Rancid: uma jornada até o fim da East Bay

Um show memorável em casa e as referências espalhadas pelas ruas de Berkeley e São Francisco

Rodrigo Alves
Punk na Califórnia
3 min readSep 16, 2017

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Por Rodrigo Alves

Nos últimos 26 anos, o Rancid despejou nas nossas orelhas uma dezena de discos e quase duas centenas de músicas. As letras vão se espalhando pelo mapa da Califórnia, cheias de referências que às vezes passam batidas, principalmente para quem mora longe. Que diabos é essa Telegraph Avenue? Quem foi esse tal de Harry Bridges? Para onde vai o Daly City Train? O que é Tenderloin? As respostas estão lá, nas esquinas de Berkeley e São Francisco.

Em Berkeley, a coisa fica ainda mais simbólica. Ficou claro quando a turnê com o Dropkick Murphys chegou à cidade natal da banda. Logo depois de executar “Olympia WA” diante de uma plateia ensandecida, o guitarrista Lars Fredericksen foi para o microfone e comentou com Tim Armstrong:

“Você já esteve num show que você não queria que acabasse nunca? É esse show aqui. É bom estar em casa, né? Somos um bando de sortudos desgraçados!”

Da abertura com “Radio” e “Roots Radicals” ao encerramento com “Time Bomb” e “Ruby Soho”, foram 19 pancadas sem erro, além do bis com o Dropkick Murphys no palco e um punhado de covers incluindo uma bola de segurança como Ramones e uma aposta insólita como Johnny Cash.

O mapeamento dos rastros do Rancid no norte da Califórnia está no vídeo acima. Nas fotos a seguir, mais detalhes sobre as histórias.

A placa indica: é na área da Telegraph Avenue que as referências ao Rancid estão mais concentradas
Na letra de “Telegraph Avenue”, Tim Armstrong lembra que era fácil encontrá-lo na esquina com a Durant.
Outro fato citado em “Telegraph Avenue” é o discurso do ativista Mario Savio em 1964, em defesa da liberdade de expressão.
Essa esquina em São Francisco foi palco de um confronto entra a polícia e manifestantes em 1934, gerando uma greve liderada por Harry Bridges.
O Tenderloin People’s Garden é um jardim público em São Francisco, com plantações para fornecer comida à comunidade.
Daly City é uma das estações do BART, o trem que atravessa São Francisco e faz conexão com Berkeley e Oakland.
O show do Rancid em Berkeley, cidade natal da banda, foi no Greek Theatre, ao ar livre. Também tocaram Dropkick Murphys, The Selecter e Kevin Seconds.
Tim Armstrong ao microfone durante o show do dia 20 de agosto de 2017, em Berkeley.
O guitarrista e vocalista Lars Frederiksen apaga parte da inscrição Marshall para personalizar os amplificadores com seu nome.
No bis com o Dropkick Murphys, Lars colocou o filho para tocar guitarra em “Cretin Hop”, do Ramones.
Após o show em Berkeley, uma hora na fila de madrugada para comprar camisetas do Rancid.

Seguem alguns registros em vídeo que eu fiz durante os shows daquele dia e um bônus com duas músicas do Rancid no It’s Not Dead Festival, em San Bernardino, última parada da turnê com o Dropkick Murphys:

Kevin Seconds, ex-vocalista do 7 Seconds, abre o show em Berkeley com seu set acústico.
Festa do ska: os veteranos do The Selecter, com participação de Lynval Golding, dos Specials
Rancid tocando “Telegraph Avenue” a poucos metros da própria Telegraph Avenue, em Berkeley
Na hora do bis, Rancid e Dropkick Murphys se unem no palco para tocar Ramones
A turnê do Rancid chegou ao fim no It’s Not Dead Festival, em San Bernardino

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Rodrigo Alves
Punk na Califórnia

Jornalista do GloboEsporte.com, fã de basquete, de futebol, de cinema, de séries de TV e de outros troços.