China e Brasil enfrentam desafios parecidos de mobilidade urbana

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Para onde vamos?
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4 min readFeb 2, 2018

Cidades densamente populosas, com ruas e avenidas engarrafadas. Esse cenário típico de uma metrópole brasileira é muito semelhante à realidade de cidades a mais de 15 mil quilômetros daqui, na China.

Congestionamento na avenida 23 de Maio, em São Paulo (Foto: Shutterstock)

A origem do problema nos dois países também é comum. Tanto as cidades brasileiras como as chinesas sofreram um rápido processo de urbanização que não foi acompanhado por uma estrutura adequada. Para se ter uma ideia, de 1950 a 2010, a população urbana no Brasil aumentou mais de mil por cento. Na China, em 1950, 13% dos moradores chineses viviam em cidades; sessenta anos depois, o número tinha subido para 45%. E projeções indicam que será de 60% em 2030. Detalhe: vinte e cinco das cem cidades mais populosas do mundo está na China.

Tanto lá como cá, as cidades não se prepararam para abraçar essas pessoas. Foram idealizadas e forjadas em torno do uso do carro e não dos cidadãos. Isso significa menos qualidade de vida. Extensas áreas de estacionamentos e largas avenidas deixam pouco espaço para áreas de convivência e de lazer.

Engarrafamento em cruzamento, na China (Foto: Shutterstock)

No município de São Paulo, 25% da área construída é dedicada a estacionamentos. E, entre 2015 e 2016, 136 mil novos veículos passaram a circular no município, que teve no mesmo período um acréscimo de 70 mil novos moradores — portanto, uma relação de automóvel-indivíduo de dois para um.

No Rio de Janeiro, se toda a área construída para estacionamentos entre 2006 e 2015 tivesse sido destinada a moradias, praticamente metade do déficit habitacional da cidade estaria resolvido. Um estudo do Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento apontou que nesse período de dez anos, o Rio dedicou para o uso residencial praticamente a mesma área construída a estacionamentos de veículos. Ou seja, para todo apartamento construído na cidade, outro apartamento de igual tamanho foi construído para abrigar automóveis.

“Super engarrafamentos”

A imagem abaixo, de uma estrada chinesa, ilustra muito bem uma realidade que também vivemos nas metrópoles brasileiras: o enorme volume e fluxo de carros nos feriados. Essa rodovia que liga a área rural à região leste do país — a mais populosa da China — ficou super engarrafada quando moradores tentavam voltar para casa depois de uma semana de feriados.

(Foto: China Daily/Reuters)

A solução para esse tipo de problema é tirar carros da rua. E isso passa pelo desenvolvimento de serviços de transporte como os da 99 e da DiDi Chuxing.

A possibilidade de pedir um transporte através de um aplicativo, sob demanda, sempre que você quiser e onde estiver, e chegar aonde você precisa da melhor maneira possível está levando ao abandono do carro próprio.

Além do custo para se comprar um automóvel, pagamos impostos, manutenção, gasolina, seguro, multas de trânsito, depreciação e estacionamento. E, acredite, o carro próprio para uso individual permanece 95% do tempo estacionado. Definitivamente, não vale a pena manter um carro. (Entenda aqui como e por que é mais barato usar os serviços de aplicativos).

Enfim, quanto mais usarmos serviços de aplicativos ao invés de comprar e ter automóveis, menos carros irão circular pelas ruas. E isso significa menos trânsito, poluição e estresse.

App + transporte público

O ride-hailing é, ainda por cima, complementar ao transporte público. Estudos da 99 indicam que 13,2% das corridas realizadas em São Paulo têm origem ou destino em estações de metrô e trem e terminais de ônibus; no Rio, esse número chega a 24,3% com origem ou destino em estações de metrô, trem, BRT e balsa e terminais de ônibus.

Ciente dessa tendência de deslocamento dos passageiros, a 99 fez uma parceria com a MetrôRio para oferecer um transporte mais barato e confortável a milhares de pessoas. O projeto consistiu no desenvolvimento de um cartão especial, que oferece, desde agosto de 2017, cinco viagens de metrô mais um desconto de R$ 4 em cinco corridas com a 99.

Esse é só um exemplo de projeto em que a 99 trabalha em colaboração com o Poder Público. Nós entendemos que usar positivamente os dados coletados das viagens é mais uma forma das empresas de transporte ajudarem a melhorar as cidades.

Na China, a DiDi Chuxing também contribui de diversas formas para otimizar o trânsito. Por exemplo, operando faixas reversíveis que se adaptam a movimentos pendulares entre o centro e o subúrbio e fornecendo painéis que informam a situação das vias em tempo real, ajudando os motoristas a decidir sobre o melhor caminho.

Em Jinan, a DiDi opera semáforos inteligentes, cujos tempos de abertura e fechamento são alterados de acordo com a necessidade do momento para deixar o trânsito mais fluido — às vezes, melhorando a velocidade do trânsito em 20%.

Em síntese, os desafios que Brasil e China têm pela frente na construção de cidades mais humanas, agradáveis e inteligentes são muito parecidos e podem ser superados com a expansão dos serviços de corridas por aplicativos.

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