It’s Not Dead: o punk está vivo
E fritando no sol. Com 39 bandas num calor de 39 graus (com sensação de 50), festival tem punkzinhos espalhados na grama
Por Rodrigo Alves
Tranquilo no colo do pai, o garotinho de moicano ainda tímido e jaqueta cheia de nomes de bandas nem se importa com a barulheira que vem do palco. Os irmãos dele, ainda bebês, dormem nos carrinhos enquanto o hardcore come solto nas caixas de som. Tudo isso com um sol matador torrando o gramado no meio das montanhas em San Bernardino, na Califórnia. Foi assim a edição 2017 do It’s Not Dead Festival, com 39 bandas, quatro palcos, exposições, autores autografando livros e, claro, cabelos espetados pra tudo que é lado.
Os headliners eram Rancid e Dropkick Murphys, na última parada da turnê que as bandas fizeram cruzando os Estados Unidos. Mas eram tantos nomes de peso espalhados pelos palcos que chegava a ser covardia: GBH, Buzzcocks, Good Riddance, Voodoo Glow Skulls, OFF!, The Adicts, The Selecter, Murphy’s Law, Me First and the Gimme Gimmes… tinha até Supla no palco 4.
Duro era circular para ver o máximo possível de shows com um sol de fritar os miolos — tanto que os lugares mais lotados de punks eram os ventiladores borrifando água e as sombras das duas ou três árvores.
Crianças de até 10 anos não pagavam ingresso, e eles fizeram uma campanha nas redes sociais na linha “tragam seu pequeno punk”. Lá dentro, a criançada tinha à disposição um miniparque de diversões com uns brinquedos. E os adultos podiam se abrigar em algumas tendas, sendo que a maior delas tinha, por exemplo, o Jim Lindberg, vocalista do Pennnywise, assinando seu livro.
O vídeo acima mostra vários momentos do festival, incluindo duas músicas do Rancid na íntegra. Mas dá uma olhada também numas fotos do evento:
Os outros quatro capítulos da viagem: