Nós realmente estamos priorizando as coisas mais importantes para os nossos produtos?

Ou nós estamos apenas tentando fazer o melhor com nossos palpites?

Cali (Renato Caliari)
Tentaculus
4 min readJun 25, 2018

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[English version]

“Um grupo de pessoas fazendo brainstorming com um laptop e folhas de papéis” por Štefan Štefančík no Unsplash

Saber o que priorizar para melhorar o nosso produto não é a coisa mais fácil de se fazer. Especialmente quando não sabemos o suficiente sobre o as pessoas pretendem realizar ao utilizarem nossos produtos.

No Design Thinking, um processo bem conhecido das pessoas, os primeiros estágios são Empatia e Definição. Curiosamente, eles são os estágios que normalmente esquecemos no processo para construir produtos. Ou, em muitos casos, nós apenas fingimos fazer.

Estágios do Design Thinking

Quando nós pulamos esses estágios, a priorização pode acabar sendo um desastre e nosso produto se tornar inútil.

Como nós poderíamos fazer a Definição do problema certo sem ter um conhecimento profundo vindo do estágio de Empatia?

É comum ver times gastando tempo em sessões de ideação e construindo soluções baseadas somente em pressupostos e pedidos de funcionalidades de pessoas da organização ou de clientes.

Eu acredito que para fazer melhores produtos nós precisamos de uma fundação e um roadmap útil, não uma lista fixa de recursos para lançar. Quando estou me referindo a uma fundação eu estou falando sobre o Espaço do Problema: ao quê nossos produtos pretendem dar suporte?

Nós precisamos investir tempo ouvindo as pessoas para entender seus princípios orientadores e suas intenções. Somente então nós poderemos realmente suportar um ecossistema.

“… em vez da frase, se apaixonar pelo problema, eu gosto de dizer construir uma relação duradoura com o problema” — Indi Young

Se construirmos algo sem uma base, aumentamos a chance do produto sucumbir no longo prazo.

É nossa missão entender as pessoas para as quais faremos nossos produtos, suas intenções e também validar nossos pressupostos. Também é nossa missão saber o que construir, não delas. Elas conhecem suas próprias lutas para fazer progresso em suas vidas — e nós precisamos tirar lições disso — , mas elas não sabem as possíveis melhores soluções para suportá-las.

Problem Space & Solution Space por Indi Young

Não vamos ser ingênuos, há negócios que começam direto no Espaço da Solução, lançam um produto e melhoram ele através de experimentos. Há muitos por aí. Mas logo que possível eles precisam suportar isso com conhecimento do Espaço do Problema. De outra forma, eles estão quase destinados a falhar.

É importante notar que dados quantitativos de nossas ferramentas de análise são parte do Espaço da Solução; dados qualitativos de testes de usabilidade também são parte do Espaço da Solução. Isso não quer dizer que eles não tenham valor, eles têm, mas nós realmente precisamos de dados do Espaço do Problema para saber o porquê junto com o quê e como.

Então, retornando à questão:

Como nós podemos priorizar algo de uma forma eficiente sem saber profundamente os trabalhos que as pessoas pretendem realizar usando nossos produtos?

Na melhor das hipóteses, vamos fazer um palpite cego e tentar tirar o máximo proveito dele.

Nós sabemos o quão difícil é fazer isso. É como andar no escuro sem saber para onde ir.

Não é suficiente fazer uso das melhores técnicas de priorização. Se nós não temos a informação para fazer isso, nós acabaremos priorizando as coisas menos importantes e construiremos recursos inúteis ou incompletos.

Nós teremos muitas coisas desenvolvidas mas pouco resultado e valor agregado, se algum.

Modelo Mental e Mapa de oportunidade por Indi Young

Então, o que nós precisamos fazer?

Alinhado com a visão de produto e os objetivos de negócio, nós precisamos saber melhor sobre o Espaço do Problema, onde estão as lacunas entre o que sabemos sobre as pessoas, seu modelo mental, o que pretendem realizar e as soluções atuais, então nós poderemos priorizar os problemas corretos, planejar iniciativas, idealizar recursos e priorizar eles.

E assim talvez nós seremos capazes de construir produtos úteis, encantadores e duradouros.

Se você quer dicas em como explorar o Espaço do Problema, eu recomendaria esses materiais:

Há muitos processos e frameworks para pesquisas e inovação, mas eu escolhi destacar somente esses recursos esperando que eles o incentivem explorar mais a fundo.

Eu adoraria ouvir de você! Por favor, sinta-se livre para compartilhar seus pensamentos.

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