A ideação lésbica em The L Word

Revista Entendidas
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13 min readMar 29, 2021

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Quando um seriado de TV consegue nos mostrar as fragilidades da representação das lésbicas e o imenso apagamento sofrido, é hora de pensarmos no futuro que desejamos.

Por SapAntiga

Em A Heresia Lésbica, Sheila Jeffreys defende que, sendo o pessoal político, tudo o que cerca a vida das lésbicas é um ato político:

“Na filosofia lésbica feminista, a teoria e a prática do lesbianismo são construídas através do feminismo. Logo, a compreensão feminista de que o pessoal é politico significa que todos os aspectos da vida lésbica serão examinados para ver como se encaixam no projeto feminista. Uma ideia fundamental do feminismo é a importância do holismo e da conectividade. Tudo afeta tudo. Ninguém vive em um vácuo, e nenhuma parte das nossas vidas está realmente separada da outra [grifo nosso].”

Sheila Jeffreys em A Heresia Lésbica

Sendo a falta de referências lésbicas um problema em nossa sociedade, trago neste texto impressões e provocações sobre uma série explosiva que estreou em 18 de janeiro de 2004 no canal Showtime, mostrando o dia a dia de amigas lésbicas e bissexuais residentes em West Hollywood, na Califórnia: The L Word, tendo seu último episódio exibido em 8 de março de 2009.

Em suas trajetórias, as personagens encontraram, amaram, odiaram, fizeram amizades, desejaram, ligaram-se e separaram-se de outras lésbicas e bissexuais. Uma fórmula incrível diante do apagamento que mulheres lésbicas sofrem na mídia — a prova disso é que em 2019, dez anos após o encerramento da série, foi lançada The L Word Geração Q –, tendo em vista que, na maioria dos filmes que tratam de nós (podemos exemplificar aqui com Loving Annabelle, Azul é a cor mais quente, Beijando Jessica Stein, Meninos não choram, Ligadas pelo desejo, Assunto de meninas…), sempre estamos fadadas à solidão, à morte, ao adoecimento mental e à traição.

Entretanto, é necessário perguntar: seria The L Word muito diferente desses filmes (e também de séries e livros) em que a lesbianidade é tratada como algo a ser corrigido? Ou que leva mulheres a uma destruição tão profunda que o suicídio, o casamento heterossexual ou até mesmo a solidão completa sejam as alternativas para fugir de uma vida fadada ao fracasso?

É urgente avançar no debate acerca das razões que fazem as lésbicas serem apagadas da história ou retratadas como mulheres extremamente promíscuas, infelizes e/ou totalmente dependentes emocionais, o que é outra forma de apagamento lésbico, já que anula singularidades intrínsecas a nossa humanidade. Sendo assim, a ideação lésbica a que o título deste texto se refere se deve a esse conjunto de ideias (pré-)formadas e deformadas sobre o que é ser lésbica; desde o comportamento aos afetos, que não necessariamente condizem com a realidade, mas que são tratadas pelo imaginário popular como uma verdade absoluta, o que não é saudável para as mulheres lésbicas, já que ignora vivências e esgota individualidades — e, não menos importante, serve como base para que agressores justifiquem ações lesbofóbicas.

O patriarcado afasta da sociedade tudo aquilo que confronta suas normas, sendo a heterossexualidade a principal delas. Ao considerarmos que as lésbicas quebram com essa norma ao se relacionarem afetivo-sexualmente com outras mulheres, confrontando a falácia da rivalidade feminina como algo natural e permitindo que as conexões de irmandade e reconhecimento na outra enquanto pertencente à mesma classe sexual sejam facilitadas, o proposital apagamento lesbofóbico torna a heterossexualidade compulsória protegida das rupturas necessárias para enfraquecer o sistema patriarcal.

Adrienne Rich se propõe a desafiar o apagamento da existência lésbica ao examinar a heterossexualidade como instituição política. Na introdução do artigo Heterossexualidade compulsória e existência lésbica ela traz os seguintes dizeres:

“Gostaria de falar um pouco sobre o modo como ‘Heterossexualidade compulsória’ foi originalmente concebido e, ainda, sobre o contexto que estamos agora vivendo. O texto foi escrito em parte com a proposta de desafiar o apagamento da existência lésbica de boa parte da literatura acadêmica feminista, um apagamento que eu sentia (e sinto) ser não apenas antilésbico, mas também antifeminista em suas consequências, além de distorcer igualmente a experiência das mulheres heterossexuais. Não foi escrito a fim de ampliar ainda mais as divisões, mas sim para encorajar as feministas heterossexuais no exame da heterossexualidade como uma instituição política que retira o poder das mulheres e, portanto, a mudá-la. Eu também esperava que outras lésbicas fossem sentir a profundidade e a amplitude de identificação e de vínculo entre mulheres, que têm permanecido como um tema constante, embora abafado, através da experiência heterossexual, e que isso se tornasse, de modo crescente, um impulso politicamente ativado, não apenas uma validação de vidas pessoais.”

Adrienne Rich em Heterossexualidade compulsória e existência lésbica

Assim, Rich dá início a um importante confronto teórico entre o que se impõe como o correto socialmente (a submissão da mulher ao homem e sua completa anulação para que se mantenha a heterossexualidade como único caminho aceitável para manutenção do modelo da família tradicional: marido provedor, esposa explorada e única a responsável pelos cuidados da casa e dos filhos) e a existência lésbica, que significa, entre outras coisas, a resistência das mulheres que se opõem, ao menos no âmbito afetivo-sexual, a essa imposição chamada heterossexualidade compulsória[1].

Com o desejo de ver essas mulheres resistentes, em 2004 o público foi apresentado a Bette, Tina, Shane, Dana, Alice e Jenny, as personagens principais de The L Word, e também a outros personagens que marcaram a história da série, como Marina, Helena, Carmen, Ivan, Moira, Tasha e Kit. Em Geração Q, lançada em 09 de dezembro de 2019, vimos o retorno de Shane, Bette e Alice, e conhecemos as novas personagens Angélica (filha adolescente de Bette), Dani e Sophie (noivas), Finley, Micah, Gigi, Quiara (esposa de Shane) e Natalie (esposa de Alice).

Logo nas primeiras cenas das duas versões somos invadidas pelas vidas dessas mulheres com imensos dramas, diversos eventos, pouca diversidade étnica (o que é levemente corrigido em Geração Q, mas ainda mantendo a predominância de mulheres brancas, magras e feminilizadas), quase nenhuma representatividade de diferentes classes sociais (até as que são aparentemente mais pobres ou desempregadas acompanham o ritmo de vida de alto luxo das demais, com raras exceções em que a diferença de acesso financeiro é exibida), além de uma quase desagradável e fantasiosa vida sexual explorada ao limite.

Essa vida sexual intensa das personagens é marcante, e o que deveria mostrar que lésbicas possuem uma vida sexual saudável se torna um grande incômodo quando analisado politicamente, porque leva à percepção errônea de que sapatonas estão sempre dispostas ao sexo e de que resolvem suas questões transando. Dois momentos muito impactantes quanto a isso logo nas primeiras temporadas são:

1) Tina, que era então casada com Bette, descobre uma traição e, em vez de dialogarem, elas se batem e gritam até que Bette pede perdão a Tina enquanto a joga na cama dizendo que a ama, e as duas, em meio a tapas, gritos e o vestido de Tina sendo rasgado por Bete, terminam por ter uma relação sexual violenta e ignoram o debate honesto sobre a relação desgastada e os problemas que estavam tendo;

2) Alice e Dana, que de melhores amigas passam a ser um casal, têm um relacionamento extremamente físico e sexual, pautado no uso de brinquedos eróticos que remetem, em sua maioria, ao sexo penetrativo — o que faz menção direta aos papéis sexuais heterossexuais, do homem que penetra e da mulher que é penetrada, como se a única forma de ter e dar prazer fosse essa. Desta forma, quando terminam o relacionamento, uma das formas que Alice encontra para expressar a obsessão desenvolvida por Dana é jogar em cima da mesa em que Dana está tomando um café com sua atual namorada as dezenas de brinquedos sexuais que dividiram.

Alice também protagoniza em Geração Q uma cena em que ela e sua esposa Natalie fazem um ménage à trois (relação sexual entre três pessoas) com a ex-esposa de Natalie, Gigi. A grande questão aqui é que Alice e Gigi não tinham uma boa relação, e o casamento de Alice e Natalie estava em grande crise, então essa cena vem para selar um acordo de paz entre elas. Outra vez o sexo é usado como forma de resolução de problemas, mesmo quinze anos depois. A cena é extensa e de um apelo sexual imenso: três mulheres em perfeita harmonia durante uma relação sexual enquanto fora dela possuem dúvidas, dores, e medos pouco explorados.

Mas esses não são os únicos momentos em que a sexualidade intensa e quase nenhum diálogo sobre fins, começos, recomeços, despedidas e pontos fundamentais são usados como pano de fundo na vida dessas mulheres. Shane, por exemplo, é o arquétipo da lésbica predadora, que tem diversas parceiras, se nega a ter envolvimento emocional e aparentemente assume um papel “ativo” em todas as relações sexuais. Shane chega a deixar a noiva — Carmen — no altar, se afundando em seguida no mundo das festas, das drogas e do sexo com uma antiga amante para não encarar de frente as consequências dos seus atos. Esse comportamento se repete em Geração Q: Shane ainda é retratada como predadora e como uma mulher que tem dificuldades graves de relacionamento — ela está em um doloroso processo de separação de Quiara pelo fato de ambas divergirem quanto ao desejo de ter filhos; Shane não quer, mas Quiara acredita que um filho iria “completá-las”.

Outro momento muito problemático sobre como o sexo na vida das lésbicas é retratado se dá quando Dana morre, e Alice, sua ex-namorada e melhor amiga, vive o luto em meio a uma clara incapacidade de lidar com a dor da perda, “substituindo” Dana por transas e mais transas sem qualquer sentimento com Lara, a ex-namorada de Dana. Há cenas em que Alice parece uma estátua de gelo, petrificada pela mágoa profunda da partida da mulher que amava, mesmo que mecanicamente ela esteja numa relação sexual.

Todas as personagens passam por cenas, situações e momentos em que o sexo parece ser o único caminho possível para resolução de seus dilemas, e mais: o sexo retratado é majoritariamente penetrativo, reforçando a ideia patriarcal de que em uma relação lésbica há sempre a “ativa” e a “passiva”, a “que é o homem” e a “que é a mulher” da relação, algo que contribui com o apagamento da existência lésbica de que Rich nos fala.

A palavra lésbica, até outro dia, quando pesquisada em sites de busca, era instantaneamente remetida à pornografia. Foi depois de muito tempo desde a criação da internet que os algoritmos foram alterados para que essa situação degradante fosse modificada. Ainda assim, no imaginário popular restaram as mulheres hipersexualizadas, com longas unhas pintadas de vermelho, depiladas e reproduzindo cenas vulgares para agradar o olhar dos homens.

“Também: a pornografia mostra as mulheres como partes de corpo, como genitais, fendas vaginais, mamilos, nádegas, lábios, feridas abertas, pedaços. Também: a pornografia usa mulheres reais. Também: a pornografia é uma indústria que compra e vende mulheres. Também: a pornografia estabelece o estandarte para a sexualidade feminina, para os valores sexuais femininos, para o crescimento das meninas, para o crescimento dos meninos, estimulado pela propaganda, filmes, vídeos, artes visuais, arte fina e literatura, música com palavras. Também: a aceitação da pornografia significa o declínio das éticas feministas e o abandono das políticas feministas; a aceitação da pornografia significa que as feministas abandonaram as mulheres.”
Andrea Dworkin em Por que a pornografia importa para feministas

Mesmo que na maior parte da produção estejam envolvidas mulheres, o mercado não quer ver um casal que menstrua, em que as mulheres ficam inchadas e sentem cólica, a não ser que seja para estrelar uma cena de sexo em que os dedos e a boca de uma ficam vermelhos do sangue da outra, como acontece com Sophie e Dani em Geração Q; o mercado também não quer ver um casal que tem contas a pagar e discute finanças durante o jantar sem que isso vire sempre uma grande humilhação para uma das mulheres envolvidas, como aconteceu diversas vezes entre Bette e Tina numa exata reprodução do casal heterossexual, em que uma era sempre a provedora e a outra, a dona de casa.

A lesbofobia quase nunca é bem trabalhada. Quando o sobrinho de Bette (e filho de Kit) se nega a estar presente na entrevista com a assistente social para comprovar que a criança (Angélica, filha dela e de Tina) terá “contato com um homem”, é retratado um dos momentos de maior lesbofobia da trama, tanto pelo comportamento filho de Kit, que diz abominar a sexualidade da tia, quanto da assistente social, que exige que haja essa presença masculina — como se duas mulheres fossem incapazes de cuidar de uma criança. O silêncio sobre essa violência específica sofrida por lésbicas, a lesbofobia, fruto da misoginia, faz com que ela não seja encarada como deve ser nem escancarada ao público em todas as suas faces mais horrendas, deixando o vazio de um enfrentamento necessário pela vida, segurança e dignidade do público-alvo da série: as lésbicas.

Um silêncio que traz questões sérias: seriam as lésbicas um mero entretenimento fetichista, embora tenhamos comprado The L Word como visibilidade lésbica? Seria o universo dessas mulheres tão limitado assim? Ou é o olhar patriarcal e heterossexual que acaba por desumanizar essas relações — e nós aceitamos isso em silêncio?

“Se o que estamos falando é sobre feminismo, então o pessoal é político e tudo o que fazemos nas nossas vidas pessoais pode ser colocado para uma análise. Fomos criadas em uma sociedade doente, anormal, e nós devemos estar no processo de busca por nós mesmas. Isto é complexo. Não falo de condenação, mas sim de questionar o que está acontecendo e o que isso significa. Eu não estou disposta a restringir a vida de ninguém, mas se formos analisar as relações humanas, devemos estar dispostas a analisar todos os aspectos dessas relações. A revolução é sobre nós, nossas vidas.

Audre Lorde em Isso não é sobre censura

Audre Lorde, quando traz apontamentos sobre as nossas ações enquanto mulheres que precisam aprender a se conectar nas semelhanças e a somar nas diferenças, resgata a necessidade política de agirmos como parte de uma coletividade; assim, um seriado que traz a proposta de retratar mulheres lésbicas não pode simplesmente reproduzir estereótipos que lutamos tanto para vencer, como o de que vivemos em um mundo que em todas as lésbicas são magras, estilosas, ricas e sempre dispostas a viver uma transa vigorosa.

Houve ainda outro momento extremamente lesbofóbico em The L Word: quando colocaram um homem dizendo ser uma mulher lésbica, como é o caso de Lisa, que se relaciona com Alice na primeira versão da série. Ela por um tempo se diz bissexual e se interessa por ele quando, depois de várias decepções amorosas, decide dar um tempo de se apaixonar por mulheres. Aqui, além dessa desonestidade absurda que é legitimar o fato de um homem heterossexual usurpar uma sexualidade que jamais irá vivenciar, está outra vez a lesbofobia sendo colocada como entretenimento sem criticidade, com a presença desse símbolo do total apagamento lésbico: um homem heterossexual sendo aceito pelas personagens da série, com exceção de Dana, como uma mulher lésbica. Isso é uma violência absurda e um ato completamente antifeminista[2].

Uma questão abordada nas duas versões da série é o fato de duas lésbicas, Moira (The L Word) e Micah (Geração Q), passarem a se reivindicar homens e, a partir de então, começarem a ter relações afetivo-sexuais apenas com homens — Moira chega a ficar grávida. Seria essa a insinuação da cura lésbica? Passados quinze anos, uma questão tão delicada como a disforia ainda é tratada como se existissem mesmo pessoas que nasceram no corpo errado e pessoas que nasceram no corpo certo — e isso, assim como o que foi tratado no parágrafo anterior, também é absolutamente antifeminista[3].

Não se pode negar que todas as mulheres que acompanharam The L Word, conseguindo ser minimamente vistas em pleno 2004, nutrem um afeto pela série. Quem não lembra, por exemplo, da cerimônia de velório de Dana, morta em decorrência de um câncer de mama, em que o padre faz um discurso negando sua sexualidade, seus gostos e seus sonhos, fazendo com que as amigas, em uma tentativa comovente de despedida, roubem suas cinzas para jogá-las na águas de um rio durante um ritual intimista? Isso porque a falta de referências de qualidade é tão dolorosa que nos apegamos ao pouco que é oferecido.

Seriam as lésbicas apenas dramas, dramas e dramas? Qual é a razão para esses papéis congelados em um seriado tão apaixonante, ainda que problemático, como The L Word?

Acredito que seja fruto de um sistema político cujo propósito é nos fazer acreditar que mulheres não somos dotadas do potencial de sermos amigas, leais e verdadeiras umas com as outras, que se vale da descrença (que ele próprio fomenta) de que mulheres possamos nos compreender como iguais e, assim, sermos solidárias umas às outras, sem que papéis predeterminados nos rotulem como a predadora, a “ativa”, a “passiva”, a feminista raivosa, a promíscua, a indecisa ou a que busca uma família tradicional a todo custo. E esse sistema político é o patriarcado.

Qual é a razão desse temor constante de enxergar mulheres lésbicas como seres humanos com desejos, vontades, sonhos e estilos? De quem devemos cobrar a conta dessa ideia de que lésbicas são personagens previsíveis e de afetividade limitada? Quem irá dar conta desse enorme prejuízo para a causa feminista e lésbica, visto que as referências de relacionamentos lésbicos apresentadas para as jovens mulheres são essencialmente sexuais e/ou que seguem o padrão heterossexual de relacionamento de “quem domina” e “quem é dominada”? Quando mulheres presas à heterossexualidade compulsória assistem a cenas que se assemelham, e muito, com as que vivem em suas relações com homens, e por isso não conseguem compreender que o lesbianismo poderá ser a porta que as libertará das grades que as mantêm junto aos seus opressores? Quando um seriado mundialmente conhecido vai de encontro a toda uma luta de lésbicas feministas para serem reconhecidas como sujeitas de direito, quais armas temos para evitar maiores estragos?

O apagamento das lésbicas tem uma razão: manter a heterossexualidade fortalecida a fim de garantir os interesses patriarcais. Isso cria o temor de encarar algo que o mundo mal compreende, uma vez que não encontra referências, isto é, bases nas quais se apoiar e se espelhar no caminho rumo à retratação de uma sexualidade lésbica liberta de estereótipos.

Estamos em constante ataque. Até quando aparentemente estamos sendo representadas somos ainda usadas para alimentar fetiches masculinos. Desta forma, cabe a nós, lésbicas, exigir e lutar por espaço para contar nossa história: o registro da nossa luta pertence a nós e a mais ninguém.

[1] Para uma boa introdução ao conceito de heterossexualidade compulsória, ouça esse episódio de podcast.

[2] Para saber mais sobre esse tipo de apagamento lésbico, leia: Não é não! — mas só até a página dois, de Bruta Letra (disponível aqui) e O que é cotton ceiling?, tradução de Bianca Chella (disponível aqui).

[3] Para ver mais sobre identidade de gênero, leia: Por que identidade de gênero é um conceito antifeminista?, de Fúria Raiz (disponível aqui).

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