7 lugares para conhecer em Paris… de metrô

Em livro, o jornalista Rodrigo Rodrigues monta roteiros rápidos e com boas dicas para conhecer a capital francesa.

Roteiros Literarios
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5 min readJan 24, 2017

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por Andréia Martins

Tem viajante que é do tipo que gosta de bater perna e conhecer a cidade andando sem rumo programado. Para esses viajantes, uma boa opção é conhecer a cidade com base no que há perto das estações de metrô (claro, se a cidade permitir). Já pensou nisso?

O jornalista Rodrigo Rodrigues (TV Cultura, Gazeta, ESPN) pensou e primeiro fez um livro baseado nos pontos turísticos de Londres para conhecer usando o metrô. O guia fez sucesso e ele decidiu lançar outro, Paris, Paris (Faro Editorial; 2016), com dicas para a capital francesa.

A logística colabora e muito para que esse tipo de passeio permita que você rode a cidade toda: Paris é a cidade com maior número de estações de metrô da Europa. São mais de 300, divididas em 14 linhas

Para o livro, Rodrigo fez quatro viagens a Paris. Entre seus lugares favoritos estão “a região de Pigalle, reduto de Piaf, onde estão o Moulin Rouge e várias lojas de instrumentos musicais, e na Rua Tepic, o Café des 2 Moulins, onde Amélie Poulain trabalhava no filme (Estação Pigalle ou Blanche do metrô)”. Um ponto alto do livro é listar não apenas os tradicionais pontos turístico de Paris, como museus e as construções, mas cenários de filmes e restaurantes que só quem esteve mais dede uma vez na cidade já descobriu.

Abaixo, separamos sete locais de Paris que Rodrigo cita no livro para você conhecer de metrô:

Estação Bastille

Na estação que dá acesso à Praça da Bastilha, importante local na história francesa, se você utilizar a linha 5 chegará à Bastilha (ou ao que sobrou dela). Foi ali que, em 1785, enquanto estava preso, o marquês de Sade escreveu 120 dias de Sodoma. Na história, durante 120 dias, quatro libertinos se fecham num castelo com meninas e meninos, que foram raptados para orgias. O comportamento libertino do marquês o levou diversas vezes à prisão, local onde ele escreveu a maior parte de suas obras. Na Bastilha, ele ficou detido entre 1784 e 1789.

Se descer ali, andando mais um pouquinho você chega ao Museu de Victor Hugo, localizado na praça Royale, um dos monumentos planejados mais antigos da cidade, e onde o escritor morou. Originalmente chamada Hotel Rohan-Guéménée, o local hoje abriga o museu com desenhos do escritor, fotografias, objetos e um acervo de sua obra.

Estação Concorde

Nesse caso a própria estação é nosso objeto de interesse. A estação foi a inspiração para o norte-americano Ezra Pound escrever o poema In a Station of the Metro, em 1913:

The apparition of these faces in the crowd;
Petals on a wet, black bough

Pound esteve na estação um ano antes de escrever o poema. Em um relato de 1926 ( clique aqui para ler o relato em inglês), ele conta que desceu na estação e “e de repente vi um rosto bonito, e depois outro e outro, e depois um rosto bonito de uma criança, e depois outra mulher bonita”. Aquilo despertou uma emoção diferente nele, que concluiu que não conseguiria expressar tal sentimento em palavras, mas que seria necessária uma “equação”. O resultado saiu um ano depois, em um poema de apenas 14 palavras e sem nenhum verbo.

Apenas para constar, foi na Praça Concórdia que Maria Antonieta e outras centenas de pessoas foram decapitadas durante a Revolução Francesa. Ali também está inscrita nas paredes a Declaração dos Direitos dos Homens e do Cidadão, de 1789.

Estação Maubert-Mutualite

Esta estação vai te deixar perto da famosa universidade de Sorbonne e do Panteão de Paris, ou apenas Pantheon. A ideia do monumento construído em 1790 era abrigar a igreja da padroeira da cidade, Santa Genoveva, mas hoje é um grande mausoléu que abriga os restos de personalidades como Voltaire, Rousseau, Alexandre Dumas, Émile Zola e Victor Hugo. Além de prestar homenagem a esses pensadores e autores, lá você conhece um dos mais importantes monumentos da arquitetura francesa, cuja cúpula você já avista logo na saída do metrô.

Estação Rambuteau

O principal lugar para conhecer descendo nesta estação é o Centro Georges Pompidou, um dos principais centros culturais de Paris. Num só lugar você tem museu, cinema, teatro, espaço para música e bibliotecas. Para entrar e curtir a programação você não paga nada — apenas as exposições temporárias são pagas.

Para quem gosta de conhecer — e se perder — em bibliotecas, ali você encontrará a Bibliothèque Publique d’Information. Ela é a principal biblioteca pública da cidade, tem três andares e abriga mais de 300.000 livros divididos em seis seções.

Estação Saint-Michel

De volta Victor Hugo… Aqui você terá acesso a uma das mais antigas construções da Europa, a Catedral de Norte-Dame, famosa por ser cenário do livro do autor, Corcunda de Norte-Dame, de 1831. A região da catedral é o ponto zero da cidade. Para chegar até ela, basta atravessar o rio Sena pela ponte que leva o nome da estação.

Pela Saint-Michel você também chega à livraria Shakespeare in Company, na rue de Bûcherie, nº 3. A livraria atual foi fundada em 1951 e seu nome é uma homenagem à lendária livraria homônima dos anos 1920, época em que Sylvia Beach, uma espécie de “madrinha” dos escritores expatriados, atendia aos pedidos de gente como Gertrude Stein, Ernest Hemingway e Scott Fitzgerald. O prédio antigo (localizado na rua Dupuytren) foi a livraria mais famosa de títulos em inglês em Paris no século passado e publicou a primeira edição de Ulysses, de James Joyce. Beach fechou as portas em 1940 durante a ocupação nazista.

Como usar o metrô em Paris

No livro, Rodrigo indicae dois sites bem úteis para quando você estiver na cidade e quiser usar o metrô:

Ratp: http://www.ratp.fr/informer/pdf/orienter/f_plan.php

Paris Metro: http://parisbytrain.com/paris-metro/

PARA LER

  • O Corcunda de Norte-Dame, de Victor Hugo
  • Shakespeare in Company, de Syvlia Beach

Originally published at http://novo.roteirosliterarios.com.br on January 24, 2017.

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