Curandeiras

Rafael Ventuna
Revista Bravo!
Published in
13 min readOct 20, 2021

Deborah Colker e companhia retornam aos palcos do Rio e São Paulo após estreia de Cura no Globoplay e anuncia seu novo projeto internacional

Companhia de Dança Deborah Colker está em cartaz na Cidade das Artes no Rio de Janeiro e, em novembro, participa da Temporada de Dança do Teatro Alfa em São Paulo © Leo Aversa

Quando eu era criança e tinha uns cinco anos, vovó Divina, a mãe do meu pai, mandou vir à casa dela no fim da tarde Dona Balbina, a benzedeira.

A figura franzina de vestes rotas cruzou o portão do quintal e caminhou lentamente até onde estávamos, próximo ao tanque de lavar roupas. Ouvia-se apenas o silêncio.

Dona Balbina trazia com ela todas as idades.

Tomo emprestada esta expressão da poeta goiana Cora Coralina, porque, até então, o posto de pessoa mais velha que eu conhecia era ocupado pela minha bisavó Geralda, a mãe da vovó Divina.

A benzedeira tinha a pele tão enrugada quanto a pele da bisa Geralda, com a qual eu costumava brincar, pinçando com meus pequenos dedos as enormes rugas dos braços dela.

Vovó Divina tinha um rosto com linhas aristocráticas, cuja pele sempre escondeu a idade real dela. Foi somente por um olhar, que comunicou que eu seria o benzido naquele dia.

Os ramos e as águas

De tão arqueada, Dona Balbina poderia ter quase a minha altura. Ela se aproximou ainda mais e com uma voz bem fraca disse no imperativo:

- Vai até ali e arranca um ramo!

Eu não fazia ideia do que aconteceria a seguir. Mas obedeci.

Entreguei o pequeno ramo que apanhei à Dona Balbina. Ela se encheu de ar, como se invocasse divindades e começou a bradar frases que eu não entendia muito bem. Parecia uma feiticeira dos desenhos animados fazendo feitiçaria.

Recordo com nitidez que em determinado momento foi dito “curai espinhela caída” e, subitamente, senti toda a minha coluna vertebral se alongar, estalar e meu peito abrir. Fui esticado. Erguido com o poder dessas palavras. E senti uma sensação de alívio.

A benzedeira abriu a torneira do tanque, molhou a mão direita e borrifou sua água benta em mim. Rezamos pelo menos um Pai Nosso e uma Ave Maria finalizados pelo Sinal da Cruz.

Então, vovô Miro, o pai da minha mãe, chegou para me levar à casa onde ele morava com vovó Rosa, a mãe da minha mãe. No caminho, eu perguntei a ele:

- Vovô, o que é espinhela caída?

E ele respondeu:

- É uma dor muito forte que a gente sente no peito que vai até às costas.

Naquela idade, eu não conhecia ainda o significado de cura. Sabia somente que um machucado parava de doer quando sarado. E sarar significava criar uma casquinha em cima da ferida. Que eu gostava de retirar delicadamente com as unhas. Até que um dia alguém me disse que fazer isto deixaria uma cicatriz: a marca clara na minha pele morena.

A vinda da Dona Balbina me trouxe tranquilidade, pois, de alguma forma, eu sentia que ela tinha me livrado dos males da espinhela caída.

Na casa dos meus avós maternos, havia um grande quintal, onde vovó Rosa armazenava seus, digamos assim, produtos farmacêuticos. Para qualquer queixa, ela ia até os canteiros e voltava com um ramo de sabugueiro ou de erva-cidreira ou de qualquer outra planta.

Eu notei que os chás curativos eram feitos com os ramos apanhados e água.

Vovó Rosa me contou um dia que, ao nascer, a sua pele era tão fina que a cor rosada que encantava meu bisavô Agostinho o fez registrá-la com o nome de Rosinha. Mas ela não gostava. E preferia ser chamada por Rosa.

Era muito sábia. Passávamos horas conversando. Foi com ela que aprendi que, apesar da ameaça que os espinhos oferecem à pele, as roseiras para estarem belas precisam estar sempre podadas.

Eu fazia de brinquedos as folhas, frutos e flores. Mas eu não tinha permissão para me aproximar das roseiras dela. As rosas da vovó Rosa estavam sempre destinadas aos arranjos que ela preparava para os seus santos. Por mais que ela dominasse as propriedades medicinais das plantas, isso não era o bastante. E, antes de dormir ou sair de casa, era preciso rezar um Anjo da Guarda.

Eu nasci em Goiânia. Na minha infância, as viagens para visitar avós e parentes em Jaraguá, cidade do interior do Estado de Goiás, eram seguramente experiências permeadas pelo místico, o religioso, o metafísico e o sobrenatural.

Como avó, Deborah Colker se mostra incansável diante da dor de seu neto Theo © Leo Aversa

Os atos e os fatos

Em agosto de 2013, a midiática artista da dança e avó Deborah Colker virou notícia por ser barrada em um voo que havia embarcado com seu neto Theo, que à época estava com três anos. Vieram a público as angústias vividas por quem convive com a epidermólise bolhosa.

A doença de origem genética e hereditária não é contagiosa. É caracterizada pela formação de bolhas na pele, parecidas com queimaduras. O surgimento dessas feridas pode se agravar com o atrito, por isto, é comum que o corpo esteja permanentemente protegido por roupas ou ataduras.

Deborah me contou que a sua neta Alice, hoje com cinco anos e irmã de Theo, foi fertilizada em Denver, nos EUA, para que se tornasse uma doadora de medula compatível. No entanto, o transplante feito em Minneapolis em 2017, segundo ela, não atendeu às expectativas.

De lá para cá, Deborah em diversos momentos falou sobre o assunto na imprensa e em redes sociais. É sabido que não poupou esforços para encontrar o mais eficiente tratamento médico no Brasil e no exterior. Faz buscas incessantes por produção científica sobre o tema e, em especial, sobre a CRISPR, uma tecnologia de edição do DNA, que deve revolucionar o combate a doenças genéticas.

Sua pesquisa não para e o trabalho também não. Para resumir, desde o nascimento de seu neto, Deborah, além das atividades da sua companhia de dança, atendeu a chamados para a Copa do Mundo, Jogos Olímpicos, fez imersão em Pernambuco para a criação de Cão sem Plumas, que lhe rendeu o prestigiado prêmio Benois de La Danse.

Na montanha-russa que foi 2019, o distrito cultural britânico South Bank Center divulgou Deborah Colker como artista residente da temporada 2020, para o qual previa a estreia de Cura em Londres. Também recepcionou a tão aguardada passagem pelo Brasil da turnê de OVO, show dirigido por ela para o Cirque du Soleil. E teve de lidar com o encerramento do patrocínio da Petrobras, que garantia a manutenção da companhia desde 1995.

Em março de 2020, a pandemia da COVID-19 traria um novo significado a tudo.

A turbulência financeira foi atravessada ao lado de seu sempre-atento diretor executivo João Elias. O estreitamento de laços com a Bradesco Seguros e o Instituto Cultural Vale garantiu um aporte de R$ 3,4 milhões na somatória das duas empresas, de acordo com o VERSALIC.

Neste outubro de 2021, Theo está com 12 anos. Sobre ele, acho que a única coisa a ser dita é a reprodução das palavras da avó Deborah no programa Conversa com Bial:

“Quer saber como ele está?
Ele era da faixa amarela de karatê.
E agora ele é vermelha.”

Figurinos sugerem feridas e curativos e auxiliam na transição das personagens © Leo Aversa

As poltronas e as respostas

Não é nada habitual, mas Deborah escolheu dar entrevista pouco antes do início da estreia presencial na Cidade das Artes. Embarquei para o Rio levando na bagagem um misto de emoções. Afinal, a entrevista precisava acontecer e eu, pela primeira vez depois da pandemia, entraria em um teatro para assistir a uma apresentação.

Eu acredito que a repercussão arrebatadora da transmissão no Globoplay, somada às longas horas de preparativos, davam à ela a confiança e a serenidade de que tudo daria certo na retomada.

Na plateia ainda completamente vazia, escolhemos nossas poltronas, sentamos e conversamos.

Com seu currículo, parece que você já tem as maiores conquistas. Que propostas você acha que ainda pode receber no futuro?
Desejo fazer coisas grandes, com orquestras, não só com a companhia, com muita gente. Ainda tem muita coisa que eu quero fazer. Nunca fiz uma ópera, mas agora eu estou fazendo uma com a Scottish Opera, pro ano que vem, quando vou precisar ficar dois meses no Reino Unido. O workshop programado para novembro será cancelado porque eu não vou conseguir fazer a quarentena. A gente achou melhor adiar tudo.

Após o sucesso de OVO, havia sido ventilada a possibilidade da renovação da turnê ou de você dirigir um novo show para o Cirque du Soleil. É verdade?
No início da pandemia, eu me comuniquei com o Cirque e lá teve uma parada, uma quebrada. Eles estão se refazendo, se reinventando. Mas não tenho nenhuma perspectiva objetiva com eles. O que sei é que querem enxugar, deixar tudo mais compacto, pra máquina voltar a funcionar. O Cirque se tornou gigantesco. O padrão de qualidade é muito rigoroso. Sempre estivemos próximos e acho que a porta está aberta. O Cirque é uma fábrica de espetáculos muito importante pro mundo. Eu toparia um novo convite.

Se a parceria com o South Bank Centre previa a estreia de Cura em Londres que não foi possível, o que vocês negociaram?
Nossa parceria vem desde o Cão sem Plumas. E tínhamos uma agenda de atividades, que incluía uma oficina do processo criativo de Cura, perto do rio Tâmisa… Eu tinha programado algo super bacana, que seria realizado em 2020 e a estreia seria em 21/01/2021. Com certeza apresentaremos Cura. Mas não chamarei de “Cure”, que é mais um curativo de machucado. Será Healing, que é uma cura mais metafórica.

Como foi a decisão de incluir a história do Theo no espetáculo?
Este espetáculo não é sobre o Theo. É sobre o que o Theo causou em mim. Ele é um dos cinco personagens do espetáculo. O Leonard Cohen, eu pensei antes dele morrer em fazer um espetáculo só com canções dele. É um cara que eu ouço há 30 anos. O nome “Cura” vem em 2018 quando o Stephen Hawking morre. Tem o Obaluaiê e Jesus, que é o símbolo do amor.

A ideia de não haver cura para mim é inconcebível. Tudo tem que ter cura. Se não tem cura no plano físico, tem no emocional, no espiritual, no intelectual. E, no final, sempre tem a grande cura, que é a morte.

Cura começa quando termino Cão sem Plumas, espetáculo que falo da minha indignação, da minha revolta com o que não deveria existir. A partir dali amadureci e o novo espetáculo se tornou uma urgência pra buscar uma ponte entre a fé e a ciência. A ciência exige muita paciência. Muita! É minha parceira, só que a gente precisa de outras forças.

Sobre a megaprodução com o Globoplay, me conta sobre a parte que a gente não viu?
A estreia no Globoplay foi genial. A gente conseguiu este resultado porque tinha uma equipe de craques do Boninho e do LP Simonetti. A gente mais ganhou do que perdeu. São portas que vão se abrindo.

O que vocês não viram foi que teve muito ensaio. A equipe da transmissão se apaixonou pelo espetáculo. E a gente decidiu fazer algo que era inédito para o Globoplay e pra mim. Eu não queria gravar vídeo. Era para fazer televisão. Estudamos enquadramentos e planos para dar foco nos movimentos. E respeitar a luz criativa do Maneco Quinderé.

Depois da estreia on-line, qual sua expectativa para o reencontro com as plateias presencialmente?
Sobre o retorno presencial, a arte é essencial. Tomamos os cuidados. A transmissão no Globoplay me deu uma felicidade muito grande neste momento de aniquilamento e mutilação da Cultura. E poder ter tido um acesso aberto de graça pra todo mundo. Recebi mensagens de tudo quanto é canto. Tem muita gente que conhece a companhia e nunca conseguiu ver. E talvez nunca consiga ver. O país está quebrado. As pessoas sem dinheiro. Eu quero dançar pra todo mundo.

No palco, os dançarinos estavam visivelmente emocionados pelo reencontro com o público © Leo Aversa

Os caminhos e as curas

Nem nos meus mais selvagens sonhos, com mais de duas décadas acompanhando as Artes Cênicas no Brasil, eu poderia imaginar que eu faria a cobertura de uma estreia assim.

No dia 25 de setembro, pontualmente às 20h, eu estava conectado ao Globoplay para assistir a transmissão. Afinal, foi um evento histórico para a Dança Brasileira e mundial. Confesso que não tenho observações técnicas negativas. Tudo fluiu: vídeo, áudio e coreografia. Também me emocionei. Porque foi uma “alegria curativa” saber que as atividades estão se restabelecendo no campo Cultural que foi tão tolido e que ainda vai demorar a se reerguer.

Por outro lado, mesmo que ainda seja uma iniciativa isolada, há uma satisfação em saber que uma empresa como a Globo abraçou esse projeto, que contou com onze câmeras e cerca de quarenta profissionais. Que acompanharam dez ensaios, dos quais quatro no próprio palco da transmissão.

Eu me empenhei para levantar dados junto ao Globoplay, mas não revelaram o número de acessos durante a semana de exibição na plataforma. A divulgação deste dado nos daria a dimensão do alcance de público e poderíamos compreender o interesse em conteúdo sobre dança.

A estreia presencial no Rio, no dia 6 de outubro, repetiu os superlativos. No teatro da Cidade das Artes, mesmo com restrição de números de assentos e verificação de certificados de vacinação, a sessão para os quase 700 convidados estava lotada.

Compareceram o prefeito Eduardo Paes, o diretor Boninho com apresentadora Ana Furtado, as presenças cativas da atriz Marieta Severo e da jornalista Leilane Neubarth, e, claro, a estrelada equipe criativa com o autor da trilha sonora original Carlinhos Brown, o rabino e dramaturgo Nilton Bonder e o cenógrafo Gringo Cardia.

Apenas uma anotação antes de adentrar detalhes: tive a sensação de ter experiências equivalentes em relação à transmissão pelo Globoplay e a apresentação na Cidade das Artes. On-line tive a satisfação de desfrutar integralmente. Presencialmente, havia uma comoção coletiva que fez diferença pela vontade daquele público de estar lá e da equipe em receber o público.

Tudo começa com a narração de Theo para o mito iorubá de Obaluaiê, orixá da cura. Sobre uma tela, o texto é projetado. Esta tela translúcida, dá lugar à cena da bandagem, onde o concentradíssimo Leony Boni contracena com uma longa faixa de tecido que lembra uma gaze, ao som da canção composta e interpretada por Brown, que entrega uma trilha sonora original à altura do tema e da proposta cênica.

As cenas são independentes, mas costuradas por uma dramaturgia não narrativa. A veste de palha do orixá, por exemplo, vem representada em cinco grande estruturas, das quais seres dançam ritmados por uma batida esfuziante. O sincretismo entre manifestações afrobrasileiras e indígenas, a partir de informações coletadas pelas viagens de Deborah a Moçambique e Bahia na fase de pesquisa.

Nesta cena, há uma sensação déjà vu para quem viu OVO. Porque foi feito um alto investimento nos movimentos acrobáticos, que funcionam à medida que acompanham a vibração sonora.

De início, pode-se concluir que Cardia — aquele que não erra nunca — traz um minimalismo que respeita um elemento essencial nas obras da companhia: a funcionalidade do cenário enquanto dispositivo coreográfico. Que tem seu auge na fusão com o irretocável projeto de iluminação de Quinderé.

A cena em que o elenco assume a forma de um DNA dançando merece nossa atenção plena. Até aí a projeção de letras e siglas é adequada. Porém, na cena em que a doença será representada, a projeção de palavras é sofrível e parecem legendar o não-legendável. Pois, há outras coisas muito mais interessantes ocorrendo na coreografia. Em especial, as figuras formadas pela longilínea Vitória Lopes.

É preciso destacar a dedicação da interpretação de Angélica Bueno quando os assuntos são o personagem Stephen Hawking e a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), no qual o corpo assume movimentações involuntárias.

O pioneirismo de Deborah na verticalização da dança, retorna com uma redução na angulação da parede, nas quais é explorada uma dança na inclinação. Convém a observação atenta.

O rabino Bonder, que assina a dramaturgia, canta El Na Refa Na La durante a construção de um muro (das lamentações?), erigido com quarenta caixas de 1mx0,5m e que demarca a citação ao judaísmo, religião da coreógrafa. Quando dançam e entoam um canto judaico, a cena fez-me lembrar a emocionante peça Echad Mi Yodea de Ohad Naharin. Registro o mérito à ensaiadora Karina Mendes porque a sincronia é perfeita.

A citação ao cristianismo é onde a “grande cura”, ou seja, a morte, é referenciada pela Paixão de Jesus Cristo.

Leonard Cohen é o último personagem. A interpretação de Jaime Bernardes nos conecta à rendição sugerida pela canção You Want It Darker.

Claudia Kopke no figurino e Ariel Cohen no visagismo foram competentes na expressão dos ferimentos e dos curativos, sem que nada interferisse na transição dos temas e personagens.

Quero destacar ainda que a diversidade de tons de pele no elenco sinaliza outra cura na companhia.

No encerramento, Deborah propõe a cura pela dança, pela alegria e pelo canto. A plateia canta e dança junto.

Encerramento cantado e dançado, uma novidade para o repertório da companhia © Leo Aversa

As avós e os netos

Numa manhã de fevereiro de 2019 — mais um dia na estressante rotina na qual eu vivia — acordei com os meus braços e mãos totalmente avermelhados. A vermelhidão na pele era causada por minúsculas bolhas, erupções cutâneas.

Iniciei ali uma longa saga médica em uma dezena de consultas. As semanas foram passando e minha pele estourava e coçava incessantemente. Fui me afastando do convívio social. Porque eram horríveis as feridas e constrangedora a coceira. Eu me esforçava para cumprir apenas os compromissos profissionais. E vivia o terrorismo de não saber quando uma nova crise surgiria.

Quase enlouqueci. Recebi diagnóstico para cinco doenças. Duas descartadas por exames laboratoriais. Para alergia, sarna e dermatite, fiz tratamento. As crises não passaram. O mistério persistia: que doença era aquela?

Os poucos amigos com quais pude dividir meu sofrimento também não conseguiam compreender porque um diagnóstico definitivo não surgia. Pesquisávamos e nada.

Depois de quase dez meses, finalmente encontrei uma dermatologista no SUS que diagnosticou corretamente a dermatite atópica. Creio que o sucesso se deu porque, daquela vez, a consulta durou mais do que quinze minutos.

Ela prescreveu medicamentos eficazes e me ensinou os novos cuidados que eu deveria ter com a minha pele para o resto da minha vida, uma vez que a dermatite atópica é uma doença genética, crônica e não contagiosa.

A pele é a nossa camada mais profunda.
A nossa pele diz muito sobre quem somos.

A paz que encontrei tornou-se a cura para aquilo que não tem cura. Assim como não tem cura a ausência das minhas avós que já encontraram a “grande cura” delas.

Eu desejava fortemente que nas inúmeras noites que não dormi por causa do desconforto das feridas, minhas avós viessem me ensinar nos meus pensamentos como preparar algum curativo com ramos e água.

Não vieram.

A vida tem opções muito restritas de cura quando nossas avós curandeiras não estão por perto.

Theo é um garoto de muita boa sorte.

Cura. Companhia de Dança Deborah Colker.

Rio de Janeiro
Cidade das Artes
Até 31 de outubro
Quarta a sábado, às 21h
Domingo, às 18h
R$ 25 (meia) a R$ 180
Ingressos a venda na Sympla
Obrigatória apresentação de comprovante de vacinação contra COVID-19

São Paulo
Teatro Alfa
4 a 14 de novembro
Terça a sexta, 20h30
Sábado, 20h
Domingo, 18h
Ingressos a venda na Sympla
Obrigatória apresentação de comprovante de vacinação contra COVID-19

--

--