Ihiro Hayami
Entrevista com um dos indicadores da
Convocatória em Foco 2015.
por Érico Elias
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As inscrições vão até o dia 22 de agosto.
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Da América do Sul ao extremo oriente, seguimos a série de entrevistas com os indicadores da Convocatória em Foco 2015. Semana passada conversamos com o Colectivo +1, da Colômbia.
O entrevistado da vez é o curador japonês Ihiro Hayami, fundador do Tokyo Institute of Photography (T.I.P.) e coordenador do Tokyo International Photography Festival.
Enviamos a ele as mesmas quatro perguntas enviadas ao Colectivo +1, que foram sintetizadas, de maneira sensível e poética, em apenas duas respostas.
Que tipo de fotografia você aprecia mais? Qual é seu “estilo” curatorial?
Quando penso em fotografia, tenho de pensar no ambiente que nos circunda. Tirar uma foto nunca foi tão fácil, barato e acessível como hoje. O que costumava ser feito por profissionais está sendo feito por amadores. Se um fotógrafo ainda se portar como mero operador por trás da câmera, a tecnologia irá tomar o seu emprego — se já não levou.
Assim, o que se espera de um fotógrafo? Apesar de ser algo bastante falado, acredito que o “olhar” do fotógrafo é o que permite ao espectador ver o mundo de uma forma nunca antes vista. É isso que busco quando vejo trabalhos de fotógrafos, sejam documentais ou artísticos.
No fundo, sou um obcecado por olhar o mundo. O mundo, nesse sentido, é como uma esfera, como a Terra, em que o ponto central na superfície muda dependendo de onde se olha.
Permitir que vejamos o mundo de um diferente ponto de vista é tornar possível um melhor entendimento acerca de nós mesmos, o que faz de nossas vidas mais ricas, mais abundantes e cheias de sentido.
Por favor mencione um ou alguns fotógrafos que aprecia especialmente e nos diga por que.
O trabalho de Alejandro Chaskielberg, “Otsuchi Future Memories”, por exemplo. É mais fácil de entender olhando suas imagens do que com minha explicação e é por isso que as aprecio tanto.
O que ele faz é um tipo de fotografia das sequelas. Os retratos dos sobreviventes de 11 de março no exato local em que costumavam viver ou trabalhar. [O curador faz menção ao terremoto seguido de tsunami que ocorreu no Japão em 11 de março de 2011, causando o acidente na usina nuclear de Fukushima I]
As fotos são encenadas por pessoas reais e feitas à noite. São tiradas em p&b e retocadas com cores retiradas das velhas fotos da família de Otsuchi, que foram severamente danificadas pelo tsunami.
A série é composta dos retratos e também das antigas fotos de família. É um trabalho documental, que conta as histórias dos sobreviventes em Otsuchi, mas ao mesmo tempo fala sobre identidade; como as identidade de alguém está conectada com a fotografia e como ela é afetada em uma situação como essa.
Confira também a entrevista com um dos outros dois indicadores da Convocatória em Foco 2015: o Colectivo +1
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