2023 — início do fim

Lyz Beltrame
Psicopompus de Luxo
8 min readOct 26, 2022

Depois do capote que 2022 me deu, resolvi calcular todo os meses de 2023 antes de falar qualquer coisa. Não que um ano de repetição numérica tivesse muita chance de ser minimamente agradável, mas

Vamos começar assim:

O que é um ciclo?

Na numerologia só se consideram 9 dígitos, e entre o 1 e o 9 temos um ciclo que se abre e se fecha. A cada 9 dias temos um ciclo. A cada 9 meses (mais ou menos¹) temos um ciclo mensal; e a cada 9 anos temos um ciclo Anual.

A gente não vive muitos ciclos anuais, no máximo aí uns 9 (risos) e isso determina os períodos de vida que estamos passando. Se estamos começando ou terminando coisas, se estamos firmando e realizando projetos, se estamos focados na carreira ou nas relações…

Caso é que esse Ciclo Universal (o ciclo anual que se aplica ao coletivo) está se encaminhando para o fim a partir desse ano. Esse Ciclo começou lá em 2017 — e você pode fazer a correlação entre as coisas que terminaram em 2016, foram feitas em 2017 que impactam a nossa vida coletiva até hoje — e isso só termina em 2025.

2023 é ano 7

Tudo que acontece em ano 1 é combustível pro resto do ciclo: o ano 1 é o disparador de tudo que vai-se viver ao longo desse período. E o nosso ano 1 foi 2017 [emogi de palhaço] — no coletivo, jamais esquecer.

Então tendo somente os acontecimento de 2017 como lenha pra essa maria-fumaça estamos lidando com os desenvolvimentos e consequências disso.

É no ano 7 que chegamos no ponto de avaliação do ciclo: é o momento em que percebemos a dimensão dos nossos problema; é quando vemos e acessamos verdades que poderiam estar mais ou menos ocultas, e a questão nem é essa. A questão é a compreensão complexa entre a relação de cada pequena ação e situação e como isso influencia no todo.

Eu gosto muito da metáfora do relógio: Cada pequena engrenagem faz o relógio funcionar e qualquer sujeira, amassado, desalinho atrapalha o funcionamento final. Mais que isso, o 7 é um detalhista, um perfeccionista, nada passa desapercebido pelo olhar clínico (como o de um relojoeiro) pelo 7.

Tudo vai ser escrutinado pelo olhar detalhista do ano 7

É sempre um ano desconfortável no nosso ciclo pessoal, porque a gente passa a vida (e especialmente o ano 6) ignorando certos probleminhas que podem ficar debaixo do panos (não que 2022 tenha permitido isso).

Mas coletivamente estamos numa situação crítica que precisa ser conversada, vista e encarada de maneira muito mais crua, desencantada, direta e reta. E, especialmente: COMPLEXA. Em que a gente realmente encara a realidade em suas várias dimensões.

7 é valor de visão holística e de iniciáticos autodidatas

Como o 7 preza por uma visão complexa e transdisciplinar ele representa o cruzar de informações e conhecimentos diversos. O 7 está interessado nas ciências, na filosofia e no ocultismo em mesma medida e sendo um número ligado à praticidade e à materialidade está para as atividades manuais.

Isso nos leva à duas tendências: As mais céticas e técnicas e as mais mágickas e sutis.

O treinar das nossas habilidades em busca do virtuosismo: no 7 estão os cirurgiões, os joalheiros, os musicistas. São os trabalhos mais delicados, minuciosos e a nossa visão mais crítica sobre a nossa produção.

No 7 estamos procurando viver experiências mais intencionais com objetivo claro de adquirir conhecimento e habilidades que desenvolvam nossas capacidades. Não tem nada sem querer com o 7 e entendemos que as oportunidades de aperfeiçoamento não vão cair do céu.

Mas no 7 iniciático queremos colocar em prática o conhecimento oculto que adquirimos e por à prova as associações mágickas ; observar o resultado na realidade. Eu vejo o 7 como um caoísta muito experimentativo.

23 é valor de autenticidade e paixão

É no 23 que a gente vai avaliar, pensar, analisar e comunicar a nossa posição mais apaixonada no mundo. É com ele que entendemos quem nós mesmos somos e o quê buscamos realizar nessa vida.

E é uma boa notícia depois de um ano que nos colocou pra desmantelar as relações que não nos representavam mais. A gente entendeu que aquelas dinâmicas expostas em 2022 não nos cabiam mas ao mesmo tempo: como criar essas novas relações?

Com o 23 vamos nos envolver mais esclarecidamente com essa noção de Eu-Sou e quem eu sou a partir do que é que faz mais sentido pra mim, do quê me dá mais tesão, vontade, direção…

Aqui entram as vocações, a noção de propósito, do quê viemos realizar no mundo; Tudo que nos dá prazer, de todas as atividades de lazer à nossa sexualidade. Todo arrebatamento sensorial está aqui: do gozo à espiritualidade.

Observe que são as sensações que nos chamam: o Dharma e o entendimento do quê viemos fazer nesse mundo fica nesse número exatamente porque estamos tratando da matéria do que é irresistível.

2023 tem valor carmico 9

E o 9 é o valor do potencial!

O 9 vai representar o fim, a transformação e a dissolução no todo. Numa leitura do transcendental o 9 representa o fim do ego que “mergulha” no Todo, no Universo, na Divindade (choose your fighter) e se integra enquanto parte disso.

Mas na prática esse Todo se torna a nossa noção de coletividade, sociedade e até a nossa leitura antropológica do espaço: o quanto conseguimos entender que somos resultado e ação dentro da nossa comunidade. Somos quem somos por causa desse lugar; e atuamos nesse lugar a partir desse quem e como somos.

Quem somos agora é somente um recorte, uma personalidade condicionada pelo ambiente.

Se estamos falando da nossa projeção, ação e influencia no Todo (eu sou a divindade manifesta) ou na sociedade (sou fruto de uma condição socio-economica-cultural) esbarramos invariavelmente nas utopias, ideologias e ambições: o potencial.

Tudo que enxergamos ser possível ou sermos capazes, e isso vai estar para a nossa capacidade de nos ver em relação ao mundo:

Se sonhamos ideologicamente com uma sociedade mais justa que nos dá suporte pra sermos mais e melhor ou se ambicionamos nos projetar acima dos outros e nos sustentar individualmente.

Ok então vamos começar a amarrar as coisas aqui.

Estamos numa década que fala de trabalho, construção de futuro, de como investimos a nossa atenção e energia nas coisas que nos são caras. É quando colocamos a mão na massa pra realizar uma visão que a gente tem.

Acabamos de fechar um ano que desafiou o estabelecido, o tradicional, os padrões das relações e reconhecimentos que limitavam a nossa capacidade de realização,

E nessa década do fazer e do materializar as seguranças, de revisitar o que é estabelecido na nossa vida chegamos num ponto de reavaliação detalhista:

Se eu não sou quem eu pensei que era: quem sou, então? Vendo quem não somos (visto que o eu anterior foi mais ou menos destruído ano passado) vemos melhor o que não funciona ao nosso redor.

Vamos então pontuar especificamente tudo que não queremos mais ser ou viver. Entendendo que não encarnamos a recreio e precisamos investir pra construir a vida que queremos levar ao invés de gastar nossa energia no quê não nos dá retorno — como foi feito em 2022, e agora precisamos de outros objetos de atenção.

Prestar atenção no que é irresistível, no quê nos representa mais e melhor, no quê nos coloca em fluxo nos leva à realização do nosso dharma; da nossa Verdadeira Vontade, do nosso propósito nesse mundo.

É um ano de grandes paixões, e elas estarão em muitos âmbitos da nossa vida

E estaremos fazendo isso em nome dos potenciais que observamos em nós e no mundo. Em nome do mundo que queremos e desejamos, das utopias e ideologias políticas que acreditamos.

Solen Feyissa

Em nome das divindades que devocionamos,na cosmovisão que nos recebe em busca de nos fundirmos, nos misturarmos, nos dissolvermos nesse Todo Universal — ou nessas relações que compartilham essa cosmovisão conosco.

Em nome de como queremos ser vistos pela sociedade, dos cargos e funções que queremos ocupar e como queremos contribuir.

É um ano de profundas revelações no campo da política e da antropologia.

Os Trimestres de 2023:

Janeiro & Fevereiro são guia 8 e 9

Assim como Novembro e Dezembro de 2022, vamos repetir os guias 8 e 9 em Janeiro e Fevereiro de 2023 e vamos ficar quatro meses entre o que realmente tem valor e retorno na nossa vida e entregar pra Deus o quê não tem.

Isso vai dar uma sensação de que a gente não consegue andar pra frente, mas é que estamos limpando a casa depois da tsunami de 2022 que largou tudo lameado.

É bem um separar do quê vai e do que fica e Janeiro vai arrancar algumas cracas que insistem em estar presas a nós ainda. É um valor de falência, é possível que estejamos sem dinheiro, talvez os preços aumentem? A sensação de que estamos meio destituídos é grande.

Fevereiro está mais interessado em superar todas essas questões anteriores e vai ser o Guia 9 mais derradeiro das questões que 2022 foi desmontando.

Março, Abril e Maio são guia 1, 2 e 3

Março vai ser um mês incrivelmente agitado e parece que tudo que não conseguíamos andar pra frente até aqui de repente não tem mais freio!

Vamos entrar em outra onda de mudanças enormes, profundas, avassaladoras entre Março e Abril, e elas estão ligadas às nossas ambições, nossa vida financeira e profissional. Às ideologias e ao modo de vida que queremos levar. Vamos efetivamente mexer em tudo.

É em Abril que vamos adquirir um nível de autonomia nessas mudanças que vão reformar a maneira como estamos vivendo.

Junho, Julho e Agosto são guia 4, 5 e 6

Aqui as coisas desaceleram e creio que as grandes questões coletivas, políticas que têm pra serem expostas serão divulgadas. Vamos acessar muita fraude, questões que nos foram ocultadas, mentiras que nos contaram nesse período.

Vamos trabalhar novamente com questões que vimos muito em 2022 sobre onde colocamos nossa energia, nosso esforço e investimento em relação à como somos vistos e reconhecidos. De onde vem retorno de tudo que fazemos. E quando chegar Agosto vamos avaliar muito profundamente as questões de 2023:

Quem somos, o quê queremos e podemos pro futuro e, sendo mês 6: quem vem conosco realizar essas paixões pras quais a gente não consegue dizer não?

Setembro, Outubro e Novembro são guia 7, 8 e 9

E fecham o ciclo mensal de 2023.

Setembro é sempre auge das temáticas do ano e vai pautar muita coisa que foi proposta em Março: mudanças muito significativas na maneira como a gente se relaciona e se expõe pra ser visto e entendido.

Mais uma vez as nossas idealizações, ilusões e a maneira como justificamos os erros das pessoas que amamos vem pra pauta. Mas aqui estaremos mexendo mais particularmente em como resolver a imagem e as expectativas que as pessoas têm de nós (e que temos dos nossos amores) pra realmente nos entendermos.

E Novembro vai ser um daqueles períodos de virada intensa: Guia 9 com cármico 9 e ciclos regidos pelo 1818: estaremos revisitando todas as estruturas da nossa vida!

¹Os ciclos mensais sofrem uma repetição em 3 meses do ano.

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Lyz Beltrame
Psicopompus de Luxo

Cartomante, numeróloga e oráculo das estrelas. Designer, ourives e desenhista wannabe.