REPORTAGEM

DRAG: A ARTE POR TRÁS DAS MONTAÇÕES

Os vestidos, as perucas e a maquiagem podem confundir os desavisados, mas drag não tem nada a ver com identidade de gênero, tampouco orientação sexual.

Revista Torta
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Por Arthur Almeida

Editado por Elisa Romera e Lorrana Marino

Arte: Julia Silva/Revista Torta

Com grandes nomes — mundiais e nacionais — fazendo parte cultura popular, hoje, é difícil encontrar alguém que ainda não tenha, ao menos, ouvido falar sobre drag. Nos últimos anos, essa arte performática têm crescido e alcançado mais espaços públicos, inclusive, o mainstream.

Mas, como nem tudo são flores, apesar desse movimento de popularização, ainda há, por uma parte da sociedade, muitas dúvidas em relação ao que, de fato, são essas figuras extravagantes e de onde vieram. Para responder isso, é preciso entender um pouco mais as concepções de gênero, sexualidade e arte.

Antes de tudo, algumas coisas precisam ficar claras…

Para se pensar nas Ciências Sociais, em especial dentro dos estudos da Antropologia, é preciso estar ciente de que os seres humanos são muito complexos. Com isso em mente, é necessário distinguir-se quatro características que permeiam a experiência social: sexo biológico, identidade de gênero, orientação afetiva-sexual (ou simplesmente “sexualidade”) e expressão de gênero.

O sexo biológico pode ser definido como o conjunto de órgãos (internos e externos) e cromossomos sexuais apresentados por uma pessoa. Em poucas palavras, isso se refere à genitália e aos hormônios apresentados. Assim, os indivíduos, biologicamente, podem ser classificados como masculino, feminino ou intersexo (no caso daqueles que apresentam características internas e/ou externas de ambos os sexos).

Identidade de gênero é a forma como um indivíduo se reconhece em meio ao espaço social. Essa identificação não corresponde, necessariamente, àquela que lhe é atribuída a partir de seu sexo biológico; daí, surgem os termos “cisgênero” e “transgênero”.

Pessoas cis são aquelas que se reconhecem com o gênero que lhe é associado ao nascer. Homens cis são lidos como do sexo masculino e são contemplados por esta identidade; o mesmo vale para mulheres cis, que se veem no sexo feminino.

Por outro lado, as pessoas trans são aquelas que negam o gênero que lhes é associado pelo seu sexo biológico. Em uma lógica binária (isso é, em que se consideram apenas as figuras do homem e da mulher), as mulheres trans são pessoas que foram lidas como “homens” por seu sexo biológico, mas que não se sentem representadas por este espaço e transicionam para o outro gênero; novamente, o mesmo vale para os homens trans, que eram lidos como “mulheres”.

Saindo da lógica binária, es não-bináries são pessoas que também são trans, por justamente não serem representadas pelo sexo biológico, mas que não se sentem total ou parcialmente contemplados pelo outro gênero binário. Assim, vivem suas vidas com o seu gênero fluido, transitando entre o “homem” e a “mulher” ou simplesmente os negando como um todo.

A sexualidade é a atração que uma pessoa sente por seus pares. Isso pode ocorrer tanto de maneira amorosa-sexual quanto apenas amorosa, pois há quem não sinta interesse total ou parcial nas atividades de natureza sexual (esses são os chamados “assexuais).

Usando termos guarda-chuvas, essa tradução pode se manifestar na heterossexualidade (quando se atrai pelo gênero binário oposto ao seu), homossexualidade (quando a atração é pelo seu próprio gênero — como ocorre com gays e lésbicas, por exemplo) e bissexualidade (em que o ser não é monossexual, isso é, não se atrai por apenas um gênero).

A partir dessa base, diversas classificações dentro dos espectros da sexualidade e da assexualidade aparecem a cada dia. É o caso dos demissexuais e grayssexuais dentro da “zona cinza” dos assexuais, bem como os panssexuais e polissexuais na bissexualidade.

Por fim, a expressão de gênero é apenas a forma como as pessoas posicionam-se nos espaços públicos e privados por meio de seus corpos. Isso é, a sua escolha por roupas, acessórios, penteados, maquiagem, linguagem corporal, etc.

A Vogue considera o cantor David Bowie como um dos grandes nomes da moda Gender Blending, que promove a fluidez sexual e a exploração das expressões para além dos estereótipos de gênero e os limites do “masculino” e “femininino”. || Foto: Reprodução/Getty Images

Nesse monte de classificações, onde entram as drags?

Mas por que é importante saber todos esses conceitos para entender de onde vêm as drags? A verdade, querido leitor, é que não é. Ou, pelo menos, não seria se a sociedade em que vivêssemos não fosse pensada a partir de uma lógica cisheteronormativa.

Em “Drag Queens: para além da dicotomia masculino/feminino”, o Doutor em Filosofia, Luiz Davi Mazzei e o Doutor em Educação, Anderson Ferrari, apontam que:

A arte drag está ligada à transformação e ao “rompimento com o entendimento de gênero como algo fixo, brincando com a fronteira, explorando as possibilidades de passagens e diálogo entre o masculino e o feminino, potencializando a curiosidade, a exuberância, o encantamento em torno de si”.

Para os autores, drag é uma possibilidade de existência. As drags muito mais do que apenas distorcer os conceitos de masculino e feminino, brincam com a expressão de gênero em prol da arte e do entretenimento.

A estética drag também não tem limites e permite diversas explorações. Em suas montações, a drag queen porto-riquenha Nina Flowers explora a androginia, brincando com traços masculinos e femininos. || Foto: Reprodução/Nina Flowers

Existem inúmeras formas de se expressar enquanto drag, pois trata-se, para além de tudo, de uma performance, que exige a criação de uma persona. Essa figura caricata ganha corpo e voz por meio de roupas, maquiagem e trejeitos incorporados pelo artista.

Apesar da proximidade com a comunidade LGBTQIA+ — que será melhor explorada mais adiante nesta matéria -, no fim, não importa a identidade desses personificadores. Homens e mulheres cis ou trans, não-binaries, LGBTQIA+s e heteros, todos podem fazer drag. Não à toa, existem drag queens (personas femininas) e drag kings (personas masculinas) diversos, com habilidades, focos e públicos diferentes.

Assim como outras formas de arte, a cultura drag ocupa muitos espaços e está intrinsecamente ligada ao entretenimento e à política. Mas, para entender isso, é preciso voltar alguns séculos no tempo.

Uma volta ao passado: dos teatros à televisão

Em “Drag Queen: um percurso histórico pela arte dos atores transformistas”, o doutorando em Artes da Cena, Igor Amanajás, contextualiza que o teatro grego, “berço do ator”, pode também ser considerado a origem dos “transformistas” (esse termo caiu em desuso, mas, no passado, era amplamente utilizado como sinônimo para se referir a drags).

Nesse período, por volta de 500 a.C., as mulheres eram proibidas de pisar nos palcos e, assim, os homens eram encarregados de interpretar todos os personagens. Utilizando máscaras, roupas e, até, enchimentos que modificavam a sua fisionomia, esses atores davam forma física a grandes figuras da dramaturgia grega, tais como Medéia, Electra e Antígona.

Mesmo com a queda da Grécia Antiga, o Império Romano e, posteriormente, o Macedônico, deram continuidade à cultura do teatro, que incorporava a arte drag — mesmo que ainda não nomeada — de forma normalizada. Isso foi mantido, mais uma vez, na Idade Média, quando a Igreja Católica estava consolidada como instituição de poder.

Segundo o autor, nas tentativas de se apropriar e ressignificar as culturas pagãs, a religião investiu na produção de encenações sacras, que contavam com jovens e adolescentes do sexo masculino na interpretação das mulheres retratadas nos textos bíblicos.

“Por motivos sociorreligiosos, mulheres nunca foram permitidas em funções diretas relacionadas à Igreja”, pontua Amanajás.

Ao mesmo tempo, do outro lado do globo, no Oriente, a construção teatral do feminino também partia da ação masculina. O Topeng da Indonésia, o Kathakali indiano e o Kabuki no Japão são todos exemplos de expressões da dramaturgia que contavam com homens trajados em roupas tipicamente utilizadas por mulheres para a interpretação dessas personagens.

Com o Renascimento Cultural e a volta do antropocentrismo frente às divindades, o teatro viveu um de seus momentos de ouro com William Shakespeare. Ainda com apenas homens nos palcos, especula-se que o escritor, ao conceber suas personagens, colocava, no rodapé da página, a sigla “DRAG”, Dressed As Girl (ou vestido como menina, em tradução para o português), para sinalizar que a interpretação seria feita por um jovem do sexo contrário ao descrito.

Amanajás destaca que “não há provas concretas disso, pois nenhum manuscrito do autor sobreviveu ao longo dos 450 anos que o separam da contemporaneidade”. Porém, “sendo lenda ou não, a história é orgulhosamente contada e recontada pelas drag queens”, pontua.

Por meados de 1670, as mulheres obtiveram permissão para subirem aos palcos e interpretarem papéis femininos. Isso fez com que se enfraquecesse a presença de drags no teatro ou, ao menos, de maneira séria, uma vez que a satirização começou a ganhar força.

“Durante o século XIX, as drag queens retornam aos palcos como partes cômicas do drama (…). Em meio ao triunfante retorno das drag queens ao cenário artístico, começou-se a enxergar esse ator como uma categoria à parte de seus colegas, significando que o ator drag atuaria em comédias como grandes damas (…). Nesse mesmo século, encontra-se o surgimento da palavra ‘homossexual’ para distinguir um certo ‘comportamento’ e, com a palavra, todas as implicações sociais, religiosas e sexuais da moralidade”, explica Amanajás.

As “damas pantomímicas”, como ficaram conhecidas, preocupavam-se com a moda e o glamour, que ganhavam destaque. Além disso, esses artistas passaram a ocupar espaços de Music Hall, em que eram incentivados a cantar, dançar e a realizar pequenas cenas cômicas.

Inclusive, vale destacar que todas essas habilidades citadas — a aproximação com o universo fashion, o canto, a dança e o humor — fazem parte até hoje da cultura drag e representam “categorias” com as quais essas personalidades são desenvolvidas.

Ainda, em paralelo ao entretenimento, essas pessoas, junto à comunidade LGBTQIA+, como um todo, passou a se politizar frente à repressão e ao preconceito. Não à toa, a Revolta de Stonewall (1969), ocorreu nesse contexto.

Esse evento, que deu início à cultura das Paradas do Orgulho, contou com diversas figuras desse cenário, tais como Marsha P. Johnson (uma mulher trans e drag queen negra) e Sylvia Rivera (uma mulher trans e drag queen latina).

Na virada para a década de 1980, porém, a epidemia de AIDS fez com que todos os LGBTQIA+s sofressem pelas mãos da sociedade. Com isso, o drag acabou ficando em escanteio, confinando-se nos bares até o surgimento dos ballrooms, quando o movimento voltou a tomar força.

Os ballrooms (ou simplesmente balls) eram clubes em que os grupos (ou houses) formados por diversos integrantes da Comunidade LGBTQIA+ — dentre eles, as drags — competiam em categorias de vestimenta, dança e, posteriormente, dublagem (ou lipsync) em uma disputa por prêmios e dinheiro.

Com a chegada aos anos 1990, as drags conquistaram o entretenimento da vida noturna, reunindo multidões para shows em bares pelas cidades. Com canto, dublagens, roasts (comédia stand-up com foco na satirização da plateia e/ou do próprio apresentador), desfiles de moda e voguing (um estilo de dança que surgiu nos balls e foi popularizado por artistas do período, como Madonna), a arte foi conquistando cada vez mais espaço dentro do cotidiano e da mídia.

RuPaul começou a sua carreira na década de 1980, em Atlanta, nos Estados Unidos, como dançarino. Aos poucos, foi aumentando o seu repertório, atuando, cantando e produzindo até o seu hit em 1993, que fez a carreira da drag decolar. || Foto: Reprodução/Annie Leibovitz/Vogue

Nesse sentido, não há como falar do cenário drag da virada do século XX para o XXI sem citar RuPaul. Modelo, atriz, cantora e apresentadora, a drag queen estadunidense é personificada por um artista negro, gay e afeminado de mesmo nome, RuPaul Andre Charles, que é referência até os dias de hoje no que diz respeito à disseminar a cultura LGBTQIA+ para além da própria comunidade.

“Supermodel (You Better Work)”, uma de suas músicas de estréia, conquistou, em 1993, a posição de 2° lugar na lista de mais ouvidas da Billboard. Foi a primeira vez, na história do portal, que uma drag conseguiu esse feito.

As suas conquistas não pararam por aí, pois, desde essa época, RuPaul foi ganhando mais e mais notoriedade e reconhecimento. Hoje, com seus 60 anos, acumula diversas indicações e vitórias em premiações, dentre elas, 11 Emmy Awards; fato que o fez, em 2021, tornar-se o artista negro com mais estatuetas da Academia Televisiva.

RuPaul’s: propagando o cenário drag

Segundo Lucas Bragança, doutorando em Comunicação, no artigo “A espectatorialidade de afeto queer em RuPaul’s Drag Race, o programa foi um dos principais catalisadores do crescimento no número de novos artistas drag no Brasil, bem como na repaginação da estética cultural desta arte. Esse resultado foi obtido por meio de entrevistas semiestruturadas com drag queens brasileiras que tenham começado a performar após 2009.

“Na questão plástica, o programa potencializa a glamourização da arte drag com os holofotes, os desfiles, as dublagens espetacularizadas que muitas vezes surpreendem o espectador. Isso cria uma atmosfera celebratória que ressoa em parte de sua audiência que passa a perceber drag em diferentes perspectivas: sinônimo de uma vida de celebridade, mesmo que realizada de forma exagerada a ponto de não necessariamente ser verossímil, política, humorística, artística, etc.”, afirma Bragança.

E, assim, a própria plasticidade dessas performances convida o espectador a também performar ou a desejar tal ato. Esse movimento, para o autor, faz com que o público se imagine drag e construa essa persona.

Assim, para além de levar ao mainstrem essas personagens, “Drag Race” também causa um maior interesse no assunto, inclusive, levando a uma busca que acarretou em mais artistas neste cenário.

À discussão, por meio do capítulo “Rupaul’s Drag Race Herstory: a tradição seletiva do programa enquanto constituidora de repertórios”, doutorando em Comunicação, Arthur Guedes Mesquita, acrescenta que o reality show, nestes mais de 10 anos, “já foi capaz de apresentar e calçar diversos elementos que fazem parte da cultura drag — tanto se alimentando dela quanto contribuindo para que ela se transformasse”.

As finais de RuPaul’s Drag Race são gravadas em um teatro com a participação de convidados. Na imagem, estão as drags Shea Couleé e Sasha Velour, finalistas da 9ª temporada. Hoje, ambas são coroadas; Sasha venceu a sua temporada e Shea ganhou a 5ª edição de RuPaul’s Drag Race All Stars, spin-off em que as concorrentes retornam para a competição com uma nova chance de entrar para o Hall of Fame. || Foto: Reprodução/RuPaul’s Drag Race

Para ele, a apropriação daquilo que era tido como ato artístico e performático das drags nos desafios do programa teve um resultado conjunto: a expansão dessa cultura e a consolidação dessas habilidades como um paradigma da arte, quase como elemento de praxe.

Acaba por ser uma faca de dois gumes, em que se tem vantagens e possíveis problemas que devem ser acompanhados de perto para não “limitarem” a experiência drag que, como apresentado nesta matéria, esteve sempre ligada às explorações e à diversidade.

Chega de gringo, bora falar do BR

O drag no Brasil, hoje, vive um de seus principais momentos (senão o mais importante), carregamos nas costas dois feitos muito interessantes: a drag queen mais seguida nas redes sociais é brasileira, bem como a mais ouvida em plataformas de streaming. Para dar nome aos bois, essas são, respectivamente, Pabllo Vittar e Gloria Groove, ambas capas da principal revista de moda brasileira, a Vogue.

Contudo, como no resto do mundo, a arte drag já existe há tempos no território nacional. Entre as décadas de 1980 e 1990, nomes como Salete Campari, Silvetty Montila, Nany People e Dimmy Kieer construíram suas carreiras em cima dos palcos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Suas personagens cômicas eram os eventos principais das noites em bares e clubes.

Outras figuras no entretenimento brasileiro que devem ser destacadas são Márcia Pantera, Vera Verão, Rogéria, Thalia Bombinha, Michelly Summer, Suzy Brasil, Victória Principal e Miss Biá. Essas personalidades representavam tudo aquilo que se associava à arte drag internacionalmente. Algumas dessas artistas, inclusive, tornaram-se figuras públicas conhecidas por suas aparições na televisão aberta.

Em meio ao trânsito de carros, que não parou, a 1ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ do Brasil ocorreu no dia 28 de junho de 1997, na cidade de São Paulo (SP). || Foto: Reprodução/Nelson Marias

Mas não era só de maravilhar a plateia com os seus talentos que essas intérpretes viviam. As drags desempenharam, neste período, um papel político muito importante para a conquista dos direitos dos LGBTQIA+s no país. Kaká Di Polly, por exemplo, na primeira Parada do Orgulho, em 1997, simulou um desmaio para impedir que a polícia forçasse a saída do carro da Avenida Paulista, desviando o foco até o início do evento.

Atualmente, cada vez mais nomes estão na boca do povo, há visibilidade à arte e espaços ocupados. Além das já citadas Pabllo e Gloria, podem ser referenciadas Ikaro Kadoshi, Lorelay Fox, Lia Clark, Rita Von Hunty, Bianca Dellafancy, Penelopy Jean, Duda Dello Russo, Halessia Rockefeller, Aretuza Lovi, Ravena Criole e as Deendjers.

Cada uma delas tem sua própria identidade e traduz uma diferente forma de se fazer drag. Nessa pequena lista, é possível ver exemplos de apresentadoras, cantoras, dançarinas, maquiadoras, pesquisadoras acadêmicas, criadoras de conteúdo e atrizes, dentre tantas outras funções e habilidades.

Drag é sobre explorar, expandir e dar novos significados àquilo que nos cerca, inclusive a aspectos tão íntimos quanto as identidades de gênero e sexualidade. A história dessa arte é anciã e a sua evolução é palpável, bem como o seu destaque na atualidade. Nessa onda, como apontado, é preciso ficar atento para possíveis problemáticas que contradigam a natureza do drag, mas, se tem uma coisa que essas artistas — com destaque às brasileiras — mostram, é que versatilidade e criatividade não faltam.

Na imagem, estão, da esquerda para a direita, Gloria Groove, Aretuza Lovi e Pabllo Vittar na filmagem do clipe da música “Joga Bunda”, projeto em que as três artistas colaboraram juntas. || Foto: Reprodução/Aretuza Lovi

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