F.R.E.A.K

Por Sirena M.

Ensaios Sobre a Loucura
Revista Subjetiva
2 min readNov 30, 2017

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Reprodução/Internet

(Ato 1)
Algo dentro de mim
Rosna de ódio
Preso dentro do meu peito
Sinto suas presas arranharem minhas costelas
Ele grita:

-ME DEIXE SAIR!

Não posso libertá-lo
Ele tem sede de sangue
Se eu deixá-lo escapar
Será o nosso fim

Eu vejo as noticias na televisão
Assassinato
Meu rosto luta para permanecer impassivel
Enquanto ele se delicia com
Morte atrás de morte

Cada provocação que enfrento
É um passo a mais em direção ao precipício
Cada frustração que encaro
É mais uma corrente que se arrebenta

“O mal vive dentro de mim”

Reprodução/Internet

(Ato 2)
Eu rezo
Pra que ele vá embora
Pra que ele se cale
Mas a cada súplica ele fica mais forte

Não sobrou nada mais de mim
Me sinto tão doente
Ele irá nos perseguir
Até não sobrar mais ninguém

Devo libertá-lo?
Tudo está desmoronando
Dentro de mim

Devo aceitar meu destino?

“Não consigo mais controlá-lo”

Reprodução/Internet

(Ato 3)
Sou um rio de ódio
A raiva flui livremente em minhas veias
Sou um grito de desespero
A personificação da morte vive em mim

Regozijo em meio a prodidrão
Banho-me em meio ao sangue
O desespero dos inocentes
Me traz felicidade

Almejo a total perdição
Quero ver todos queimarem
No fogo dos meus ressentimentos
Quero ver todos dançarem
Nas labaredas da minha fúria

Tudo o que eu passei
Todas as vezes em que ousaram fazer pouco de mim
Farei vocês pagarem
Com suas almas podres
Farei vocês engolirem suas risadas

-OUÇA! (meu grito de ódio)
Ouça até seus tímpanos estourarem
Minha voz esganiçada soa como os gritos do inferno

Eu farei vocês verem o Inferno
Pra lá irei, reinarei
E serei seu carrasco para toda a eternidade

“Queimaremos eternamente nas chamas da iniquidade”

Esse texto faz parte da parceria entre as revistas Subjetiva e Ensaios sobre a Loucura através do tema “Quando a loucura é subjetiva”.

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