Tecnologia e Sociedade: quem salvará quem? — Gabriela Guerra — ThoughtWorks Brasil — [Key Note Scrum Rio 2018]
Nos dias 26, 27 e 28 de julho 2018 estive no Scrum Gathering Rio e vou compartilhar com vocês alguns insights, reflexões e opiniões de algumas palestras que participei.
Este post foi escrito por Cleiton (Caco) Luis Mafra.
Caso você não tenha visto, no post anterior sobre "Aplicando o Learning 3.0 para descobrir como criar times de alta performance — Resumo workshop Scrum Rio 2018".
Tecnologia e Sociedade: quem salvará quem? — Gabriela Guerra
Gabriela fez uma reflexão sobre a tecnologia, a sociedade e qual o impacto da tecnologia na vida das pessoas.
“Se a ciência for um tópico de interesse e consideração geral (…) teremos aumentado as possibilidades de aprender como o mundo funciona, para melhorar a ambos: a nós e a ele.” — Carl Sagan apud Osvaldo Ludwing
Atualmente não significa que as coisas mudam mais ou menos (quantidade) que décadas anteriores, mas sim que as mudanças tem maior velocidade, são mais intensas e tem um impacto muito maior na vida de todos, nos negócios, pois a tecnologia é centro dos negócios. Ela citou um estudo que mostrou que depois dos aplicativos “Tinder e afins”, o negócio de entretenimento e baladas foram bastante impactados e perderam mercado.
“Desenvolvimentos tecnológicos frequentemente têm consequências ambientais, sociais e humanas que vão além do propósito imediato (…) A mesma tecnologia pode ter resultados diferentes quando introduzida em diferentes contextos ou sob diferente circunstâncias.” — Melvin Kranzberg, 1985
Gabriela trouxe várias frases para provocar que somos responsáveis por fazer uso da tecnologia para o bem, mas mesmo assim, algo pode ser usado de forma mal intencionada e criar um impacto negativo.
Temos também algumas aplicações da tecnologia que ainda não sabemos os efeitos, um caso são os cyborgs (pessoas que tem algum equipamento implantado no corpo), como por exemplo de Neil & Moon. Neil tem uma "antena" implantada no corpo que permite escutar as cores e Moon tem vários implantes no corpo. Estamos entendendo e aprendendo a lidar com essas tecnologias.
Outra reflexão foi sobre ideia por traz do surgimento da internet, onde ela trouxe que a proposta de Tim Berners-Lee (criador da World Wide Web) era de democratizar o acesso, ele afirmou “This is for everyone”, a ideia era criar um mundo sem privilégios, preconceitos ou poder.
Mas na prática,o que está acontecendo é que a internet está potencializando a desigualdade, um exemplo é que 75% do continente africano não tem acesso à internet e 34% dos brasileiros também não tem acesso (70,4 Milhões). Fonte: Pesquisa feita pelo The Economist.
“Nós mostramos que a Web falhou, ao invés de servir a humanidade, como supostamente deveria ter feito, e falhou em muitos lugares. A crescente centralização da Web acabou produzindo (…) um fenômeno emergente de larga escala que é anti-humano” — Tim Bernes-Lee (criador da World Wide Web)
Nós profissionais de tecnologia temos essa responsabilidade nas mãos.
“Tecnologia não é boa.
Também não é ruim.
Definitivamente não é neutra.
A tecnologia é sempre ambígua.”
— Melvin Kranzberg (Adaptado)
A tecnologia na verdade não muda a realidade, mas sim potencializa o contexto da realidade que já existe, e automatiza o Status Quo. Gabriela trouxe o exemplo da tecnologia aplicada à algoritmos judiciais que acabam potencializando o preconceito às minorias.
Para fechar Gabriela trouxe a reflexão que tudo isso pode parecer utópico e que mesmo paecendo tão distante, não devemos desistir!
Para que serve a utopia?
Para explicar, Gabriela trouxe o vídeo “Para Que Serve a Utopia? — Eduardo Galeano” (1 minuto), vale assistir!
“A utopia está no horizonte,
eu sei muito bem que nunca a alcançarei.
Se eu caminho 10 passos, ela se afasta 10 passos.
Quanto mais eu buscá-la, menos eu a encontrarei,
porque la vai se afastando a medida que eu me aproximo.
Então para que serve a utopia?
SERVE PARA CAMINHAR!” — Fernando Birri
Download dos Slides
Fique ligado!
Nos próximos dias, vou publicar o resumo da palestra “Gestão de Portfólio Tradicional: um castelo de mentiras — Rodrigo de Toledo e Avelino Gomes”
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