singer, pesquisadora em educação democrática, explica o que um espaço de aprendizagem precisa ter para ser considerado democrático.

O que eles têm para nos dizer? — Episódio 1 — Escuela Democrática de Huamachuco (Peru)

No primeiro episódio da websérie produzida pelo Coletivo Reconsidere, somos levados a conhecer a Escuela Democrática de Huamachuco, no Peru.

Augusto de Franco — Aprendizagem na Sociedade em Rede (Aprendizagem Viva)

Augusto de Franco, pesquisador e criador da Escola-de-Redes, compartilha sua visão sobre a aprendizagem na sociedade em rede.

Aprendizagem sem ensino — Apprentissage libre

Carla Ferro, pesquisadora em aprendizagem sem ensino, nos conta como não apenas é possível, como inato para o ser humano aprender sem ser educado ou preparado para isso.

The importance of self-directed learning: Alan Webb at TEDxUVA

Alan Webb, um dos fundadores do Open Master’s, compartilha suas reflexões sobre aprendizagem autodirigida.

The Power of Relationships: Alan Webb at TEDxFurmanU

Alan Webb descreve a universidade como um espaço de cultivo de relações e traça alguns caminhos para a educação superior do futuro.

New experiments in self-teaching | Sugata Mitra (legendas em português)

O pesquisador Sugata Mitra, vencedor do Prêmio TED em 2013, relata os resultados de experiências de autoeducação que realizou com crianças na Índia.

TEDxAtlanta — Anya Kamenetz — DIY U

Anya Kamenetz, autora do livro DIY U, fala sobre a guinada da educação baseada em ensino homogeneizante para a aprendizagem autodirigida e em rede.

Emilie Wapnick TED: Por que alguns não têm uma vocação específica — TEDxBend 2015 (legendas em português)

Emilie Wapnick defende que nós não precisamos ter somente um chamado ou vocação durante a vida. Muitos de nós somos multipotenciais.

Democratic School Education

Vídeo didático que apresenta o movimento da educação democrática desde seus primeiros pensadores até algumas das práticas comuns em escolas que adotam essa visão.

How We See Self-Directed Education — Akilah S. Richards

Vídeo que explica de forma clara os diferentes caminhos pelos quais a aprendizagem autodirigida acontece para crianças e jovens.

Livros

Educação democrática: o começo de uma história (Yaacov Hecht)

República de crianças: sobre experiências escolares de resistência (Helena Singer)

Volta ao mundo em 13 escolas (Coletivo Educ-ação)

Oprimidos da Pedagogia — Bruno Martins

Caindo no Brasil (Caio Dib)

Sociedade sem escolas (Ivan Illich)

Aprendendo o tempo todo (John Holt)

The Art of Self-Directed Learning (Blake Boles)

Hacking Your Education (Dale Stephens)

Connect the Dots (Paul Jun)

Artigos e entrevistas

“A maioria das universidades do mundo vai desaparecer” — David Roberts (El País)

Aprender a aprender — André Gravatá (Vida Simples)

Lifelong learning: aprendizado ao longo da vida — Ana Maria Diniz (Estadão)

O diploma morreu… Viva o portfolio. Esta e outras reflexões sobre o que de fato nos prepara para a vida — Mathieu Le Roux (Projeto Draft)

O terrível custo sobre o qual ninguém fala de ter um doutorado — Jennifer Walker (tradução por Marina Legroski)

“A educação atual produz zumbis” — Claudio Naranjo (ÉPOCA)

“A escola atual está fadada ao fracasso” José Pacheco (Correio Braziliense)

Materiais de nossa autoria

Livro: Doutorado informal — Alex Bretas

Livro: Kit Educação Fora da Caixa — Alex Bretas

Manifesto do doutorado informal — Alex Bretas

Tese de doutorado: Um estudo exploratório sobre a autodireção da aprendizagem em ambientes informais — Conrado Schlochauer

Ainda não aceitamos o fato de que o aprendizado ocorre no trabalho — Conrado Schlochauer (UOL Notícias)

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Jorge Leite
Oniversidade

Aprendizagem & Conhecimento- coisas diferentes com alguma incoerência.