Journey

Pedro Cabianca
Post Luden
Published in
3 min readApr 24, 2018

28/01/2017

Assim como no primeiro jogo da minha lista, este também não é um game para PC (e o último para PS3, eu prometo!). Este foi o primeiro título que eu finalizei em 2017 e, consequentemente, o primeiro que eu escrevi a respeito. Imagino que eu não soubesse exatamente como me expressar em relação a tudo que eu tinha acabado de ver, então acabei pecando pelo excesso de silêncio: talvez fosse medo de falar besteira, talvez eu realmente estivesse mais apático. Enfim, as duas análises deixam claro o quão mais confortável eu me sinto para escrever hoje, e espero que vocês possam acompanhar essa progressão semana a semana, comigo, nas publicações do Post Luden.

Journey saiu em 2012 para PlayStation 3 e foi adaptado para o PS4. Após ensinar os comandos básicos, o jogo te apresenta seu objetivo: chegar a uma longínqua montanha, com uma forte luz saindo de dentro dela.

Análise Fresca

Jogo poético, bonito, com mensagem abstrata. (em choque)

Sim, foi isso. Isso foi tudo que saiu de mim ao fim da tela de créditos.

Análise Digerida

Joguei Journey de novo, no finalzinho do ano passado, em um PlayStation 4 emprestado por um amigo. Mesmo já sabendo o que eu devia fazer para progredir e não tendo grandes surpresas, segue sendo sempre interessante encontrar novos companheiros na jornada.

https://o-l-i-v-i.deviantart.com/

O momento do surf na areia durante o pôr-do-sol me tirou lágrimas de novo. A trilha é maravilhosa, a experiência faz com que a maioria dos segundos em que você segura o controle seja preciosa. Desta vez eu estava mais disposto a forçar barreiras: pular em lugares menos acessíveis, não usar uma ponte e tentar chegar ao mesmo destino de outra forma. O nível de polimento dele me faz lembrar Portal. Não é um jogo com diálogos incríveis, ou que vá fazer você perder meses tentando desvendar cada canto de um vasto mundo, mas ele é perfeito no que ele se propõe. As cutscenes fizeram mais sentido desta vez. Por mais que eu sinta que a minha compreensão do mundo de Journey ainda seja bem vaga, eu entendia um pouco do que cada mural desenhado significava. Lembro que fiquei um pouco desapontado na primeira vez que eu joguei: ouvi tanta coisa maravilhosa sobre Journey, que eu esperava que ele fosse mudar a minha vida, mas também foi num ano que eu aprendi que nada que se espera que mude vidas, realmente o faz. É um jogo lindo e feito por relativamente pouca gente.

Por fim, é um jogo que vale a pena ser revisitado de tempos em tempos para rever o significado que a jornada toma para si em cada fase da sua vida. Isso é algo que eu também menciono quando falo do livro O Apanhador no Campo de Centeio, de J. D. Salinger. A sensação é que cada vez que se lê, joga, assiste coisas assim, os sentimentos com os quais respondemos mudam, e temos uma ótica diferente sobre aquilo.

Veredito

Jogue Journey. Se tiver como, jogue. Ele é exclusivo de plataformas Playstation (3 e 4, até o momento), mas tendo oportunidade, se aventure. Não pesquise a respeito, não veja gameplays no Youtube. Journey é um jogo que pode não te impactar no primeiro momento, mas deixará marcas fortes nas suas lembranças. O preço não é muito proibitivo. Eu paguei cerca de R$30,00 nele, fora de época de promoções. Se este valor ainda estiver caro para você, espere um descontinho e agarre com os dentes, porque esse jogo da That Game Company merece toda a atenção que recebeu e ainda mais.

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