A Bélgica jogou solta para alcançar sua melhor campanha na história das Copas

Luiz Henrique Zart
Popytka
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14 min readJul 14, 2018
O terceiro lugar é dos Diabos Vermelhos que, veja, jogaram de amarelo (Getty Images)

Disputa não é a melhor palavra para descrever o jogo que decide quem fica com o terceiro lugar da Copa. Então, cobrar intensidade era demais em São Petersburgo. Em uma partida com cara de amistoso, vale o encontro entre duas boas seleções, um jogo aberto e algumas possibilidades. Não, Bélgica e Inglaterra não se empenharam tanto assim, mas ao menos fizeram um jogo aberto. Assim, quem se sobressaiu apesar das chances criadas pelos ingleses, foram os Diabos Vermelhos. Venceram por 2 a 0 jogando soltos, controlando o jogo e dando mostras da sua qualidade, trabalhando as jogadas e usando bem as capacidades de seus principais jogadores.

Nesse clima de relaxamento, Kane e especialmente Lukaku, abusaram de perder chances. O centroavante dos Three Lions termina, assim, à frente na artilharia, com seis gols contra quatro. Os gols, aliás, vieram de boas jogadas, uma concluída por Meunier, e outra nascida da maestria de Kevin De Bruyne e concluída perfeitamente por Eden Hazard. Os dois, inclusive, podem beliscar prêmios individuais no mundial. Com o quarto lugar, a Inglaterra iguala campanha de 1990, melhor resultado desde o título de 1966, vencido nas terras da rainha. Já a terceira posição dá à Bélgica sua melhor campanha na história das Copas, superando o quarto lugar que conseguiu em 1986. O selo de ótima geração pesa, mas é certo que a campanha de “pódio” representa um trabalho bem feito, com frutos ainda por vingar.

Os times

Dois esquemas com três zagueiros. O embate entre belgas e ingleses privilegiava o mesmo modelo, com participação forte dos alas, mas tinha características diferentes, com a Inglaterra voltada mais à marcação, enquanto a Bélgica preferia a produção ofensiva. Roberto Martínez manteve Thibault Courtois no gol, Toby Alderweireld, Vincent Kompany e Jan Vertonghen atrás. Nacer Chadli e Thomas Meunier caíam pelas alas, com Axel Witsel acompanhado da novidade Youri Tielemans no meio. Na frente o trio era formado por Romelu Lukaku na referência, com Kevin De Bruyne e Eden Hazard pelas pontas.

Já o comandante Gareth Southgate também confiava em seu goleiro, Jordan Pickford, mas mudava a trinca de zagueiros. Além de John Stones e Harry Maguire, Phil Jones ganhava espaço para participar. Danny Rose e Kieran Trippier eram os alas, suportando os jogadores de meio: Eric Dier mais atrás, com Fabian Delph e Ruben Loftus-Cheek na criação. Mais adiante, a insistência em Raheem Sterling e a presença de Harry Kane como dupla de ataque.

O campinho de Bélgica x Inglaterra (Fifa.com)

O jogo

Parecido com o que aconteceu na disputa pelo terceiro lugar na Copa de 2002 — entre Coreia do Sul e Turquia — o gol saiu logo cedo. Não tão cedo, mas, sim, nos minutos iniciais. O ponteiro já tinha dado quatro voltas completas quando Thibault Courtois cobrou o tiro de meta e Lukaku dominou, fez o pivô, e lançou Chadli pela direita. Como um ponta, cruzou rasteiro para o meio da área, e quem apareceu — como se fosse Lukaku, foi Meunier, apenas para conferir às redes (de canela, vale dizer). Com isso, a Bélgica atingiu uma marca: Igualou França de 1982 e Itália de 2006 como a seleção que marcou gols com dez jogadores diferentes durante a Copa — Vertonghen, Meunier, Mertens, Januzaj, Fellaini, De Bruyne, Chadli e Batshuayi (1); Hazard (2) e Lukaku (4).

Meunier marcou o seu e abriu o placar logo no começo do jogo (Dylan Martínez/Reuters)

Os Diabos Vermelhos realmente estavam mais afim de jogo. Trocavam passes com mais objetividade, rondando a área inglesa que, a partir da intermediária, conseguia se fechar. Aos 11, Lukaku tentou a inversão para De Bruyne, mas o passe saiu ruim. Mesmo assim, a defesa espanou na tentativa de tirar a bola, que chegou ao camisa 7. Então, ele ajeitou e bateu de perna direita. Com o desvio, a defesa era complicada, mas o arqueiro dos Three Lions teve reflexo. Lukaku também teve sua oportunidade, quando foi lançado por De Bruyne e, já dentro da área, em boas condições de finalizar, tropeçou na bola e perdeu o domínio.

Já a Inglaterra ameaçava na bola aérea, como aos 10, quando Trippier lançou na área e Vertonghen quase mandou para o próprio gol. Nove minutos depois, Loftus-Cheek fez uma bela jogada se infiltrando e driblando a marcação, até que chegou à linha de fundo e bateu para trás, procurando Kane. Kompany, entretanto, apareceu para cortar o passe. A Bélgica, por outro lado, se aproveitava dos espaços deixados pelo trio de zagueiros ingleses, muito afastado dos alas. Assim, Meunier avançou em velocidade e tentou o passe para a área. Lukaku, porém, não conseguiu chegar.

Os dois times jogavam à vontade, tranquilos, sem um peso pela disputa. O English Team finalizou seis vezes na primeira meia hora de jogo, mais do que fez em 120 minutos contra os croatas. Já os comandados de Roberto Martínez, porém, pareciam mais agressivos e objetivos. Se acelerasse, poderia fazer mais um. Quando fez isso, no entanto, o resultado foi uma lesão. Chadli arrancou pela esquerda e sentiu a coxa, sendo substituído por Thomas Vermaelen. E o jogo, que já tinha cara de amistoso antes de começar, no fim da primeira etapa confirmou a impressão. Só a Bélgica propunha o jogo, criava chances e parecia querer sair com a vitória. Os ingleses não marcavam tanto, e quando tinham a bola faziam as escolhas erradas.

O segundo tempo

Na segunda etapa, Gareth Southgate fez suas trocas. Tirou Sterling — em um péssimo mundial, onde errou tudo que pensou — e Danny Rose, para as entradas de Marcus Rashford e Jesse Lingard. Assim, nos primeiros dez minutos do segundo tempo a Inglaterra chegava bem nos cruzamentos, mas a defesa belga suportava bem. Aos 5, por exemplo, Dier cobrou para a área e Stones aparecia para cabecear. Marcado por Vertonghen, não conseguiu o desvio da melhor forma.

Quatro minutos depois, uma tentativa de chute mascado quase se transformou em um passe para Kane, que estava no meio da área, se esticou todo, mas não alcançou com a sola da chuteira. Se o 9 inglês perdeu a chance, Lukaku também desperdiçava uma pilha de bolas em boas condições. Aos 10, De Bruyne mandou um passe por baixo das pernas de Stones e encontrou o camisa 9, mas ele dominou mal e não conseguiu finalizar. Foi a deixa para Martínez mandar Mertens no seu lugar.

A Inglaterra acordou a partir dos 20 minutos, se soltando um pouco mais. Especialmente Dier largou o balanço defensivo e deixou de se posicionar recuado entre os zagueiros para aparecer como um meia no campo de ataque. Aos 23, calibrou o pé batendo cruzado para boa intervenção de Courtois. Um minuto mais tarde, o camisa 4 tabelou com Rashford, entrou na área, e tocou por cima do goleiro. A bola já ia se encaminhando para o gol, mas Alderweireld correu para tirar a bola em cima da linha.

Alderweireld correu e conseguiu se recuperar quando Courtois já estava batido (Getty Images)

Os Diabos Vermelhos perderam algumas oportunidades em contra-ataque, principalmente nos pés de Mertens, que tentou o chute, sem direção. Na segunda chance de contragolpe, Hazard abriu o jogo com De Bruyne. O camisa 7 acionou Mertens, na passagem, e desta vez ele fez o certo: virou o jogo encontrando Meunier. Confiante, o ala meteu uma chicotada na bola, mas Pickford foi muito bem para espalmar a paulada — que veio quente.

Aos 36, não haveria erros. Em mais um contra-ataque, De Bruyne pegou a bola ainda atrás do meio de campo e arrancou para o ataque. Foi se infiltrando no meio da marcação inglesa, que só cercava. Com espaço, ele lançou Hazard pela direita, às costas de Stones. O zagueiro tentou interceptar e deixou ainda mais nos pés do camisa 10. Ele ameaçou bater no canto oposto de Pickford, mas mandou do outro lado e estufou as redes, garantindo a terceira posição aos Belgas.

Hazard teve liberdade para arrematar e vencer Pickford, garantindo a terceira posição (Getty Images)

O cara da partida

Eden Hazard. A partida não era lá muito animadora para qualquer jogador que esteja em uma Copa do Mundo. Mas já que estavam lá, restava uma apresentação digna. E entre todos que estiveram em campo, o camisa 10 da Bélgica tinha mais ímpeto, criando as melhores jogadas dos Diabos Vermelhos — ainda que Kevin De Bruyne também mereça elogios. Fez o gol que sacramentou o terceiro lugar aos comandados de Martínez.

O camisa 10 da Bélgica foi quem mais jogou na melancólica partida da medalha de bronze belga (Getty Images)

O caminho das seleções: a queda e o próximo passo

Bélgica

Todas as apresentações Belgas foram cercadas de expectativas. Mas o certo é que, durante a fase de Grupos, a equipe de Martínez não teve grandes testes. Afinal, as primeiras duas partidas não tinham adversários à altura — e, se a rodada final reservava um confronto mais pesado, não houve muita competitividade. O Panamá, estreante em Copas do Mundo, foi o primeiro degrau, superado com a boa atuação de Hazard e De Bruyne, além do doblete de Lukaku nos 3 a 0. Já na segunda partida, diante dos tunisianos, o centroavante e o camisa 10 brilharam mais uma vez e, mesmo com um time mais qualificado pela frente e algumas falhas defensivas, outra goleada: 5 a 2.Contra a Inglaterra, o que poderia ser um jogo de mais opções foi minado pela escolha dos técnicos de poupar titulares, em um 1 a 0 bem mais ou menos. Mas teve a melhor campanha geral da fase de grupos.

Contra o Japão, nas oitavas, sofreu marcação alta nos primeiros 45 minutos. Já na etapa final, os nipônicos fizeram sete minutos incríveis e abriram 2 a 0. O grande problema foi que com o passar do tempo, tomaram conta do jogo. Na primeira etapa, o jogo sem gols foi completamente diferente do ânimo do final. A Bélgica pareceu sentir o golpe, mas, depois que a situação se assentou, o time de Martínez foi para a pressão. Conseguiu um gol meio sem querer de cabeça com Vertonghen e outro, de propósito, com Fellaini, entre as boas defesas de Kawashima. No final, a ingenuidade japonesa pesou. Com jogadores bem mais baixos na área, Honda tentou cruzar e deu a oportunidade para o ataque belga pegar a defesa japonesa desmontada e atacar os espaços para sair com a virada no último lance.

Nas quartas, o Brasil foi a vítima da linha de frente dos Diabos Vermelhos. Martínez deu um nó em Tite — que demorou a ter uma leitura apropriada da partida e corrigir seus erros e voltar logo ao jogo — deslocando Lukaku para a ponta e fazendo De Bruyne flutuar mais à frente, abrindo espaços junto de Hazard, que cadenciou o jogo, ordenou e regeu o time, típico de uma grande atuação de um camisa 10. A entrada de Fellaini deu a sustentação defensiva para, se não anular, ao menos diminuir o poder de fogo dos principais jogadores brasileiros — que quando criaram, tiveram os tentos negados pelo gigante sob a trave belga. Assim, se apropriou das falhas do jogo brasileiro.

A Bélgica, então, passou no grande teste até então, e veio com moral para enfrentar a França. Derrotou e mandou para casa a seleção que tem mais títulos mundiais com boas atuações e participações clamorosas de suas principais peças, que já há tempos demonstram suas capacidades nas maiores ligas do mundo. Foi extremamente coerente e eficiente na sua proposta de jogo, atacando as feridas e os pontos fracos do Brasil, especialmente a faixa central de campo, onde a desordem era maior. Foi um time agressivo, vertical, direto e objetivo. O desafio era igualmente complexo: para se provar, teria a França pela frente. Supera seus traumas, após não estar presente na Copa de 2010 nem na Eurocopa de 2012, sendo eliminada no mundial seguinte e despachada surpreendentemente contra País de Gales em 2016. Depois de superar os pentacampeões, deve marcar este jogo na história e seguir em frente com mais prestígio que o título por muitas vezes ironizado lhe confere. Teve a reafirmação de seus craques de linha — com Hazard, De Bruyne e Lukaku jogando o fino da bola, e mesmo o contestado Fellaini conseguindo anular as principais armas ofensivas no duelo contra o Brasil. Também Courtois, teve uma atuação exuberante, com nove defesas, a maior parte de grande exigência técnica.

A Bélgica até assustou, especialmente na primeira etapa, quando o jogo fluía e era aberto. Conseguiu criar boas chances e se apresentou melhor, criando oportunidades salvas pela ótima partida de Hugo Lloris. Apesar disso, a França soube aproveitar a volta do intervalo para usar uma das marcas dessa Copa do Mundo: a bola parada. Curiosamente uma das armas tanto na defesa quanto no ataque belga, esse foi o veneno, com Umtiti se antecipando a Fellaini, uma das pilastras de Roberto Martínez. Os Diabos Vermelhos saíram atrás pela segunda vez nos mata-matas, mas, diferentemente do duelo diante do Japão, não atuaram em um nível tão alto, e também enfrentaram um adversário muito mais qualificado e experiente em grandes competições. Depois do gol, o mérito defensivo foi todo do time de Didier Deschamps, que conseguiu anular as potencialidades belgas. Conseguiria ampliar o placar não fosse mais uma atuação importantíssima de Courtois, que pouco pode fazer no lance do gol.

A Bélgica, que arriscou nos primeiros 45 minutos, não reagiu bem ao sair atrás no marcador na semifinal. Contra o Brasil, viveu um quadro completamente oposto, com a pressão caindo toda para o lado adversário. Também na partida diante do time de Tite, as mudanças funcionaram, e houve um buraco na defesa da Seleção que foi muito bem explorado. Contra a França isso não aconteceu. Quando a jogada levava perigo, os Bleus paravam o jogo com falta, esfriavam a partida e logo retomavam o domínio das ações. Individualmente falando, a defesa falhou no momento do gol, tanto com Alderweireld, que não acompanhou na marcação, quanto com Fellaini, mal posicionado. Courtois fez sua parte e pegou muito, como de costume. Já no meio tanto o camisa 8 quanto Chadli, Witsel e De Bruyne estiveram num dia bastante ruim. O camisa 7 errou muito mais que de costume, mesmo em lances simples, afetado pelo nervosismo e pelo peso da partida. Assim, Lukaku não conseguiu ser abastecido. O único que teve mais destaque foi Hazard, aparecendo em alguns lances e sempre buscando o jogo, mas muito bem marcado. A queda de produção dos Diabos Vermelhos na segunda etapa impediu qualquer tipo de reação.

Inglaterra

Já antes do sorteio, era possível perceber que a Inglaterra era franca favorita à classificação junto à Bélgica. Com muitos erros na estreia, ainda assim conseguiu superar os tunisianos por 2 a 1, graças ao faro artilheiro de Kane,indo às redes duas vezes. Passado este peso, atropelou o Panamá por 6 a 1, sem problemas. A questão era que faltavam testes de mais peso. Um deles poderia vir na rodada final, quando se disputou (ou não) o primeiro lugar. Tanto belgas quanto ingleses pouparam seus principais jogadores, com os Three Lions levando a pior. Ou nem tanto, já que pararam do lado que, julgavam, teoricamente mais fraco no chaveamento. Tudo isso em busca de uma estrela a mais sob o emblema, já que a única foi no distante ano de 1966.

O primeiro duelo de mata-mata do English Team serviu para afastar alguns fantasmas, especialmente o das disputas de pênalti. Isso porque o time de Southgate foi o responsável por vencer a primeira disputa do país — em três disputadas — contra a Colômbia. Antes disso, os ingleses abriram o placar e seguraram o jogo, sem contar com a aparição de Yerry Mina, que mandou de cabeça para as redes e estendeu a batalha à prorrogação. Lá, cada seleção teve um tempo à disposição, e a marca da cal decretou a passagem dos europeus, com participação fundamental de Jordan Pickford.

Nas quartas, o duelo entre ingleses e suecos teria situações diferentes para ambas as seleções. Do lado inglês, há uma espécie de reformulação. Com todos os jogadores atuando no próprio país, a forma com que se trabalha a equipe ganha mais consistência com isso. Ao mesmo tempo em que o futebol dos Three Lions segue recorrendo a algumas características clássicas, como a bola parada, também ressurge com nomes jovens que vêm se destacando em seus clubes — como Lingard, Rashford e Sterling, além de Harry Kane, guardando as chances que aparecem. Há também o dedo de Southgate, que, aquém da condição de estar do lado teoricamente mais fraco da chave no mata-mata, tem um plano de jogo que, apesar das necessidades de adaptação, vinha se bancando.

Na semifinal, com o gol no início da partida, a Inglaterra se soltou e mandou toda a responsabilidade para os croatas. Pressionados, os vatreni pouco conseguiam criar. Eram apertados pelos ingleses, que perdiam as chances de ampliar o placar. Então, depois da meia hora da primeira etapa, o time de Zlatko Dalic começou a assustar. No segundo tempo, voltou no mesmo ritmo e tomou conta da partida a partir do meio de campo, com a bola sempre carimbada por Modric e Rakitic. A recompensa veio em um cruzamento em que Perisic foi fantástico para empatar. E se a Croácia sentiu o gol no começo por meia hora, os ingleses mudaram e caíram muito de rendimento depois do empate, pouco ameaçando Subasic. Poderia ser determinante em uma prorrogação. Foi justamente isso que aconteceu. A Croácia foi melhor dali em diante, esfriando o ímpeto inglês também na prorrogação, e se aproveitando de um erro defensivo para conseguir o gol de Mandzukic, o da classificação croata.

Frustração sem a final

A Bélgica perdeu a chance de disputar uma final de Copa do Mundo pela primeira vez na história, mas não foi desta vez. O time se apresentou bem na fase de Grupos, estraçalhando adversários mais frágeis. Sofreu diante do Japão e fez sua melhor partida contra o Brasil até a queda. Tem um time que já não é mais promissor como o apelido aponta, porque parte dos jogadores já estão no meio da carreira, em um auge físico e em ótima fase em seus clubes. Por isso, o ânimo da Bélgica para o próximo ciclo não deve se perder. Talvez com um pouco mais de experiência alguns nomes deixem o plantel no meio do caminho, assim como surjam oportunidades para outros. Hazard e De Bruyne, dois principais valores técnicos da equipe, estarão, em 2022, com 31 anos, ainda com boas possibilidades de disputa, assim como Batshayi, que chegará ao próximo mundial com 28 anos. A ver como se desenvolve o processo de renovação.

Os ingleses também bobearam e perderam a oportunidade de ouro. A defesa já havia dado sustos nas fases anteriores, mas era salva pelo que fazia na frente e pelo faro de gol de Harry Kane. Quando o centroavante não pode aparecer, a defesa também falhou. Na semi, por duas vezes: Primeiro com Walker esperando a bola chegar até si e perdendo a jogada, e também de Stones, que foi mal ao deixar Mandzukic com o caminho aberto para marcar o gol da classificação croata. Com a derrota e o quarto lugar, fica a melancolia.

A Copa, entretanto, deixa um bom legado. Southgate conseguiu implementar seu esquema de jogo, o qual os jogadores respeitaram e cumpriram suas funções — prejudicados pelas falhas individuais. Há muitos jogadores jovens e promissores, como Alexander-Arnold (19), Rashford (20), Dele (22), Sterling (23) e mesmo Kane e Pickford, Stones e Dier (24), o que dá a entender que o rendimento muito bom — e acima das expectativas — no mundial da Rússia volte a render.

Como fica o chaveamento

Só falta a final para completar o chaveamento da Copa do Mundo da Rússia (Fifa.com)

Ficha Técnica

Bélgica 2×0 Inglaterra

Local: Estádio Krestovsky, em São Petersburgo
Árbitro: Alireza Faghani (IRA)
Gol: Meunier, aos 3’/1T; Hazard, aos 37’/2T
Cartões amarelos: Stones e Maguire
Cartões vermelhos: Nenhum

Bélgica
Thibaut Courtois, Toby Alderweireld, Vincent Kompany, Jan Vertonghen; Thomas Meunier, Youri Tielemans (Moussa Dembélé), Axel Witsel, Nacer Chadli (Thomas Vermaelen); Kevin de Bruyne, Eden Hazard, Romelu Lukaku (Dries Mertens). Técnico: Roberto Martínez.

Inglaterra
Jordan Pickford, Phil Jones, John Stones, Harry Maguire; Eric Dier, Kieran Trippier, Ruben Loftus-Cheek (Dele Alli), Fabian Delph, Danny Rose (Jesse Lingard); Harry Kane, Raheem Sterling (Marcus Rashford). Técnico: Gareth Southgate.

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