Product Hero #42 — Uribe Teófilo

“Gerenciamento de produto é saber que você é o principal interessado e todos esperam uma resposta sua”

Olaaaar! Sou o Arthur Castro, e tamo de volta para mais entrevista da nova temporda do Product Hero, a série da Product Arena onde entrevistamos verdadeiros heróis e heroínas que ajudam a criar produtos no Brasil e no mundo.

A primeira entrevistada dessa temporada foi a Catalina Paredes, GPM no iFood e você pode ler a entrevista na integra aqui

E se você quer ver todas outras entrevistas de Product Heroes, é só clicar aqui.

Tá na hora de apresentar mais um Hero. Com vocês…

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URIBE TEÓFILO

Uribe é paulistano de interlagos, formado em análise de sistemas pela Anhembi Morumbi e com pós graduação em administração de empresas na FGV. Hoje faz MBA em Seguros.

Apesar de ter ido de terno e gravata pra entrevista de estágio, entrou na operação do BuscaPé, na área de dicionário. Em poucos meses já integrava a área de produtos atuando na concepção do BondFaro, Wiki2Buy, BuscaPé Viagens e Pista Certa. Pra ele, o BuscaPé foi a escola mais importante de sua trajetória e quis deixar um agradecimento especial a todas e todos que conheceu nesta jornada.

Depois de um intercâmbio para a Irlanda começou a “saga” no UOL. Estamos falando de meados de 2009 e teve chance de trabalhar no Emprego Certo, Metade Ideal e Rádio UOL. Depois passou por Walmart.com, moObie e depois Ambev, no Zé Delivery, que na época tinha menos de 20 funcionários. Seu maior desafio foi desenhar a experiência do ponto de venda e que processos que garantiriam a cobertura do Zé nas áreas estratégicas. Ficou no Zé durante dois anos, até chegar na Youse Seguros, onde hoje é Head de Produtos e Design.

Como você virou Product Manager?

Foi em 2012 no UOL Host, concebendo o UOL Cloud. Na época havia uma necessidade de mais profundidade e imediatamente no ROI de temas emergentes como “computação em nuvem”, “IAAS”, “Cloud por hora” que somente o tratamento do produto como uma unidade de negócio poderia atingir. O desafio ali era aplicar uma postura que colocava a área de produtos como negócio. Ser propositivo na estratégia de evolução do produto. Antes disso, a decisão sobre o roadmap dos produtos era top down e a nossa função era garantir que o backlog fosse executado.

Como você explica seu trabalho para pessoas normais (como avós, amigos…)

Tento trazer para o contexto da pessoa, como por exemplo o whatsApp que é parte da realidade de, praticamente, todo mundo.

Explico que para chegar até o app que eles estão usando (na maioria das vezes), há todo um processo de entendimento de problemas/oportunidades, análise de impacto financeiro, testes para chegar aos botões, as mensagens, os comportamentos de arrastar, por exemplo, e muita dedicação de pessoas de diferentes areas do conhecimento.

Conceber um produto digital, como o whatsapp, passa por todos estes pontos, e muito mais, e envolve muita gente. Nosso trabalho é exatamente transformar os problemas/oportunidades em meios de entrega de valor que vai atingir as pessoas.

Gerenciamento de Produto em um tweet:

Gerenciamento é saber que você é o principal interessado e todos esperam uma resposta sua.

Na sua opinião, qual é a principal habilidade de uma pessoa de produto?

Comunicação. Nosso papel é central e para isso funcionar comunicação adequada por tipo de receptor é essencial.

Qual é sua rotina como pessoa de produto (Head, GPM, Product Manager…)? Como vc organiza sua semana?

Minha rotina é sazonal, mas gestão (1:1’s, PDI’s, méritos, promoções, avaliação de desempenho, contratação…) é constante. A sazonalidade está voltada a estratégia do produto que na minha realidade atual é relativa à estratégia do negócio.

Então podemos dizer que durante o Q3 do ano estou focado em desenvolver a estratégia de evolução do produto, levantar os problemas problemas e oportunidades, e em reuniões de defesa deste ponto de vista que refletirá no orçamento do ano posterior. Já no Q4 do ano estou, junto com os GPM’s e Designers especialistas, desdobrando os problemas que realmente foram priorizados em uma visão integrada de evolução da entrega de valor.

Já no Q1 e Q2 do ano, meu foco é garantir os desdobramentos dos problemas em pontos de discoveries que as squads estão puxando, e o reflexo no resultado do negócio. O importante nesta fase é garantirmos que aquilo que analisamos como oportunidades realmente reflitam em entrega de valor para as pessoas e resultado do negócio.

Qual o momento do produto que você gerencia?

Vou usar como referência os níveis de maturidade de produto feito pela Birdie e neste contexto estamos no nível 4 — Direcionados a oportunidades.

Conseguimos entender neste período de Youse que somente a diferenciação na oferta ou a disrupção para garantir que iremos de encontro com a oportunidade que é a penetração deste mercado, ou seja, democratizar a oferta de seguro no Brasil, que hoje atinge apenas 20% da população ativa.

Qual foi sua maior falha? E o que vc aprendeu com ela?

Insistir em desenvolver algo in house ao invés de contratar uma ferramenta de mercado. Aprendi que para determinados conhecimentos, neste caso era uma ferramenta de teste A/B, o ideal é buscar uma ferramenta pronta. Principalmente porque este tipo de desenvolvimento não é parte do core do negócio então é passível a despriorização.

Defendi a tese de se construir algo ao invés de contratar uma ferramenta pronta e investir tempo na integração.

O resumo é que passamos um tempão desenvolvendo uma ferramenta que nunca conseguiu gerar o valor que esperávamos. Isso desgastou a relação com o time e com os stakeholders e foi despriorizada.

Qual é o seu super herói favorito?

Pantera Negra.

Além do gerenciamento de produtos, qual é seu super poder?

Música Brasileira para ouvir e tocar. E esportes sempre

Conte alguma curiosidade sobre você

Em 2013 gravei um CD de música brasileira com o Projeto Vinagrete e produzi alguns artistas como: Bloco Ilu Ina, Melvin Santhana, Biel Lima e Corpórea Companhia de dança

Suas considerações finais

Fico lisonjeado por participar deste seleto grupo de profissionais de produtos, mas entendo que ainda sou minoria e me questiono, até quando serei a minoria?

Enfim, vejo que a nossa área reflete a sociedade a qual estamos inseridos e ainda estamos bem distante do equilíbrio social, o que é uma pena.

Nós, como pessoas de produto que representamos as pessoas e principalmente suas necessidades, precisamos sair do convencional, do lugar comum, do que está posto… Precisamos ir em busca do desconhecido e dos detalhes, pois eles fazem muita diferença, principalmente na vida das pessoas.

Se quiser trocar mais ideia com o Uribe, chama ele lá no LinkedIn

Quer saber como o Uribe organiza a semana, quais ferramentas usa, quais produtos ele não vive sem e mais? Clica aqui.