Maio — Revelações, confissões, separações e destruições

Lyz Beltrame
Psicopompus de Luxo
6 min readMay 1, 2023

Tal qual Abril a gente começa Maio lento e compassado e termina o mês numa sansara de loucura. Mas vamos recapitular direito:

Em Março começamos um novo ciclo mensal pra esse ano (foi o ano novo numerológico pra 2023) que modificou nossas rotinas e a maneira como a gente estava fazendo a nossa vida exatamente porque precisávamos reinventar um sistema novo. Mas “o custo da nossa nova vida é a nossa vida atual”, como diz meu grande amigo Wilson. E portanto a realidade foi toda revirada.

Abril por sua vez veio tímido e trouxe revoluções em campos mais internalizados, mais abstratos de como a gente vive. E esse revirar do nosso sentir, do nosso mundo interno, dos nossos aspectos mais aquosos nos desafiou sensorialmente (eu quis dizer aqui que: AI = dor) e que agora que chegamos em Maio vamos ter que colocar isso pra jogo.

Carmico 11/2 em mês 3

Andamos ainda mais devagar que em Abril, vamos como um rio correndo fininho e tudo vai estar nos tocando muito profundamente. Estou correlacionando bastante com Abril porque novamente temos o 11/2 como valor que mais aparece, mas agora ele é também valor carmico:

A mediunidade, a sensitividade, a empatia dos empatas, as relações mais diretas e focadas; nossas investidas em busca do contato, do outro e de como nossas relações nos impactam; como buscamos o divino, o sagrado ou o que está em outra dimensão:

O 11/2 nos coloca defronte ao outro e como eu falei mês passado: “Só é possível olhar nos olhos de uma pessoa de cada vez”. Mas no 11/2 é possível sentir os sentimentos de muitos ao mesmo tempo. Nossa sensibilidade nos chama, nos cobra, nos inunda e a mediunidade precisa de atenção.

Estaremos elaborando campos abstratos da nossa psiquê e sensibilidade

Começamos o mês olhando ao nosso redor, observando nossa realidade, nossa vida, nossas relações como quem olha de fora. Mas entre os dias 04 e 07 essa água do nosso sensível bate na bunda e vamos ter que olhar pra ela.

É um momento de entendimento da nossa realidade, do redor que criamos pra nossa vida e esse redor é um reflexo de quem somos ou tentamos ser. Conversamos sobre isso entre Março e Abril nos áudios no canal: Entre os destroços da ideia de quem achei que fui, em Março, e na realidade da minha vida, em Abril, quem sou eu de verdade?

Se a vida que eu levo e (especialmente neste momento) as relações que sustento, as práticas religiosas que repito não estão alinhadas com a ideia que eu tenho de eu mesmo elas precisam acabar.

Entre lá e cá bateu-se no eu-sou, nas rotinas, no que vemos e fazemos todos os dias, nos quê realizamos, no quê deixamos de ser e fazer > daí bateu-se no eu-agora, em como sentimos e fazemos sentir nas relações, acessamos e compreendemos a nós e aos outros.

Neste momento Maio quer uma direção, um plano, uma definição pra tudo isso!

Revelar, confessar, explicar o que se sente

Só não deve ser tão simples ou agradável — estamos sentindo um tanto de coisa complicada

É possível que sejamos cobrados a falar, a divulgar, anunciar ou pelo menos nos explicar porque querem (e queremos) planejar os próximos passos e precisamos entender aonde dá pra ir.

Vamos meio tonton das ideia, como se a cabeça não funcionasse bem até perto do dia 05, mas as coisas vão se esclarecendo e elaborando até que dia 17 vem um 11111/1212 acompanhado de muitos 11/2. Estaremos poéticos, sim, mas ansiosos, meio amedrontados e com medo do que pode e do que não pode ser dito: quem vai compreender o tão profundo da nossa água?

E é aí que tá o negócio né: quase ninguém!

Dias 16, 17, 18 e 26 vêm com 1111 e será um momento de agitação, ansiedade e pressa. Temos medo de perder o timming, talvez de dizer a coisa errada, talvez de que nada se dê como imaginamos; mas nos falta o impulso e iniciativa e ficamos paralisados!

É toda uma configuração pra ter conversas muito importantes, muito íntimas. São downloads de informações, estudos religiosos ou uma intuição afiada que te mostra o quê está onde

Mas é também uma numerologia de perda e separação

(e morte, dependendo do ângulo — ai ai os médiuns de transporte e os psicopompos)

Tem um sentimento geral de insegurança e incompetência no ar. Ciúmes, separação e até um toque de agressividade. Inicialmente vamos sentindo que não estamos conseguindo realizar nossos ideais no mundo.

O gesto do meu ritual serve pra quê? O meu trabalho me traz propósito, segurança material ou faz algum sentido? A relação que cultivo está me fazendo sentir bem? O quê e como eu faço e realizo: me traz saúde?

Vamos descobrir ao longo do mês pra quais dessas questões a resposta é não.

Mas efetivamente é um valor de morte ou de separação. E esse valor está acompanhado de outros valores de acidente — aqui tratamos da transformação, mutilação, modificação do corpo; ou a sensação de que estamos perdendo algo que está se quebrando, se partindo.

[suspiro fundo]

Estaremos mergulhando nesses sentimentos todos: no histórico do nosso clã masculino, na perda de homens importantes que saem ou saíram da nossa vida (ou pessoas de yang forte¹), na dificuldade de lidar com restrições — seja o tempo, recursos ou regras. No nosso egoísmo, no medo de perder, falhar ou doer. No Deus-Morto², na capacidade de mergulhar no sentir sem medo de ser esmagado pelas próprias sombras, na capacidade de renunciar e confiar no caos.

Isso vai literalmente nos separar de quê não faz sentido na nossa vida ou metaforicamente nos matar.

Quem resiste menos passa por tudo isso de maneira mais tranquila. Quem resiste mais vai ralando no chapisco da esteira do tempo.

Maio é a direção pra onde iremos

O Mês 3 é o momento do esclarecimento pro planejamento. E esse esclarecimento, neste momento, vem pra abrir nossos olhos pras posturas e pro caráter de quem não merece nossa presença.

Dia 22 veremos o 329 acompanhado do 1616 e a sensação de perda, falência e frustração a partir de amizades que se tornam inimizades vai ser forte. Mas é um caminho até lá.

Temos poucos gatilhos de mudança, poucos números de transformação (e chega também, né). Mas é que estaremos tratando com processos muito internalizados.

Estamos adentrando uma outra seara de transformações: a da percepção e interpretação da nossa situação.

Só vemos valores de mudanças mais significativos dias 16, 23 e 26. Sempre acompanhados daqueles processos de perda e separação e são portanto os momentos em que isso deve se efetivar.

¹ 49 é a morte do masculino e desequilibra todas as qualidades de yang em todos nós. Na saúde dos aspectos masculinos do corpo, no comportamento impulsivo desgovernado ou ciumento e agressivo. Nossos problemas com os pais, avôs e expectativas de gênero; nossas brigas e separações com quem tem essas qualidades e características fortes ou a situação tendo esse aspecto grosseiro.

² Os Deuses que morrem como Jesus ou Osíris. Se pensar, Śiva também:

Oṃ
Tryambakaṃ yajāmahe
Sugandhiṃ puṣti-vardhanam
Urvārukam iva bandhanām
Mr̥tyor mukṣīa māmr̥tāt

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Lyz Beltrame
Psicopompus de Luxo

Cartomante, numeróloga e oráculo das estrelas. Designer, ourives e desenhista wannabe.