política

Site contabiliza as “cagadas” do Governo Bolsonaro

A média é de uma cagada a cada três dias

Henrique Nascimento
Revista Subjetiva

--

Após o lançamento de Acabou a mamata, site que contabilizava as facilitações de Jair Bolsonaro desde que assumiu a Presidência da República, em 1º de janeiro deste ano, agora um outro site surgiu para registrar as “cagadas” do Governo Bolsonaro.

Nos mesmos moldes do contador de mamatas — que, recentemente, encerrou as atividades — , o Cagômetro lista as cagadas desde os primeiros dias do governo. Em 9 de janeiro, por exemplo, Bolsonaro permitiu erros de revisão em livros didáticos. No mês seguinte, foi a vez do Ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que ficou conhecido por atuar na Lava Jato, uma das maiores operações contra a corrupção ocorrida no Brasil, dizer que o crime de caixa dois não teria a mesma gravidade que crimes de corrupção.

Em março, Bolsonaro negou que houve uma ditadura civil-militar e perguntou no Twitter o que era “golden shower”, logo após publicar um vídeo de conteúdo considerado pornográfico em sua página. Em abril, também disse que o nazismo era de esquerda e que era possível perdoar o Holocausto, além de censurar uma campanha do Banco do Brasil focada na diversidade. No mês seguinte, a conta chegou, e o governo poderia pagar 51 milhões de reais pela propaganda vetada.

Em junho, um militar da Aeronáutica foi preso por levar quase 40 quilos de cocaína dentro de um avião da Força Aérea Brasileira enquanto o Ministério da Agricultura aprovou o registro de 42 agrotóxicos, chegado a 211 no ano. Em julho, o presidente ofendeu os nordestinos chamando-os de “paraíbas”, ameaçou prender o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept Brasil, que realiza denúncias de irregularidades na condução da Operação Lava Jato, e disse que a questão ambiental só importa para os veganos, “que comem só vegetais”.

O mês mais cheio foi agosto, que começou com Bolsonaro dizendo que o programa Mais Médicos tinha objetivo de formar “núcleos de guerrilha” e terminou com o presidente atribuindo a culpa das queimadas na Amazônia a ONGs, sem apresentar provas, e entrando em atrito com o presidente da França, Emmanuel Macron, chegando até a ofender a esposa do político, Briggite Macron.

Finalmente, em setembro, que mal começou, o governo cancelou mais de 5 mil bolsas para novos pesquisadores e financiou a viagem da esposa do Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, à França. Bolsonaro ainda atacou o pai de Michelle Bachelet, ex-presidente da República do Chile, morto sob o governo do ditador Augusto Pinochet; esvaziou o conselho de proteção aos direitos das crianças; e foi endossado pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, ao dizer que a esposa de Macron “é feia mesmo”.

Ufa! Cansou de ler tanta cagada? Infelizmente, tem mais. O site contabiliza pelo menos 81 cagadas desde o início do governo. Agarrem-se às suas crenças: de onde essas vieram, devem vir muitas mais.

--

--

Henrique Nascimento
Revista Subjetiva

Falo de cinema, de séries, de memes, da vida e, às vezes, falo um pouco sério.