O Desejo pela Exclusividade como Estratégia de Sobrevivência Feminina

A busca pela exclusividade nas relações, especialmente no contexto de envolvimento com homens, é uma característica comum entre as mulheres. Esse comportamento pode ser explicado pelo desejo de proteção, pois, inconscientemente, elas veem os homens como potenciais protetores, garantindo sua segurança emocional e física.

Esse anseio pela exclusividade muitas vezes leva as mulheres a se isolarem de amigos e familiares quando iniciam um relacionamento. Esse comportamento pode ser atribuído a distorções que criam a ideia do “homem bom” e “homem mau”. Essa perspectiva pode levar a situações abusivas, confiando naqueles que muitas vezes são seus agressores.

Essa ideia do “agressor à espreita”, desvia a atenção das mulheres do fato de que, elas podem estar se relacionando com seus próprios agressores ou perpetuando a exploração por meio de relacionamentos íntimos com homens.

Feminicídio, estupro marital, agressão verbal, física e psicológica, entre outras violências, são cometidas em maior percentual por aqueles que mulheres acreditam ser o seu “homem bom” deitado ao lado esquerdo de sua cama.

Historicamente falando, as mulheres que não possuíam o favor masculino, o benefício de serem escolhidas por eles, eram mais vulneráveis a denúncias e punições. Isso levou muitas mulheres a buscarem por um parceiro masculino para garantir sua sobrevivência. Amar para sobreviver.

Essa busca pela exclusividade nos afetos pode resultar em histórias em que os homens mantêm várias relações paralelas, enquanto as mulheres são socialmente condicionadas a priorizar a exclusividade. Mesmo com o termo não monogamia sendo cada vez mais citado na cultura dos relacionamentos atuais, sabemos como uma mulher que mantém relações com mais de um parceiro é vista.

Esse comportamento não é simplesmente resultado de diferenças biológicas entre homens e mulheres, mas sim de ideais e expectativas socialmente construídas para ambos os sexos. No contexto patriarcal, os homens são incentivados a buscar mulheres que cuidem deles como uma mãe, enquanto as mulheres buscam a exclusividade para proteção e sobrevivência em um mundo dominado por eles.

Referência: Amar para Sobreviver: Mulheres e a Síndrome de Estocolmo Social”, Dee. L. R. Graham